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Jornal Olho nu - edição N°39 - dezembro de 2003
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Jornal Olho nu - edição N°48 - setembro de 2004 - ANO V

Intrépida aventura

por Pedro Ribeiro*

Foto: Eduardo Mendes

Eduardo Mendes (à esquerda) e Sérgio Capillé momentos antes de enfrentarem o frio inteiramente nus no Parque do Ibirapuera em São Paulo.  

No dia 12 de junho deste ano aconteceu em várias cidades do mundo O Passeio Mundial de bicicletas sem roupa (leia matéria no OLHO NU de agosto, em NU em Notícia). O evento, promovido originalmente pelo grupo World Bike Naked, vem ganhando adesões ao redor do mundo. 

Pela primeira vez, o Brasil se fez representar. Dois intrépidos cavaleiros enfrentaram o frio do outono paulistano e foram pedalar em um Parque do Ibirapuera deserto numa tarde chuvosa.

OLHO NU conseguiu contato com ambos e realizou entrevistas. Eduardo Mendes e Sérgio Capillé são os natpersonagens desta edição, pela importância de ter colocado o Brasil no circuito e pela ousadia do ato.

Eduardo e Sérgio contam que era pra ser inicialmente um encontro para debater o tema ... mas os colegas de São Paulo lhes deram o cano e ficaram apenas em dois naquele frio e com chuva... ainda por cima era o dia do aniversario de Eduardo.

Depois de mais de uma hora esperando alguém mais, resolveram ir embora. "Quando estávamos para nos despedirmos", conta Eduardo, "sugeri fazermos umas fotos juntos pra recordar o evento, e depois pensamos na bicicleta de cuecas (pois a nudez não era obrigatória, podia ser parcial) já que ficamos sem ninguém naquele local (deserto) por uns momentos, e em seguida acabamos fazendo umas fotos sem nada mesmo e em seguida fomos embora..."

Eduardo é divorciado, tem 44 anos, 5 filhos e 1 neto. Já exerceu diversas profissões e atualmente se considera mais fotógrafo e naturista de que qualquer outra coisa. Sérgio é solteiro, 38, sem filhos, é estudante de arquitetura e urbanismo e trabalha com pesquisas sócio-econômicas para uma fundação estadual paulista.

foto: Eduardo Mendes

Sérgio fazendo seu passeio

Por motivos de saúde, Sérgio ficou afastado do convívio social durante cinco anos: "Durante esse período eu me retirei para uma cidade no interior do país e comecei a rever alguns dos meus projetos de vida. Entre estes incluo as minhas ambições profissionais, sociais, intelectuais e afetivas."

"Nesse meu retiro, digamos, sabático", - continua - "sempre morei só e aprendi a ficar nu dentro de minha casa porque eu acreditava que ao fazer isso estivesse, simbolicamente, me aliviando da carga de alguns condicionamentos sociais e psicológicos."

"Apesar de nessas ocasiões eu não estar em íntimo contato com o lado mais puro da natureza, com a minha nudez pude me perceber melhor como ser humano. Isso ajudou a melhorar a minha auto-estima e a minha recuperação emocional." Conclui. 

Um pouco antes de voltar a São Paulo, Sérgio viu o evento de Spencer Tunick no Ibirapuera ser divulgado na televisão. Se já estivesse na capital teria tentado fazer sua inscrição para participar como um dos modelos, conta.

Eduardo já é mais experiente no Naturismo que Sérgio, pois este ainda não fez sua estréia na nudez social. Eduardo, ao contrário, já freqüenta algumas área há cerca de dois anos, tais como o Mirante do Paraíso, elogiado por ele por sua acolhida, atenção e preços, e por ser mais perto de sua casa, o Recanto Paraíso, o GuaraNat, além de ter participado do passeio de escuna em Angra dos Reis, em abril passado (leia matéria em OLHO NU nº 44, em NATespecial). Já lia o jornal OLHO NU antes de realmente começar a prática e diz que a leitura teve influência em sua decisão.

Sérgio participa de dois grupos de discussão sobre naturismo na Internet, o "Papo Naturista" e o "Paulistas Desnudos". Também criou a comunidade "Naturismo" dentro da rede Orkut, mas por falta de tempo não tem conseguido divulgá-la como gostaria, declara. Já foi a um encontro público do grupo Sampanat onde conheceu membros antigos e experientes que o convidaram para um encontro ao natural, mas, por não estar morando na capital, ainda não foi a nenhum deles. Mas tem concretizado encontros com interessados para bate-papos em pessoa.

Foto: Sérgio Capillé

Eduardo na sua vez de ser fotografado em seu passeio

O encontro para o passeio ciclístico nu, no Ibirapuera, foi combinado por um grupo entre 6 e 10 integrantes. Eduardo iria apenas para fazer número (ser mais um) e tirar fotos (ou ao menos para discutir o tema e remarcar algo para um dia mais quente), mas foi quase o único... Também é solidário ao grupo que se diz contra o domínio irracional do petróleo (gasolina) em nossas vidas, pois, segundo ele, além de poluir impede a evolução da tecnologia dos meios de transporte. E completa "já fui velocista de bicicleta e também já corri de moto em Interlagos o que me faz amante de duas rodas. Já ouviu falar algo sobre um carro movido apenas a AR puro (comprimido) ? veja mais aqui 

http://www.motormdi.com/

Sentiram medo de uma possível repressão policial, que felizmente não houve. Não haviam permitido permissão para realizar o passeio, porque não estava claro se ele aconteceria ou não. Por isso optaram também não fazer muita divulgação justamente para evitar represália.

Quanto à possibilidade de um novo evento no próximo ano Eduardo espera que seja mais organizado, mas acha que não se pode apenas imitar tudo que inventam no Hemisfério Norte, por estarmos sempre em climas opostos. "Tem absurdo pior que em nosso pleno verão curtirmos um velhinho com roupas grossas e vermelhas...??!!!"- questiona.

Para crescer em adesão sugerem então que deva-se fazer algo mais adequado para nosso clima e continuar com mais divulgação, esperando contar com o apoio do jornal OLHO NU

 

*Editor do jornal OLHO NU

pedroribeiro@jornalolhonu.com 


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