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Jornal Olho nu - edição N°216 - Novembro de 2018 - Ano XIX

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Dora Solitária, Nua, Libertária...

 

Paulo Pereira

 

Independentemente do que possamos pensar, preferir, opinar, de maneira estritamente pessoal, a História (como tratado, resumo ou ciência, que estuda os eventos relativos a um país, povo, período ou indivíduo) é a memória dos acontecimentos datados, testemunhados, consagrados, fato que dispensa meros argumentos e que exige nossa melhor atenção. Os fatos históricos estão ligados pelo fio da historicidade (historicismo), pelo caráter do que realmente sucedeu no tempo, pelo conjunto doutrinário, filosófico, que considera a história como princípio, que explica ou justifica os valores e os elementos culturais. O conceituado escritor, natural de Moçambique, o poeta Mia Couto, biólogo, vencedor do Prêmio Camões, 2013, nos lembra que “a missanga, todos a veem, mas ninguém nota o fio que, em colar vistoso, vai compondo as missangas”... A historicidade é, pois, o fio precioso que compõe os fatos, os acontecimentos, os nomes ilustres, que protagonizam a história.

 

Ao longo da vida, como observa Mia Couto, “vamos ganhando muitas velhices”, quer dizer: vamos acumulando experiências, sabedorias... Dentro dessa estrita perspectiva histórica, longe de quaisquer esdrúxulos afagos ao ego, tenho salientado fatos e personagens referendados, especialmente no que diz respeito à grande saga nudista-naturista, como volto a fazer aqui e agora. A edição de agosto de 2018 do Jornal Olho Nu, por exemplo, publica uma breve releitura que faço do meu livro “Corpos Nus”, 1a edição, 1997, propondo mais uma reflexão serena sobre teoria e prática nudistas-naturistas, um texto sobretudo resumido, voltado aos estudiosos do Movimento. E, por acréscimo, a edição de agosto oferece ao leitor a oportunidade de rever minha histórica entrevista ao programa “Sem Censura”, em dezembro de 1994, além de igualmente disponibilizar a nova edição do livro “Luz Del Fuego, A Bailarina do Povo”, de autoria de Cristina Agostinho, obra inicialmente publicada em 1994, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, solenemente, ocasião em que a autora autografou um dos exemplares para mim, Paulo Pereira, falando em matar as saudades...

 

Capa da primeira edição do livro "A Bailarina do Povo", em 1994

Parece-me pertinente, então, tecer algumas considerações sobre o livro referido. Cristina dedica o texto à Eunice Vivacqua, “cujo carinho por Dora nos lançou nesta inquietante aventura em busca de Luz del Fuego”... Então, sempre tomado pelas saudades sem cura, junto-me à busca por Luz del Fuego, que tive o privilégio de conhecer pessoalmente, sem ideias pré-concebidas, uma experiência forte e reveladora, que tem me ajudado a repensar, por exemplo, os conceitos meio gastos que a maioria tem a respeito dos medos, dos pudores, da realidade objetiva da vida, do que entendemos frequentemente por normalidade. Reler o livro de Cristina constitui um reencontro rico, atemporal, que me faz perceber novos tons sutis nas luzes das verdades, das verdades nuas, por certo.

 

No prefácio do livro, assinado por Madu, Branca e Cristina, destaca-se a frase de Luz: “Vivo despida de preconceitos e ilusões à luz da verdade”, uma colocação direta e corajosa, que ressalta a nudez integral, de corpo e alma, sem disfarces ou eufemismos, o que certamente pode incomodar, ainda hoje, a plêiade de desavisados, de desinformados, que, sem discurso acadêmico e sem um real conhecimento dos fatos históricos, acaba se confundindo e elegendo alguns disparates em vez da verdade, muitas vezes imaginando, por exemplo, a existência de um naturismo especulativo, sem respaldo filosófico, sem nudismo... Quem tem medo de Luz Del Fuego? Quem tem medo da grande verdade nua?

 

Img: Pedro Ribeiro

Cristina Agostinho

As autoras do já referido prefácio, sem meias palavras, fazem uma revelação preciosa: “Inesperadamente, ela (Dora) nos remeteu a um ponto além da nossa expectativa. Chegou a nos incomodar, a nos tirar o sono. Mexendo com nossos preconceitos, sacudiu nossas convicções iniciais. Estávamos sim, diante de uma mulher desavergonhadamente à frente de seu tempo”... Como já tive a oportunidade de anotar, Dora sempre viveu fora da jurisdição comum do mundo, da sociedade vestida e formal, fato que tira muita gente boa de sua zona de conforto, sublinhemos. Madu, Branca e Cristina destacam: “Discutimos à exaustão o perfil psicológico de Luz, sua trajetória de vida, seus amores, seu comportamento sexual, fatos marcantes, situações decisivas. A narrativa romanceada impõe-se como forma ideal para captar a multifacetada personagem Dora – Luz del Fuego em todas as suas nuances, no seu trânsito permanente entre a realidade e o mito”... As três escritoras, no seu trabalho de busca e síntese, afirmam ter aprendido muito com Dora, com sua irônica lucidez, fazendo com que uma intensa simpatia se configurasse a respeito dela, Luz del Fuego, sempre desmascarando hipocrisias. Cristina, afinal, realiza com talento a sua narrativa ao longo de 267 páginas, divididas em várias partes resumidas. Ela principia falando do desaparecimento de Luz, naquele ano de 1967, citando a chegada do delegado Rui Dourado à Ilha do Sol, recordando a figura conhecida de Helio Luiz, companheiro de Luz, guarda portuário. Em 19 de julho de 1967, o barco de Luz havia sido encontrado à deriva, e ela não estava na ilha, que estranhamente tinha sido toda revirada... A morte de Luz del Fuego tem um sério sentido simbólico e histórico, como já tenho ressaltado várias vezes, fato que exige melhor avaliação ou percepção. O assassinato de Luz é, sobretudo, cultural! Cristina sublinha a importância das raízes, da grande família Vivacqua, pintando um rico cenário, que nos serve de base para um entendimento mais claro sobre Dora, sobre sua história incomum. Cristina nos faz entender que Dora não nos deixou meros rastros, mas sim fortes marcas, traços inconfundíveis de alguém que soube, sem medo, fazer história.

 

Img: divulgação

Branca Maria de Paula

Em seu livro, publicado em 1994, Cristina nos fala diretamente das origens, da infância, da juventude de Dora, um longo texto sempre bem dividido, perspicaz. Ao longo das muitas páginas, várias frases de Dora são reproduzidas em destaque, como verdadeiras epígrafes, o que pode até nos ajudar a compreender melhor as ideias essenciais de Luz del Fuego, a bailarina toda nua: “Quem tem a liberdade de todos os atos, despreza-a. Quem não a possuí, anseia por ela. Quem decifrará o enigma da vida?”... Entre as páginas 79 e 83, um pequeno arquivo de fotos ganha espaço, torna-se referência. Cristina ressalta, a seguir, a morte do pai de Dora e faz considerações sobre a finitude, as indiferenças, a solidão psicológica... Afinal, o assassinato do pai de Dora, Antônio Vivacqua, junto à porta de casa, era talvez a presença da tragédia envolvendo, desde cedo, a vida da família de Dora. E Cristina focaliza, igualmente, a amizade da família Vivacqua com o escritor Rubem Braga e comenta envolvimentos políticos, cita o nome de Getúlio Vargas, a luta contra o fascismo integralista, a agitação do cenário social da época. Na página 121, Cristina refere-se ao que chama de “Eva no paraíso”, anota as leituras apaixonadas de Dora, inclusive o texto famoso de Jean-Jacques Rousseau intitulado “Os Devaneios do Caminhante Solitário”... Dora amava a natureza indomável, sem vestes, sem pré-requisitos, sem falsos pudores, sem joguinhos de palavras, sem desculpas ou lendas. Cristina, com talento, retrata um instante precioso, feito de simplicidade, pleno de espontaneidade: “Ela se levanta e começa a correr pelo descampado. A sensação de liberdade aumenta a cada movimento das pernas e dos braços. Percebe, um a um, os músculos se movendo em harmonia, o vento acariciando-lhe os cabelos. O mundo externo não existe. Ela está no paraíso”... É inevitável, e magnífica, a semelhança com a icônica Salomé de Menotti del Picchia, corpo e mente desnudados, selvagemente livres! Essa é uma das mais significativas imagens de Dora, de Luz del Fuego, que modestamente posso atestar, sobretudo pela experiência pessoal que tive com Dora, com Luz del Fuego, a nativa solitária, tão distante, tão próxima, tão viva, tão livre... Luz del Fuego faz muita falta, especialmente nesses tempos surrealistas, desfocados, fragmentados. Dora foi sempre muito lúcida, uma inteligente contradição de expectativas medíocres, conservadoras, e uma notável vencedora de maratonas existenciais. Dora, desde muito cedo, era uma chama viva da natureza nua, uma luz de fogo estelar.

 

Img: Arquivo governo ES

Luz concede entrevista a repórter na década de 50 (sem maiores referências)

Cristina Agostinho salienta, em seu livro, a aflição que Mariquinhas, irmã de Dora, sentira ao ver a irmã sedada, dopada, como se fosse uma doente grave. Já naquela época, algumas perguntas estavam no ar: “Qual o motivo que nos obriga a refrear nossos desejos? Simplesmente o olhar alheio?”... Eis uma boa reflexão para o momento que vivemos em meio à tanta desinformação! Segundo Cristina, Dora afirmava sempre que a sedução não está na nudez, mas sim nas roupas que vestimos.

 

Img: Arquivo governo ES

Luz del Fuego treinando com as cobras

O tempo passa, como narra Cristina, e o dia a dia meio vazio começa a criar um grande tédio para Dora, que então vivia confortavelmente ao lado de Mariano, como boa dona de casa... Dora procura novas atividades e consegue, inclusive, tirar o brevê de piloto no Aeroclube e praticar saltos de paraquedas. A união com Mariano se desgasta e chega ao fim. Surge então, a vez efetiva dos palcos e Dora é chamada de “Luz Divina”. A bailarina nua e suas cobras chamam a atenção de todos em apresentações de forte impacto. Cristina descreve uma dessas cenas: “O assombro toma conta da plateia. Depois, ao ritmo cadenciado de um batuque, a bailarina desenvolve uma coreografia feita de contorções e volteios, ao mesmo tempo que as jiboias se enroscam e desenroscam pelo seu corpo, ora escondendo a cabeça nos logos cabelos negros, ora aparecendo misteriosamente entre as pernas... A bailarina sente os olhos dos homens devorando-a. Quando o número termina, o público vem abaixo. Aplausos, gritarias, assobios”... Luz del Fuego, a bailarina do povo, toda nua, faz sucesso e provoca um turbilhão de emoções.

 

Capa do livro de autoria de Luz del Fuego

Cristina registra também a publicação do livro “Trágico Blackout”, Livraria-Editora Coelho Branco Filho, primeira edição, 1947. Esse livro de Dora conta a história de uma prostituta que busca a regeneração e esbarra no preconceito social, com uma linguagem direta, meio crua, com descrições de cenas sexuais, fantasias eróticas e lesbianismo. O livro atrai, até escandaliza, expõe, afinal, algumas chagas da sociedade conservadora, hipócrita e machista. E Cristina, então, enriquece seu livro com mais um pequeno arquivo de fotos, entre as páginas 159 e 161. O texto de Cristina mostra-se abrangente, a mulher Dora Vivacqua e a atriz Luz del Fuego, a rebelde solitária e a pioneira nudista-naturista do Brasil... Finalmente, é feito o registro da publicação do livro “A Verdade Nua”, 1950, obra pioneira, que representa concretamente os alicerces filosóficos e históricos do Movimento no Brasil, primeiro texto em português, original, sobre a teoria e a prática nudistas-naturistas em nosso país.

 

Capa de outro livro de autoria de Luz del Fuego

Cristina recorda que Dora dizia que “um nudista é uma pessoa que acredita que a indumentária não é necessária à moralidade do corpo humano; não concebe que o corpo humano tenha partes indecentes que se precisem esconder”... O livro “A Verdade Nua” é um marco, um desafio, um convite, um choque de realidade e, talvez por isso, seja em parte muitas vezes esquecido, menosprezado, sobretudo, pelos falsos eruditos que atormentam nossa paciência e inteligência. Cristina ressalta igualmente o lema defendido por Dora de “menos roupa e mais pão”, e cita a atriz Jane Mansfield, o carnaval carioca, o retiro voluntário de Luz del Fuego na famosa Ilha do Sol, lembrando palavras que Luz repetia com muita sinceridade: “Vivo entre os meus cães e o fiel Edgar: são esses os meus companheiros na ilha. Minha vida é despreocupada e eu gozo, em todo o seu esplendor, o contato com a natureza”... Dora vivia, de fato, serenamente no seu retiro da Ilha do Sol, fato que testemunhei pessoalmente várias vezes, com inteira tranquilidade, nos últimos anos da vida de Dora.

 

Img: Wikipédia

Ilha do Sol - Rio de Janeiro

Cristina, estudiosa, reproduz no capítulo intitulado “Luz que não se apaga”, uma carta de Dora dirigida à Federação Internacional, propondo uma eventual adoção da Ilha do Sol pela Federação Internacional, a fim de obter recursos indispensáveis à reforma e à ampliação das instalações do chamado “Clube Naturalista Brasileiro”... Observemos que Dora tentou de tudo para conseguir êxito na obtenção de recursos, sem entretanto conseguir seu objetivo. Cristina faz uma anotação muito clara: “As promessas eram muitas, mas nenhum governante daria guarida àquela pretensão, num momento em que a classe média das capitais saía às ruas, de rosário nas mãos, para manifestações como a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”... Embora Luz del Fuego não se enquadrasse no “perigo vermelho do comunismo”, sua política do corpo representava uma parte do pensamento libertário que o golpe de 1964 queria erradicar do país”.... Palavras fortes, fatos históricos afirmados! Luz del Fuego sempre incomodou todos os fariseus com sua liberdade sem medo. Precisamos, afinal, prestigiar sempre a história, o bom conhecimento, evitando desconstruções e invencionices descabidas. Eu, Paulo, não ouvi falar de Dora; eu a conheci pessoalmente e passei dias inteiros na Ilha do Sol, conversando serenamente com Dora, uma vivência que não tem preço, preciosa. Suponho, então, que seja oportuna a releitura do meu artigo “Dora Vivacqua, Luz Centenária”, que escrevi em fevereiro de 2017, por ocasião do centenário de Luz del Fuego, pois recordar é viver. Luz del Fuego não é um mito vazio, uma simples extravagância apimentada, mas efetivamente uma mulher corajosa, natural, atuante, verdadeira, datada, inesquecível.

 

Img: Trlhas e aventuras

Na Praia do Abricó no Rio de Janeiro há nudismo registrado desde o início da década de 60

Cristina Agostinho, em seu livro afirmado, procura construir um retrato de corpo inteiro de Dora e consegue, sobretudo, propor reflexões importantes ao leitor mais atento. O livro, repitamos, foi lançado em 1994, no mês de maio, exatamente 30 anos depois que eu iniciei concretamente a boa prática nudista-naturista na Praia do Grumari/ Abricó, criando igualmente os “Comandos Naturistas”, ação pioneira testemunhada, em pleno regime militar, sem bravatas, sem qualquer faz-de-conta, com simplicidade, seguindo, em certa medida, as lições de vida que recebi de Dora, de Luz del Fuego. Isso é história!...

 

Img: Hernani Pereira

A nudez inocente e natural

Passados mais de vinte e quatro anos do lançamento do livro de Cristina, é mister ter em mente a importância da luta contra o velho obscurantismo, contra todos os radicalismos (de direita e de esquerda) e contra toda a cansativa pudicícia, contra o irracional tabu da nudez. A quem interessa tentar denegrir a figura imortal de Luz del Fuego? A quem interessa inventar fragmentações e antinomias dentro do Movimento Nudista-Naturista? A quem interessa aparentar uma insensibilidade diante dos livros, das obras datadas, afirmadas? A quem interessa difundir as pós-verdades em vez da historicidade atestada? Os descaminhos, salientemos aqui, interessam principalmente a todos que pretendem dividir para reinar. É inadiável uma atitude cidadã, que dignifique a vida e a liberdade plena. O legado de Luz del Fuego, como Cristina sublinha nas páginas lúcidas do seu livro, é irrecusável, um grande choque de realidade, de verdade nua e de historicidade. É fundamental compreender, de uma vez por todas, que o legado de Luz del Fuego é digno, libertário, voltado para o natural, mas rigorosamente distante de qualquer licenciosidade gratuita, de qualquer pornografia, de qualquer estímulo ao desacato social. A nudez natural nunca foi sinônimo de indecência, de permissividade, anotemos aqui e agora. O texto de Cristina, multifacetado, mostra-se claro ao salientar a verdadeira imagem de Dora, uma mulher incomum, à frente do seu tempo.

 

Entre as páginas 229 e 231, está colocado mais um pequeno conjunto de fotografias, destacando Luz del Fuego sem véus, vestida de nuvens como os famosos monges jainistas da Índia milenar, sem culpas, sem pecados, naturalmente. E, além disso, infelizmente, algumas fotos dramáticas da retirada dos corpos de Dora e de Edgar das águas da Baía de Guanabara, em 1967: o lado trevoso do ser humano, a intolerância realizada, o assassinato cultural concretizado...

 

A obra de Cristina é um trabalho sério, idôneo, acadêmico, e pede nossa melhor consideração. Cristina Agostinho, professora, escritora, nos ofereceu uma obra que vale, acima de tudo, pelo conjunto de dados e de testemunhos, pelo texto bem escritos, pelo zelo diante da verdade dos fatos, pela coragem de dizer toda a verdade nua, mesmo não sendo um livro essencialmente nudista-naturista. O texto é bem pesquisado, com foco histórico, um convite a novas leituras e releituras. Cristina sabe como estimular o leitor a buscar sempre mais, suscitando emoções, tecendo cenários fortes, fazendo jogos perspicazes de pontos e contrapontos: “Hoje, quase trinta anos passados de sua morte (1967), no reino paradisíaco da Ilha do Sol, a não ser pelo desenho de duas serpentes no terraço da casa em ruínas, nada lembra a presença de Luz del Fuego. Apenas o grito das gaivotas e o lamento do mar evocam a sua memória. Um réquiem da natureza para a bailarina do povo”... Mas a luz de Dora é eterna, realmente uma chama que não se apaga. Fica em mim, Paulo, a certeza de um viver maior, atemporal. A releitura da obra de Cristina aponta bons caminhos em vez de atalhos cômodos. O livro de Cristina, reeditado, atesta afinal que a liberdade nua ainda não morreu. A busca por Luz del Fuego pode ser efetivamente alcançada ou concluída, pela mente e pelo coração, se conseguirmos desprezar o superficial, o preconceituoso, o óbvio vazio, indo ao encontro das essências, da simplicidade, do infinito.

 

Em tempo: Aos estudiosos, sobretudo, estão aqui recomendadas as seguintes releituras:

1) “A Verdade Nua”, Luz del Fuego, 1950.

2) “Sudamerika”, Paulo Pereira, “Freies Leben”, n 127, 1966/ Frankfurt, Alemanha.

3) “Luz del Fuego”, Aguinaldo Silva e Joaquim Vaz de Carvalho, 1982.

4) “Luz del Fuego: pioneira do nudismo no Brasil”, Jorge Bandeira, editora Acauã, 2005.

5) “Corpos Nus”, Paulo Pereira, 1997, 2000 e 2006 (capítulo “O Naturismo no Brasil”), editora Livre Expressão.

6) “A Verdadeira Luz del Fuego”, Thiago de Menezes, 2011, Editora All Print.

7) “Da Identidade Nua”, Paulo Pereira, 2015, “O Pensamento Nu”, Jornal Olho Nu, internet.

 

Paulo Pereira é biólogo, naturista fundador da ANB (Associação naturista do Brasil), jornalista e escritor, estudioso do Naturismo.

 

(enviado em 31/10/18)


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