') popwin.document.close() }
Jornal Olho nu - edição N°39 - dezembro de 2003
http://www.jornalolhonu.com
Editorial | Cartas dos leitores | NATClassificados | NATNotícias | Nu em Notícia | NATLuta
NATDebate | NATEspecial | NATRefexão | NATCuriosidades | NATVariedades | NATFotos

Jornal Olho nu - edição N°43 - abril de 2004

Anuncia nesta edição: Corpos Nus

Na edição anterior do OLHO NU (nº 42) publicou a carta de uma mulher que fez mastectomia (retirada do seio) e freqüenta a praia de Tambaba, sem retirar a parte de cima do biquíni, revelando que seria impedida de entrar na praia do Pinho, caso a visitasse, se não ficasse inteiramente sem roupas. Levado a debate o assunto, OLHO NU recebeu as mensagens que estão mostradas a seguir. Quem quiser ainda emitir sua opinião escreva para cartas@jornalolhonu.com.

Exceção à nudez


Pedro,

Eu também acredito que para ser naturista, a pessoa tem que aceitar o seu corpo e o dos demais como eles são. Você pode ter a certeza de que apesar de não freqüentar lugares destinados a naturistas, eu me considero uma justamente por pensar exatamente igual a você. Mas a situação é diferente. Você compara uma pessoa sem braço ou sem perna a uma mulher sem um seio. Não é bem assim... Imagine você tendo que explicar a uma criança, o porquê de aquela moça ter apenas uma mama. É normal você encontrar pessoas sem pernas, braços, em cadeiras de roda, etc., mas nunca você viu uma mulher passeando ou fazendo compras sem blusa e ainda por cima sem um seio.

Você também deve saber muito bem que a grande maioria das pessoas não gostariam de ver e deixar que seus filhos vissem uma mulher mastectomizada. Gosto do naturismo pela sensação de liberdade, pela paz que invade nossa alma quando estamos em contato com a natureza, por me sentir tão próxima ao CRIADOR. Imagine só você buscando tudo isto e acabar sendo o centro das atenções. Eu aceito o meu corpo do modo que ele está, até porque nunca quis fazer uma plástica para modificá-lo, eu optei em deixá-lo assim. Hoje, não tenho traumas e muito menos angústias. Na época da cirurgia sim. Fiquei apavorada imaginando estar condenada à morte. Quando achei que tudo estaria acabado para mim, e apenas com 38 anos de idade, a vida deu uma volta de 360º. Eu e o meu namorado resolvemos mudar o roteiro das nossas férias. Não mais iremos a Praia do Pinho e sim voltaremos a Tambaba (aquele paraíso!). Ao invés de irmos para o sul, iremos para o nordeste (João Pessoa e Praia da Pipa(RN)).

Enviado por Lisete*

*nome fictício, para a autora da mensagem original.


Não exponho minha opinião para gerar discussão.

 

Parceiros naturistas (ou não). Creio que o título deste assunto deveria ser "Preconceito" ou "Discriminação". Tenho convivido há uns 10 anos com minha mãe que também fez mastectomia. Não que ela seja naturista, mas é que sei como ela e os seus se sentem diante de seu corpo mutilado. 

 

Da forma como Sr Pedro Ribeiro expôs, fica claro que cada caso é um caso diferente a ser analisado. Sugiro que o Sr Luiz (da praia do Pinho) repense e siga o exemplo do bom-senso dos administradores de Tambaba e aceite esta naturista que, na sua forma de pensar, está tentando privar aos outros desta imagem não muito agradável. E já provou que aceita aos outros e respeita as normas do naturismo. 

 

Marco Aurelio Mondadori, um Gaúcho que mora em Vitória e freqüenta Barra Seca - Linhares/ES.

marcocram@abrevo.com.br


Prezado Pedro,

 

Referente a matéria publicada na seção NATDEBATE e tendo em vista que a leitora citou Tambaba, temos a informar que a SONATA-SOCIEDADE NATURISTA DE TAMBABA não possui qualquer restrição ao uso do sutiã por mulheres que tenham feito cirurgia de mastectomia, ou com qualquer outro tipo de problema na região dos seios. É do entendimento da atual diretoria que a nudez é caracterizada estando a pessoa descoberta da cintura para baixo. Baseado nessa premissa, também permitimos a liberalidade no uso de camisetas da cintura para cima, quando o banhista está com problemas de queimaduras do sol, necessitando de proteção para evitar maiores danos à pele. Por absoluta obviedade, e por não considerarmos nua a pessoa que esteja coberta da cintura para baixo, não toleramos o top-less e pessoas enroladas em canga em nossa praia. Este é um procedimento de absoluto consenso entre todos os diretores, associados e freqüentadores da praia e que tem funcionado a absoluto contento na administração de Tambaba. 

 

Abraços

 

A direção

 

enviado por Rones

rones@rones.com.br 


Em 31 de agosto de 1992, Márcia de Souza Rego concluiu sua dissertação de pós-graduação em antropologia social, na Universidade Federal de Santa Catarina, cujo título é "O nu e o vestido: uma etnografia da nudez na praia do Pinho". Márcia passou três meses morando na praia do Pinho, durante o verão de 1992 onde estudou o comportamento dos naturistas e freqüentadores. Em uma parte de seu trabalho, onde analisa o comportamento das mulheres, escreveu o seguinte parágrafo (página 57):

 

"No verão de 1992, tive a oportunidade de ver uma mulher que freqüentou a praia alguns dias seguidos, vestindo apenas a parte de cima do biquíni, o que é raro. Houve também o caso de outra mulher que pediu ao "porteiro" que a deixasse entrar com a parte de cima do biquíni - o que lhe foi permitido - mas, minutos depois, estava ela nua, caminhando na areia. Via-se que ela havia sido mastectomizada e já não se importava em esconder a falta de um de seus seios. Este fato foi muito comentado lá em cima (na Associação Naturista da Praia do pinha - o Paraíso da Tartaruga). Muitos comentaram que tinham visto a moça, e qualificaram o fato dela estar ali sem roupa como coisa "linda" e "emocionante". "

 

Pedro Ribeiro

natpedro@ig.com.br 


Olho nu - Copyright© 2000 / 2004
Todos os direitos reservados.