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Ecologia e Naturismo

texto e fotos por Pedro Ribeiro*

 

O desenvolvimento do Naturismo no Brasil tem trazido ao longo desses anos novas opções para quem gosta de praticar a filosofia entremeada com outros conceitos filosóficos. Após o novo impulso ocorrido a partir da década de 80 com a aparição da Praia do Pinho, o modelo de Naturismo foi justamente o adotado naquelas paragens: praia, ar livre, separação entre casais e solteiros, lazer e férias. Depois começaram a surgir os grandes clubes com visão residencial, as pessoas passariam a viver no local, trabalhando e estudando, tais como a Colina do Sol e Rincão. Depois vieram os pequenos clubes de lazer, em que se paga para entrar e desfrutar de recreação, lazer e descanso, entre outras modalidades.

Um novo conceito vem surgindo agora: o Naturismo mesclado à Ecologia. Viver, nem que seja por algumas horas, verdadeiramente em meio à natureza selvagem ou pouco modificada. Embora nas regras do naturismo mundial há a preocupação com o meio ambiente, esta preocupação pouco aparecia de fato nas atitudes dos frequentadores ou dos proprietários.

Como exemplo mais fiel desse novo conceito surge o Centro Ecológico Helio Marinho Jurubá, localizado na Ilha do Araújo, no litoral de Paraty, no estado do Rio de Janeiro. A propriedade de 15 hectares está incrustada em meio a uma densa Mata Atlântica, cheia de animais selvagens, entre pássaros, macacos, iguanas, cobras e outros típicos da região, que convivem harmonicamente com os proprietários e empregados do local.

O Centro é constituído de um casarão de 5 quartos, (em breve totalizará 14), muito amplos e arejados, no meio da floresta. As mais diversas espécies de pássaros fazem a festa todas as manhãs, acordando os hóspedes de maneira natural. Uma grande sala convida à convivência salutar, diante de uma lareira que somente é acesa nos dias muito frios do inverno. A sala das refeições é intimista, pois uma grande mesa retangular toma o espaço e facilita a conversa. Conversa, aliás, que é a atividade dominante. Muito bate papo e muitas histórias para serem ouvidas do casal Tereza e Francis, proprietários, ou contadas pelos hóspedes. Um belo convite para resgatar algo que anda esquecido em nossa sociedade urbana.

A partir da casa há trilhas em meio à mata, porém feitas pela mão do homem, com iluminação rasteira e escadas em vários pontos, que levam às principais atrações locais. Pelo caminho pode-se observar o cuidado em que há com a preservação ambiental, onde não há limpeza dos terrenos, sem recolhimento de folhas, galhos e até troncos caídos, pois eles se transformam em húmus, evitando a erosão e completando o ciclo vital. Somente as trilhas são conservadas limpas.

Uma das trilhas leva a uma área descampada, porém cercada de vegetação fechada onde serão instaladas as quadras de vôlei, e outros esportes, além de um caramanchão e local de convivência. Uma outra leva ao pequeno atracadouro, por onde chega a embarcação, um antigo baleeiro, que traz os hóspedes e trabalhadores. Uma terceira leva às pedras da beira-mar, onde se pode passear tranquilamente bem perto da maré e onde será instalado, futuramente, mais uma área de convivência, com churrasqueira inclusive, de onde se avistam boa parte da baía de Paraty e a própria cidade. Finalmente, uma quarta trilha leva a um pequeno deck à beira-mar e a uma pequena praia, que depende muito da maré para existir.

A natureza é exuberante e tem seus próprios ruídos que não pede uso de aparelhagens de sons com músicas altas e com ritmos loucos. É um local para se falar baixo, respeitosamente. Para curtir a paz e a quietude. Não é para ser um hotel cinco estrelas, ao contrário, é para ser natural apenas com o conforto necessário e imprescindível.

O casal Tereza e Francis reside na casa desde 1980, onde criaram o casal de filhos da maneira mais natural possível. Como agora os dois rebentos estão residindo na França, ficaram com pena de deixar tanto espaço abandonado, decidiram transformar o casarão em uma pousada naturista, pois são naturistas há muitos anos. Desta forma conservariam o naturismo e de quebra, terão frequentemente a casa cheia de novos amigos.

Aliás, a história de vida desses dois é muito interessante. OLHO NU separou então uma seção somente para eles. EM NATPersonagens você poderá conhecer a história de quase um conto de fadas.

Para se hospedar no Centro Ecológico Helio Marinho Jurubá, será necessário ser proprietário do Passaporte Naturista, indiscriminadamente, tanto para casais, homens ou mulheres desacompanhados, brasileiros ou estrangeiros. O Passaporte é um documento obtido nas associações naturistas afiliadas à Federação Brasileira de Naturismo e à Federação Internacional de Naturismo. Também se deverá fazer reserva antecipada.

Pequena embracação que faz o serviço de transporte do continente até a ilha

Para chegar do Rio ou de São Paulo, o acesso se dá pela Rio-Santos, no Km 565, parada Praia Grande, a 10 km de Paraty no sentido Rio. Deve-se descer a rua até a praia. O carro pode ficar estacionado nas proximidades da praia. Com guardador (pago) ou sem guardador. Depois dirigir-se ao escritório do CEHM ou ao barco "Aparecida", onde uma pessoa estará esperando na hora combinada durante a reserva.

Reservas feitas do exterior contarão com serviço de uma van, que irá buscar as pessoas no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e levá-la diretamente a Paraty.

Os contatos podem ser feitos por e-mail (cehmjuruba@hotmail.com) ou por uma série de números de telefones, que atenderão em português, francês ou inglês. Veja quais são estes números acessando a página http://www.cehmjuruba.com/Portugais/contact.html.

*Editor do jornal OLHONU

pedroribeiro@jornalolhonu.com

 

 

Jornal Olho nu - edição N°71 - setembro de 2006 - Ano VII


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