A praia do Pinho atual

 

por Pedro Ribeiro*

foto: Pedro Ribeiro

A praia do Pinho, sede do I Encontro Latino-Americano de Naturismo, continua sendo uma das mais bonitas e bem organizadas praias naturistas do Brasil. Situada em frente a um  grande terreno particular, os frequentadores naturistas da praia do Pinho tiveram sorte em encontrar nos donos das terras bons aliados, embora nem sempre o convívio tenha sido harmonioso.

Logo após a praia ter ficado conhecida nacionalmente como a primeira praia nudista do Brasil, mesmo antes de sua oficialização, começou uma guerra entre o antigo proprietário e os nudistas, tendo o primeiro constantemente chamado a polícia para reprimir o banho de sol e mar sem roupas. Mais tarde, com o passar do tempo e vendo que o Naturismo poderia ser um grande negócio, o senhor mudou de idéia e resolveu se aliar aos nus. Melhor para ambas as partes.

Desde 1987 a praia do Pinho conta pioneiramente com infra-estrutura de bares, restaurante, pousadas e camping. Tudo ali em frente ao mar. Hoje o Complexo do Pinho, como é conhecido o local, é administrado por Anilton Bittencourt, o Niltinho, que reformou e adequou as instalações para receber turistas de todas as partes do mundo. Sua gestão é elogiada por todos.

foto: Pedro Ribeiro

As areias da praia acabaram por ser também organizadas por Niltinho, que segue as normas originais da A.A.P.P. (Associação Amigos da Praia do Pinho), entidade que cuidava das regras do Naturismo e do comportamento dos frequentadores. Hoje, por motivos políticos, entre outros, ela está afastada da praia, mas ocupa a linda sede, O Paraíso da Tartaruga, complexo de casas construídas harmoniosamente em meio à mata, respeitando e usando a natureza, localizada no terreno ao lado da praia do Pinho.

A Praia do pinho é dividida em duas áreas distintas: a primeira, assim que se chega de carro, e em frente ao estacionamento geral está a parte destinada a homens desacompanhados de mulheres. Em seguida vem a área para casais e famílias. Ambas as partes contam com a vigilância de Guarda-vidas do estado de Santa Catarina, que cuidam apenas dos problemas relativos a afogamentos e de indisposição de frequentadores. A Polícia Militar de vez em quando aparece no estacionamento para saber se está tudo bem, segundo contam, porém, não verifiquei a presença nos três dias em que lá estive.

foto: Marcelo Pacheco

A parte para os casais conta também com segurança particular, contratado por Niltinho. Infelizmente ainda não é possível fazer o mesmo para a parte dos desacompanhados, segundo ele "por falta de verba", o que leva a comportamentos inadequados de muitos visitantes naquela área.

Na parte dos casais a frequência é muito grande com pessoas oriundas de várias partes do Brasil e do mundo, mesmo quando não há eventos desta natureza. Mas, ao meu ver está fazendo falta uma associação na praia, na areia, que una os visitantes, que os faça sentir parte do conjunto. Pessoas que queiram dar um pouco de seu tempo para ajudar a organizar e confraternizar.

Recentemente foi fundada a ONG da praia do Pinho, que ainda não se estruturou suficiente para mobilizar as pessoas. Com certeza é uma questão de tempo.

*pedroribeiro@jornalolhonu.com

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Jornal Olho nu - edição N°78 - abril de 2007 - Ano VII


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