') popwin.document.close() }
![]() |
Jornal Olho nu - edição N°153 - Agosto de 2013 - Ano XIV |
![]() |
Anuncie aqui |
||||
A vitória da persistência por Pedro Ribeiro*
Então, o dois, Edval e Jorge, resolveram colocar um anúncio nos classificados de um jornal convidando pessoas para participarem de um grupo naturista em formação. Isto aconteceu cerca de 15 anos atrás. Foi uma batalha árdua durante cinco ou seis anos de persistência até a fundação do grupo há 10 anos. A maior parte das pessoas que ligava para o número de telefone no anúncio só estava interessado em sacanagem, troca de casais ou outras variantes sexuais. Naturista era raríssimo. E para complicar o anúncio sempre era publicado na seção após os anúncios de "massagistas" que ofereciam justamente aqueles tipos de serviços. Depois de muitas tentativas e esclarecimentos por telefone, conseguiram marcar uma reunião na casa de Jorge, com seis ou sete pessoas, juntamente com sua ex-esposa, Viviane. Considera esta a primeira reunião oficial do Graúna, com tudo devidamente documentado em uma ata de fundação, em 25 de julho de 2003.
Desde então os encontros do grupo têm sido regulares e no mínimo uma vez por mês. Ele se lembra de apenas em uma ocasião, por causa de um carro quebrado, acabou cancelando o encontro do mês. O naturismo foi e tem sido uma prioridade na vida de Jorge, como também são o teatro e a leitura, hábitos dos quais ele não abre mão.
O Grauna nesta década de existência somente teve três presidentes: Jorge Bandeira, fundador e primeiro presidente e novamente eleito para a atual gestão, Nalva e Iran Lamego. Houve um pequeno período de vacância.
O local onde está sendo concedida a entrevista e que o Graúna faz suas reuniões já completa oito anos de uso. Localiza-se no km 32 da Manaus- Itacoatiara. O sítio pertence ao prof. Paulo, membro do grupo que o cede mensalmente para os encontros. Em meio a estes anos chegaram a ter também reuniões realizadas em um outro sítio chamado Barcelona, emprestado por outro membro, mas acabaram retornando ao atual por achar as instalações mais adequadas para a prática da filosofia do Naturismo.
A sociedade de Manaus não tem uma grande receptividade com o Naturismo como se esperaria, mesmo tendo quase toda suas raízes fincadas no passado da cultura índigena. Mesmo a mídia local tendo dado ampla divulgação ao grupo e ao Movimento, sempre sobressai a ideia machista do corpo humano visto como objeto erótico, e que em Manaus é muito presente, acaba por sufocar a ideia mais ingênua de como era a visão indígena anteriormente. Então a receptividade não é tão boa como gostaria. "É uma grande luta para que o povo amazônico reconheça também a nudez como sua identidade", afirma.
Para exemplificar o dito acima Jorge mostra que nestes 10 anos apenas um índio permaneceu como membro frequentador do Grauna, da tribo dos Kokamas. Os índios sofreram um grande processo de "deculturação". Para eles a roupa já faz parte de suas culturas.
Pela sua formação libertária, não gosta muito de uma organização hierárquica. Considera que o Grauna é feito pelas pessoas que frequentam seus encontros, ou que já passaram pelo grupo e que estejam aliados com os ideais de recuperação da cultura indígena, sobretudo a nudez, mas também pela preservação da natureza, fundamentalmente, como também a preservação da memória dos naturistas que os antecederam. São as pessoas que abraçam essas causas que fazem o Grauna.
Para os próximos dez anos Jorge sonha com uma sede própria e definitiva. A próxima meta aponta como ajudar o naturista Joel, que está no grupo desde o começo, a beneficiar o terreno recém adquirido por ele para um possível uso do local. Outro sonho é construir uma primeira comunidade naturista no Amazonas numa área de várzea pertencente a sua família, que escapem dos padrões industriais vigentes com uma cultura de subsistência.
Para finalizar Jorge conta que a FBrN tem dado sempre todo o apoio ao Grauna e a recíproca é válida, com o Grauna sempre apoiando a federação nos já diversos problemas e questões surgidos nestes anos.
Quem quiser participar do Grauna pode consultar o site da associação www.graunaam.com.br onde encontrará os telefones de contato. Então marcará uma entrevista simples, para travar o primeiro conhecimento. Não há restrição a ser apenas casais, pois no momento vivem um bom equilíbrio entre o número de homens e de mulheres.
Ouça a entrevista concedida na íntegra clicando na imagem a seguir:
entrevista concedida em 14/07/2013 Fotos de Pedro Ribeiro e cedidas por Jorge Bandeira
*Editor do jornal OLHO NU
Leia também: NATEspecial: Graúna festeja 10 anos em sítio naturista NATEspecial 2: Uma noite de muita alegria NATEntrevista 2: Padre Roberto Valicourt: Naturismo é ecumênico, ou mais ainda |
|||||
Olho nu
- Copyright© 2000 / 2013
Todos os direitos reservados.