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Jornal Olho nu - edição N°52 - janeiro de 2005
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Jornal Olho nu - edição N°52 - janeiro de 2005 - Ano V

Estudo sugere que ver imagens de pessoas nuas provoca amnésia temporária 

Sem roupa, sem memória 

Pesquisadores, em outros trabalhos, usam fotos de pessoas feridas, mas Schmidt quis testar as teorias com as emoções geradas por nus 

 

Rogerio Wassermann 

free-lance para a Folha, de Londres 

Se você compra revistas de mulheres nuas para ler a entrevista, pode estar perdendo seu tempo. Um estudo feito na Universidade Estadual do Meio-Tennessee (EUA), mostrou que o impacto de imagens de pessoas nuas sobre a memória é tão intenso que provoca uma espécie de amnésia temporária, que impede a pessoa de se lembrar do que viu imediatamente antes e imediatamente depois do nu. 

Segundo o professor Stephen S. Schmidt, autor do estudo "Emoção e Memória" (www.mtsu.edu/~sschmidt /Cognitive/emotion), o objetivo era investigar por que o cérebro retém certas informações por um longo tempo, enquanto outras são prontamente descartadas. Para isso, precisava de estímulos emocionais fortes e que pudessem ser comparados a outros semelhantes. Então decidiu estudar a reação das pessoas ao verem fotos de nus, que causam grande impacto emocional e permitem a comparação com fotos semelhantes, de pessoas vestidas. 

O último estudo de uma série realizada por Schmidt sobre o tema foi publicado no "Journal of Experimental Psychology", da Associação Psicológica Americana. Nesse estudo, ele relata três experimentos utilizando como base fotos de homens e mulheres em alguma atividade específica (uma mulher colocando gasolina em um carro, um homem sentado à frente de um computador etc.), uns com roupa, outros não. No fundo das imagens, ele inseriu alguns objetos, como um violão ou uma planta, para testar o grau de lembrança dos detalhes de cada foto. 

As imagens eram então projetadas em uma ordem aleatória para um grupo de voluntários, divididos em número semelhante entre homens e mulheres. No primeiro experimento, as fotos foram mostradas com intervalos de três segundos entre elas, com uma foto de nu entre 14 imagens de pessoas vestidas. Depois de verem as fotos, os participantes faziam uma atividade de distração por cinco minutos e eram então questionados sobre o que lembravam das fotos que haviam visto. 

As fotos de pessoas nuas tiveram uma porcentagem de 92% de acerto, em comparação com 55% das fotos de pessoas vestidas. Porém o grau de lembrança dos detalhes de cada foto foi três vezes maior para as fotos de pessoas vestidas. Além disso, o experimento mostrou que a memória sobre as imagens imediatamente anteriores e imediatamente posteriores às fotos de pessoas nuas caía em alguns casos pela metade em relação à média de acertos sobre as demais fotos de pessoas vestidas. 

Para verificar o grau dessa amnésia temporária provocada pelas fotos de pessoas nuas, Schmidt repetiu o experimento com outros voluntários, desta vez aumentando o intervalo entre a exposição das imagens de três para dez segundos. Nesse intervalo, para desviar momentaneamente o foco do pensamento, os participantes precisavam responder a uma pergunta sobre a pessoa da foto. 

O resultado desse segundo experimento mostrou uma redução tanto no grau de lembrança das fotos de nus (de 92% para 83%) como no das demais fotos (de 55% para 37%). Apesar disso, a diferença entre a porcentagem de acertos nas fotos posteriores às imagens de nus e nas demais fotos desapareceu, indicando que aquela amnésia é temporária. Por fim, Schmidt realizou um terceiro experimento, invertendo a lógica do primeiro. Dessa vez, ele inseriu uma foto de pessoa vestida em meio a várias imagens de pessoas nuas. Se o impacto sobre a memória tivesse sido provocado pela particularidade de uma imagem de uma pessoa nua em meio a fotos de pessoas vestidas, o resultado desse terceiro experimento deveria ser inverso ao primeiro, segundo Schmidt. De fato, houve uma inversão na proporção de acertos (69% para as fotos de pessoas vestidas e 17% para as fotos de pessoas nuas). 

Porém, a foto diferente na seqüência, a da pessoa vestida, não provocou a mesma reação de amnésia temporária provocada pela foto da pessoa nua no primeiro experimento. E a memória para os detalhes das imagens continuou melhor para as fotos de pessoas vestidas. "Minhas pesquisas estão relacionadas ao papel da emoção na memória", diz Schmidt ao Sinapse, em entrevista por e-mail. "Outros pesquisadores usam imagens de pessoas machucadas, como vítimas de acidentes ou tiros, mas eu queria testar as teorias com as emoções geralmente positivas provocadas pelos nus", explica.

Schmidt admite que o foco de suas pesquisas pode parecer estranho à primeira vista e conta que um resenhista classificou uma vez um de seus artigos acadêmicos de "propaganda da Playboy.com". De um modo geral, porém, ele afirma que "não há preconceito nenhum" contra suas pesquisas entre seus colegas acadêmicos. "Pelo contrário, outros pesquisadores se mostraram bastante interessados ", diz. 

 

Colaboração de Doni sacramento

donisacramento@interair.com.br 

 

Nota: Em respeito às indicações da pesquisa não apresentamos nenhuma foto de pessoa despida nesta seção, para que os leitores possam reter na memória o texto lido.


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