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       OLHO NU entrevista mais um personagem presente ao CONGRENAT. Trata-se de Luiz Fernando Rojo, doutorando em Antropologia, que está desenvolvendo sua tese estudando o Naturismo e os naturistas. 

     É a segunda vez que que Luiz Fernando e eu nos encontramos no sítio Recanto Paraíso. E é pelo mesmo motivo: participação em um Congresso sobre Naturismo. No ano passado, mais precisamente em julho de 2001, Luiz estava começando a desenvolver seu trabalho de dissertação observando o comportamento dos naturistas em seu habitat natural, os sítios e colônias. Depois disso foi morar na Colina do Sol e agora retorna ao estado do Rio de Janeiro, somente para o Congrenat.

     Luiz é carioca de ascendência espanhola, tem 35 anos, é graduado em Ciências Sociais e faz seu curso de doutoramento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ao contrário do que possa parecer, alguém com tantos títulos acadêmicos e ainda dedicado à pesquisa, Luiz já foi esgrimista e maratonista e ainda hoje ocasionalmente pratica treking , não perde a chance de ir ao Cinema Estação Botafogo e adora teatro e visitar exposições artísticas. Está solteiro no momento.

     Embora não seja naturista está bem tranqüilo no meio, porém no início ficou com algum receio de ter alguma reação inesperada no tocante à ereção, mas ficou ambientado logo. A Colina do Sol foi o primeiro e é o único local naturista que freqüentou, com exceção, é claro, das duas vezes que esteve em Piraí, no Recanto Paraíso.

     A idéia para desenvolver sua tese surgiu quando procurava um tema e lhe caiu em mãos uma antiga revista Manchete, que trazia reportagem sobre este assunto. Começou a investigar na Internet e as possibilidades foram ficando mais claras à medida que ia lendo mais a respeito. No Mestrado sua dissertação foi a respeito das relações de amizade entre estudantes de medicina e achou que esse caminho também seria interessante, decidindo-se por estudar os mesmos tipos de relações no meio naturista. Não sendo naturista acha que terá isenção suficiente para fazer uma análise profunda.

     A Colina do Sol foi escolhida como campo por oferecer a possibilidade de se passar 24 horas por dia em meio a pessoas naturistas. A primeira visita à Colina se deu em janeiro de 2001, quando passou 8 dias quando começou a aprimorar suas idéias de como realizar seu trabalho. Depois voltou ao Rio de janeiro para levantar fatos teóricos para fundamentação e bibliografia. Voltou pra morar em dezembro de 2001, onde mora até hoje.

     Adiantando um pouco algumas observações já tiradas, Luiz analisa que com o crescimento da Colina as relações de amizade, que faziam a característica principal do Naturismo no seu início, foi sendo substituída por uma relação de sociabilidade. As relações de afinidade tendem a formar subgrupos que acabam descaracterizando a proposta inicial. Em geral há um respeito muito grande em relação à privacidade e não há uma preocupação com o sexual.

Colina do Sol: local escolhido por Rojo para ser campo de sua pesquisa

 

     Não existem regras muito rígidas a não ser a do respeito, no entanto para quem está chegando há um certo clima de tensão. Às vezes as pessoas têm receio de ter comportamentos que possam ser mal interpretados, alguns desses não causariam, no morador novo, qualquer tipo de constrangimento se fossem praticados em lugares públicos comuns. Conta que um rapaz que entrevistava sofria de grande tensão. De pele muito branca preocupou-se em comprar um protetor solar em spray, porque receava de passar um em creme no pênis e causar algum tipo de mal estar. Isso revela, conclui, o grande grau de tensão em alguns a respeito de seu próprio comportamento. Para quem vem de fora o Naturismo parece muito hermético e com regras muito rígidas, mas uma vez na convivência percebe que o comportamento é o mais natural possível.

     Luiz acha, no entanto, que o ambiente naturista é hiper-moral, ainda que não o seja estritamente. Há pessoas que têm como objetivo torná-lo cada vez mais hiper-moral que acabam tendo apoio de outros, achando que desta forma poderá fazer frente ao preconceito externo, principalmente àquelas histórias que misturam Naturismo e sacanagem. Então esta hiper-moralidade pode ajudar. Acha que a barragem de solteiros ajuda a reforçar este ponto: "Se a idéia do Naturismo é o reforço da hiper-moralidade então a barragem de solteiros é perfeitamente aplicável, mas se o objetivo for romper com essa armadura da hiper-moralidade este conceito terá que ser revisto."

     Luiz pretende terminar a parte de pesquisa de campo em dezembro agora e concluir a tese até janeiro de 2005. Tem intenção também de publicá-la como livro. O título ainda não foi escolhido. "Nu de Corpo e Alma" foi o título apresentado por ele em um Congresso de Ciências Sociais (ANPOCS) em Caxambú, em outubro de 2002. Mas não sabe ainda se usará o mesmo título.

Contatos com Luiz pelo e-mail: luiz_rojo@uol.com.br 

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Paulo Sérgio Werneck,

Psicanalista

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