') popwin.document.close() }

Jornal Olho nu - edição N°96 - novembro de 2008 - Ano IX

O Futuro do Naturismo: abrir para festas adultas?

Uma pequena entrevista concedida ao jornal OLHO NU, na edição de outubro, por Eduardo Oide, proprietário da única agência de turismo brasileira considerada naturista, provocou uma grande reação dos naturistas de norte a sul do Brasil. Segundo Oide, o naturismo somente tenderá a crescer se a ele forem agregados outros atrativos, como por exemplo as festas adultas, com um conceito mais sensual e até erótico, mas nunca resvalando, acrescenta, para a pornografia ou sexo.

OLHO NU recebeu diversas opiniões de maneira indireta que foram repassadas por grupos de discussão virtuais. Eis aqui algumas opiniões.


Olá Amigos

Achei muito interessante a entrevista do Eduardo Odie ao Jornal Olho Nu (ver em http://www.jornalolhonu.com/jornais/olhonu_n_095/congres/entrevista01.html).

Existe uma observação que ele faz que destaco no trecho abaixo (por favor leia a reportagem para entender o contexto do comentário):

"É necessário agregar ao Naturismo também outros elementos, como a gastronomia, festas... Aliás até mesmo as sensuais, as adultas. No México, por exemplo, o resort Caribbean Reef Club, próximo a Cancoon, promove festas temáticas, como a festa do pijama e a do baby-doll. Ali os naturistas podem se divertir revelando-se mais sensuais. Este é um dos centros naturistas que mais crescem no mundo".

Eduardo lembra, no entanto, que este resort não aceita menores de 18 anos como hóspedes em nenhum momento. Mas acrescenta que "o naturismo tradicional não dá futuro comercial".

Talvez o conceito do Naturismo/Nudismo deva ser ampliado para englobar outros grupos de pessoas que não encaram o naturismo como filosofia de vida. Um exemplo são aquela pessoas que gostam de ir a praia ou um clube para tomar sol pelados, num ambiente social normal, como se fosse a um clube convencional, sem contudo querem abraçar a filosofia naturista.

O que acham dessas idéias e observações apontadas na reportagem?

Abraços

 

Joaquim

(enviado em 6/10/08)
 


"Li a reportagem e acho que o Eduardo errou em falar que "o naturismo tradicional não dá futuro comercial" num contexto em que os naturista não estão mesmo querendo ganhar dinheiro com naturismo e sim praticar o naturismo e sua filosofia. Não achei a frase pesada porque ela foi dita por um empresário de turismo, que como já foi colocado visa lucro então, dentro da realidade dele, esta dentro do contexto, só achei infeliz colocar isso assim de forma tão explicita num jornal naturista, como no caso o Jornal Olho Nu, enfim.

Uma coisa que acho que seria legal, sem perder a tradição ou sem pensar em naturismo “adulto” como foi colocado seria fazer encontros em restaurantes ou bares ao natural. Mandei uma matéria ao Pedro sobre isso inclusive mas não foi publicado, imagino que com as histórias do Congresso a mil, enfim trata de uma reportagem sobre restaurantes e yoga em Nova York , bem legal mesmo, que conta que agora é a ultima moda se fechar um restaurante para se fazer um jantar ou happy hour, isso nas avenidas mais famosas de Nova York, diz a reportagem que existem mais de 50 bares e restaurantes que fazem o “naked dinner” (jantar nu). A matéria fala também do “HotNudeYoga” ou de lugares onde se tem espetáculos onde todos estão nus.

Na verdade acho que a maior falha da entrevista foi não direcionar as coisas para um lado saudável, procurando não somente o lado comercial, mas também proporcionar algo interessante a um público naturista que até curtiria uma noitada diferente nesse sentido. Vejo aí que mesmos os jantares e happy hours vestidos promovidos pelo PAULINAT e NIP são sempre uma grande festa, se fosse num lugar onde poderíamos estar ao natural, talvez fosse ainda mais gostoso.

Sei que a gente passa uma vida querendo mostrar para as pessoas que o naturismo NÃO TEM conotação sexual daí vem alguém e diz que seria interessante fazer tudo às avessas, é muito difícil de engolir.

Quantos às perguntas, somente respondo o seguinte, não tem naturismo este ou aquele, o naturismo é um só, uma filosofia de vida pautada numa ética que visa a boa convivência entre todos, agora o resto é como cada um é, ou se comporta na sua própria vida, daí vai de cada um, da moral e ética pessoal.

Um saludo

 

Miriam e Franco

(enviado em 7/10/08)


Gostaria de fazer algumas ponderações sobre o texto do Eduardo.

Não vejo com bons olhos essa proposta de turismo com "temática adulta" dentro do naturismo, festa do pijama e baby-doll não combina em nada com a filosofia do naturismo.

É fato que a participação de famílias no movimento naturista caiu muito nos últimos ano, e parece-me que pouca gente atentou para esse fato, mas dai a vislumbrar que o turismo naturista só pode sobreviver as custas de "festas privé para adultos" vai uma diferença muito grande.

Clubes como o Caliente Resort, desfiliado recentemente da AANR e INF, e que era amplamente freqüentado por famílias, começaram a investir nessa de "naturismo para adultos", o resultado é que se tornaram exclusivamente um Clube Swinger, tanto é que hoje não fazem mais parte dos clubes indicados a convivência de famílias.

A desculpa foi a mesma, "o naturismo nos moldes atuais não atraem os jovens, que estão a procura de um algo mais"

Sabe-se que hoje é o turismo sexual que anda a passos largos, vide os clubes do Caribe e os Hedonistas da vida, muitos com espaço para o nudismo social ADULTS ONLY.

O conceito legitimo de naturismo, só existe se tivermos a participação de familias envolvidas, quando se elimina a presença dessas, abre-se espaço para que os tais encontros "somente para adultos", se transformem em outra coisa, a realidade confirma esse dado.

Prefiro remar numa direção totalmente oposta, acredito que o futuro e existência do turismo naturista está centrado nos valores familia, antes de se espelhar e copiar modelos de "clubes sensuais", vejam o exemplo de espaços naturistas franceses como o La Jenny, Laborde, Belezy e o Sabliere, que conseguem se manter ativos economicamente sem perder sua característica voltada a familia.

É extremamente arriscado para a continuidade do naturismo, enquanto filosofia, essa prerrogativa de "naturismo para adultos", principalmente no nosso Brasil.

Em tempo, atualmente a grande frequencia em praias naturistas, talvez até nos clubes, são de pessoas que não querem se envolver com o movimento, apenas curtir um solzinho sem marca de sunga ou biquíni, logo, não é preciso que se abra espaço para "outros grupos de pessoas"

Abraços

Flaviano

(enviado em 7/10/08)
 


OI GENTE BOA, GENTE NUA, GENTE NATURISTA!

EXCELENTE ESTE COMENTÁRIO.

SE DEPENDER DE MIM ESTE TIPO DE TURISMO PARA ADULTOS NO NATURISMO VAI PARA AS CUCUIAS, OU BUSCO A SEGURANÇA ENTRE OS MEUS! QUALIDADE E NÃO QUANTIDADE.

AOS QUE PRECISAM VIVER DO NATURISMO DESTA FORMA, MEU RESPEITO, PORÉM NÃO CONTEM COMIGO!

PS RESPEITO AQUI NO SENTIDO DE NÃO DESEJAR A RUÍNA DE NINGUÉM!

JORGE BANDEIRA

(enviado em 7/10/08)


Concordo com você Jorge,

Não acredito que precisemos disto. Antes de pensarmos nestas propostas precisamos aceitar melhor os sozinhos, sozinhas, homossexuais e outras minorias, até mesmo os "têxteis" que nos países europeus transitam tranquilamente nos mesmos espaços onde é permitido o naturismo.

Precisamos amadurecer muito ainda.

Abraços

Renata

(enviado em 7/10/08)


Amigos e Amigas,

Gosto de certas posições do experiente naturista Paulo Pereira, o autor de CORPOS NUS. Ele diz, não necessariamente com essas palavras, que tem gente que adora inventar coisas no âmbito do naturismo... e ele tem razão...

Estou com vc Jorge...e mais uma vez...

Nós do Pará estamos fora desses interesses e aqui não rola esse negócio de naturismo para adulto... hoje somos 22 pessoas adultas e 3 crianças e se ficarmos assim por cinco ou seis anos estará bom demais... qualidade gente.. qualidade.. e não estamos nem aí para o casamento entre COMÉRCIO & NATURISMO... nem aí mesmo. Viver do comércio no campo do naturismo, sem certas apelações, tudo bem... Arnaldo no Mirante, Valdir e Fátima no Recanto são exemplos do bom uso do comércio vinculado ao naturismo...mas buscar certas "opções", como a mencionada, descartamos totalmente... e tomara Arnaldo, Fátima e Valdir, além de outras pessoas que ganham dindin do naturismo, mantenham sempre essa postura tão interessante nessa relação entre comércio e naturismo.

Tem cada uma... há tantos assuntos a serem debatidos e aprofundados...

João Carlos -

SONAPA/PA

(enviado em 7/10/08)


Boa noite, gente bonita naturista!

Nossa, é mesmo meio complicado pensarmos em Naturismo e ao mesmo tempo em ganhos financeiros. Porém, lembro-me que numa certa ocasião o amigo Celso Rossi nos disse que devíamos pensar na "profissionalização do Naturismo antes que aventureiros o façam". Foi mais ou menos assim que ele nos falou. E concordo com ele!

O amigo Douglas Amaral cita o exemplo do clube de hedonismo que tentaram implantar numa área naturista no Rio de Janeiro, que poderia ter sido sucesso, e não nos atingiria, se não tivessem vinculado o projeto ao nome "Naturismo". Infelizmente, este é o ponto crucial do problema porque as pessoas querem montar diversos projetos (festas, casa de shows, swingers, etc) mas divulgam atrelado ao nome "Naturismo". E nada podemos fazer porque a palavra NATURISMO não é de nosso domínio. Por isto ficamos sempre nesta fragilidade cada vez que algo de negativo acontece.

Talvez seja isto que o Eduardo, da MDM, tenha dito e talvez não tenha se expressado direito. Existe muito espaço para ser trabalhado por pessoas que desejam viver do comércio naturista. Vejam o exemplo da Brasil Naturista. Parece-me que a empresa é a fonte de renda principal do Marcelo. E nós aplaudimos o que ele faz! Outros empreendimentos estão conseguindo gerar lucros, ou se manter. Existe, sim, ainda muito espaço para crescer.

Porém, devemos nos perguntar o que queremos para o Naturismo no Brasil? Queremos muita divulgação, muita gente naturista nas áreas naturistas, festa, turismo, ôba-ôba? Ou queremos pequenos grupos, sem publicidade, sem mídia, tudo bem simples ao natural? Qual dos dois modelos é o ideal?

Nosso novo projeto, Naturismo Capixaba, pretendemos que seja uma pequena célula, bem natural. Mas são opções!

Bjks

 

Maria Luzia de Almeida

(enviado em 7/10/08)


Míriam

E que tal o modelo nuditista? O direito de andar nu sem ser incomodado pelos têxteis e pela policia. Naturista desde 2005, ainda me causa incômodo ter que me esconder para tomar banho nu nos rios e igarapés da Amazônia. Aqui, quando éramos nus , o pudor era um atentado à nudez. Mas chegou o civilizado - senhor do bem e do mal - e acabou com tudo, decretando que a nudez é um atentado ao pudor. N-A-T-U-P-A-R-I

Carlos Sena

Nu sempre que possível

(enviado em 7/10/08)


Caríssima Maria Luzia, uma vez saiu publicada aqui uma foto aqui de um lugar chamado Parco della Rocca di Manerba del Garda que deu a maior discussão nos grupos italiano que faço parte, e era mais ou menos assim como você falou ai (as diversas imagens apresentadas são de vários casais transando numas pedras, com cenas totalmente explícitas.), vou colocar o link abaixo para quem quiser ver a matéria. Na época se chegou a conclusão que não se tratava de lugar naturista e como foi exposto na própria reportagem se tratava de nudistas e pessoas que praticam a troca de casais, que então não tinha nada de naturismo, acho que no caso citado por você pode ser que se trate da mesma coisa, porque digo pelo menos no que se refere a Itália este negocio de sexo em ambiente naturista seguramente não existe, muito pelo contrario o ambiente naturista por aqui é muito familiar.

http://sitesearch.corriere.it/gallery/Cronache/vuoto.shtml?2008/08_Agosto/manerba/1&1

O nosso amigo grande Arnaldo, com o Mirante do Paraíso é a maior prova de que um empreendimento não precisa ser apelativo para sobreviver, da mesma forma cito o Recanto Paraíso, agora a Chácara Paraíso Goiasnat, Praia do Pinho, me parece oportuno colocar que os naturistas tem que, cada vez mais, valorizar estes lugares naturistas, dando a eles chance de uma sobrevivência digna somente com o naturismo.

Beijos

Miriam Zorzella

(enviado em 13/10/08)


Essa história de "na Europa os espaços naturistas funcionam assim e assado" chega a ser hilária. Já vi gente defendendo (por exemplo) a segregação dos solteiros porque na "Europa é assim" e já vi gente defendendo exatamente o contrário (a não segregação) porque "na Europa é assim".

A impressão que tenho é que este é um argumento fácil; como poucas pessoas tem as condições para ir até a Europa e ver como é ou não é praticado o naturismo por lá, pode-se defender qualquer postura ou seu oposto, e passar a impressão que "isso é que é naturismo" e que todos os que não concordam estão errados.

Mesmo que fosse verdade que na Europa naturismo fosse sinônimo de orgias públicas, isso não significa que devamos fazer o mesmo. Creio que todos aqui temos maturidade suficiente para decidir o que queremos ou não para nossas vidas e para nossas famílias, independente do que os outros dizem que seja feito num continente do outro lado do Atlântico.

Forte Abraço

Naturalmente

Estevão Prestes

(enviado em 13/10/08)


Amigos, Bom dia!

O e-mail endereçado a mim tem a apresentação de Pierre & Vancances e seus diversos empreendimentos. Fui pesquisar na Net e descobri que é uma empresa superconceituada na França, líder de locação de imóveis e pacotes turísticos. Algum engraçadinho montou um Spam, com imagens de sexo, e o creditou ao grupo que possui outras empresas, Maeva e MGM. Será que podemos acreditar que um grupo tão forte iria denegrir sua imagem desta forma? Será também que o Sr. Ramalho sabe que em qualquer praia deserta, mesmo não naturista, pode-se praticar sexo e tirar fotos?

Então, acho que a pessoa que enviou para mim recebeu um Spam e tomou-o como verdade absoluta. Muito ingênuo???!!!!!
Beijos

Maria Luzia

http://br.franceguide.com/Viagens-tematicas/Ultramar/Os-destinos/Guadalupe/Groupe-Pierre-Vacances.html?nodeID=399&CpyEditoId=116036

(enviado em 13/10/08)


Caro Carlos Sena acharia ótimo se o mundo voltasse as suas origens nesse sentido seria ótimo mesmo, resgatar este lado mais humano do homem. Olha na década de 80 recebi na minha casa em São Paulo uns 15 índios do Parque Nacional do Xingu, me lembro que as crianças (um de 6, 7 e 9 anos) estavam super entusiasmadas porque iam ver os índios pessoalmente e me lembro bem que quando eles chegaram vestidos feito homem branco minha filha então com 6 anos fez uma careta e falou: - isso daí que é índio? E saiu pisando forte. Depois disso o Megaron e o filho menor dele moraram na minha casa por uns 4 a 5 meses, tivemos nesse período visitas constantes de índios, não somente do Xingu mais também do Pará, confesso que vivi uma experiência muito forte e única, mais isso é outra estória.

Como bem colocou o Fernando Pina, quanto ao Naturismo penso que ser simples é uma das suas características mais importantes.

Depois deste encontro que tivemos em Tambaba, onde a gente viveu uma grande confraternização, momentos de grande alegria, esta vivencia conjunta, estas festas que fizemos, sinceramente, acho mesmo muito bom e vejo apenas aspectos positivos nisso. O naturismo crescendo e se fortalecendo de uma forma sadia, é tudo de bom.

Quanto aos desacompanhados (homens e mulheres) tivemos em Tambaba uma vivência muito legal, ficamos em 11 pessoas num quarto, 2 casais, o restante eram pessoas desacompanhadas, sendo que no total de 11, 4 eram mulheres e 7 eram homens, todos ali vivendo numa boa, a gente dormia e acordava nu, tomava banho de porta aberta, não existiu 1 momento de constrangimento, muito pelo contrario vivemos em grande harmonia, demos muitas risadas, e fomos solidários um com o outro, chamaria isso de verdadeira convivência naturista. Também por isso dou o maior apoio ao que a Renata falou.

Ylton caríssimo também sentimos muitas saudades de você, vamos ver se a gente se encontra no CONGRENAT em março, ou então quando passarmos por SP em fevereiro.

Beijos a todos

Miriam e Franco

(enviado em 13/10/08)


Amigos,

Ainda sobre o turismo naturista. Recentemente na Itália circulou a seguinte notizia (tradução livre):

"Na Região de Piemonte, o diretor regional Marco Travaglini, propôs o investimento de 1,5 milhão para a criação de áreas destinadas aos nudistas nessa região, especialmente próxima a lagos e que possam garantir a segurança de quem curta suas ferias por lá.

As críticas partem dos católicos locais, que não vêem com bons olhos esse tipo de pratica. Mas Travaglini defende que investir no turismo naturista, é uma maneira de captar os centenas de nudistas que a cada ano, curtem ferias em paises como a França, Grécia ou Espanha, o que beneficiaria o turismo local."

fonte: http://www.julienews.it/notizia/13660_piemonte-15-milioni-per-campi-nudisti-ed-e-polemica.html

Quem frequenta áreas naturistas publicas a algum tempo, sabe que a aceitação da população local quase sempre acontece por conta dos benefícios turísticos e econômicos trazidos

Aproveito então e sugiro que, por ser uma tema complexo e importante, o "Turismo Naturista e suas Implementações" esteja em pauta para o Congrenat de 2009.

Abraços a todos

Flaviano

(enviado em 14/10/08)


Olho nu - Copyright© 2000 / 2008
Todos os direitos reservados.