Celos Rossi: retorno às origens

por Pedro Ribeiro*

 

Img: Glacy Machado

Celso Rossi à vontade e feliz, ao lado de Raíssa Neves, no seu retorno à sede da AAPP.

O Naturismo brasileiro provavelmente não estaria neste patamar em que se encontra hoje em dia, se a vinte e cinco anos atrás um jovem sonhador e intuitivo não tivesse ousado e decidido a se dedicar integralmente à recriação e ao desenvolvimento de um estilo de vida, ainda desconhecido por ele na época. Uma série de atitudes tomadas por ele, como a de lutar pelo Naturismo na recém descoberta praia do Pinho, criar uma associação naturista para esta praia e logo após fundar a Federação brasileira de Naturismo, fizeram uma grande diferença.

 

Tudo isso é devido a Celso Rossi, 52 anos, atualmente estudante de Turismo e organizador de um curso de extensão universitária em Naturismo. Presença obrigatória nas comemorações do Jubileu de Prata da Federação Brasileira, realizadas nos dias 12 e 13 de janeiro passados. No entanto, após muitos anos dedicados integralmente ao Naturismo, Celso ficou um longo período sem por os pés em qualquer área naturista. Foi a época em que decidiu comprar um barco e navegar, juntamente com sua família, meio sem destino por muitos recantos do extremo sul do Brasil, conservando assim ainda seu espírito aventureiro. Mas ele já tinha deixado um legado. E esse legado foi trabalhado e repensado por seus sucessores, que mantiveram os ideais e princípios originais.

 

Há vinte anos que não punha os pés no Paraíso da Tartaruga, local que fundou para ser sede da Associação dos Amigos da Praia do Pinho. Se sentiu surpreendido ao ver como aquilo que sonhou e planejou tomou forma e se concretizou. Estar ali, diz ele, é como estimular sua memória. É como se fosse voltar à infância, lhe traz pensamentos lúdicos e felizes.

 

"Tive um sensação muito estranha, como se tivesse chegado no futuro, o futuro que eu vislumbrava há vinte anos. Agora eu sou um homem livre, livre de estar trabalhando na portaria, de ter que ficar responsável pelas coisas. Agora sou um usuário comum, um visitante como qualquer outro".

 

Ele não conseguiu ainda se compreender nesta nova situação. Se vê agora sem planos para a praia. "Não caiu ainda a ficha".

 

Naqueles anos em que esteve ausente do Naturismo Celso se dedicou a se questionar: sua própria vida, a família, a existência. Como resultado disso surgiram dois livros "500 milhas de Água Doce", que relata sua experiência náutica (disponível virtualmente em http://www.youblisher.com/p/449396-500-Milhas-de-Agua-Doce/) e "Sincronicidade Absoluta - a ilusão do livre-arbítrio", num caminho mais reflexivo, quase esotérico. É desta fase que ele está mais próximo atualmente. "Quem sou eu?" -reflete.

 

Celso deu muitas "guinadas" na vida. Mudou radicalmente de gerente de marketing de um grande empresa para a vivência no Paraíso da Tartaruga, aos 28 anos de idade. Depois aos 33, mudança de paradigma: percebeu que na vida "você não é o motorista, apenas um passageiro" e acabou se tornando um adepto do pensamento "deixe a vida me levar". Que assim seja.

 

Leia outra entrevista de Celso Rossi concedida ao jornal OLHO NU em setembro de 2008, durante o XXXI Congresso Internacional de Naturismo.

 

Leia o primeiro e mais famoso livro de Celso Rossi "Naturismo: A redescoberta do homem" também publicado no youblisher

 

Para entrar em contato com Celso Rossi: celsorossi@live.com

 

*pedroribeiro@jornalolhonu.com

 

Leia mais sobre o V Encontro de Dirigentes Naturistas e Jubileu de Prata da Federação Brasileira de Naturismo.

 

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