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Jornal Olho nu - edição N°54 - março de 2005
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Jornal Olho nu - edição N°54 - março de 2005 - Ano V

Jovens de todo país aceitaram o convite do Ynai-Brasil para descobrirem o naturista que há dentro de cada um deles. Muitas boas experiências têm sido relatadas através do site da instituição, que tem alcançado o objetivo de ser um incentivador do naturismo jovem no Brasil.

André Herdy, um dos diretores do grupo, adora compartilhar as experiências emocionantes e emocionadas vividas por esses jovens quando descobrem a beleza e a filosofia naturista.

O texto abaixo foi autorizado para veiculação pela autora que ainda não se sente à vontade para divulgar seu nome completo ou e-mail. Uma crônica poética inspirada pela experiência vivida ao visitar pela primeira vez um clube naturista, durante um final de semana de fevereiro.

Sobre lagartas e borboletas

por Gisele

Tem algumas coisas na vida que, por mais que a gente entenda racionalmente, só vivendo na pele é que o conhecimento se incorpora. Você o sente em cada célula, a emoção se expande através de cada  terminação nervosa e aí se torna uma experiência visceral ao invés de  cerebral. Todo mundo sentiu um beijo inesquecível, um abraço redentor, um olhar cúmplice. Todos guardados não mais só na memória, mas também em ondas de sensações.  

Para ser honesta, tenho meia dúzia de experiências assim como descrevi. Todas envolvendo alguma outra pessoa. Nunca apenas eu comigo  mesmo. Talvez por isso tenha levado um pequeno susto com o que vou  relatar.  

Quando tirei minhas roupas fiquei mais sensível à luz, à água, ao  vento. Que sensação maravilhosa de ser acariciada por todos eles. À  medida que você se despe de tantas carapaças, você se torna mais  receptivo à tanta coisa boa que a Vida tem a te oferecer. O Bom, o  Belo, o Divino encontram um caminho com menos barreiras.  

E sem roupas é que ouvi meu corpo falar. Na verdade ele gritou: "estou aqui! Cuide de mim. Perceba-me e escute-me." E eu, que muitas vezes nego sua existência, seja privilegiando a cabeça, seja não dormindo ou não  comendo direito, seja ignorando seus sinais, me assustei.  

E foi assim que ele me fez entender porque às vezes sinto um grande aperto nessa região superior do tronco, nas costas e no peito. Ele me  disse que eu tinha asas.  

Vocês podem não acreditar, mas eu estava sentindo isso mesmo. Minhas asas amarradas. Grudadas ainda ao tronco, como a lagarta transformada  em borboleta que ainda luta contra o casulo. Como o passarinho ainda  quebrando o ovo e pela primeira vez sentindo a luz.  

Isso foi tão nítido e intenso que me calei.  

Na segunda nem fui trabalhar, ainda profundamente tocada (em todos os  sentidos) com essa experiência corporal que transcendeu e que hoje  considero religiosa. Afinal de contas, não estamos aqui para nos  religar?  

Agora quero a luz, quero o ar, quero voar. Nem para longe, nem para o alto, mas para dentro de mim, onde estou descobrindo amplos espaços desconhecidos e também para dentro dos outros, que me oferecem a  grande oportunidade de viver as acrobacias dos verdadeiros relacionamentos.  

E, maravilhada com minha imagem refletida na retina de uma pessoa que captou esse momento, termino deixando suas sensíveis palavras :  

Eu sou uma lagarta que descobriu que tem asas...
 descobriu que pode voar...
 descobriu que na verdade não é mais uma lagarta e sim
 uma linda borboleta que tem asas exuberantes!
 Esta borboleta resolveu tentar arriscar vôo...
 e sentiu pela primeira vez a sensação do vento em suas asas,
 de seu corpo voando sobre o chão por onde se arrastava!
 Não sou mais aquela lagarta eu tenho asas!
 Posso voar!!!
 Nunca mais quero me arrastar pelo chao!
 Nunca mais vou ser a mesma porque mudei...
 agora sou um novo ser!
 Muito mais bonito
 e alegre!


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