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Jornal Olho nu - edição N°232 - Março de 2020 - Ano XX

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Sobre os 103 anos de nascimento de

Luz Del Fuego

 

*Jorge Bandeira – Naturista e

co-fundador do Graúna

(Grupo Amazônico União Naturista)

 

O que restou desta mulher nua?

Quantas Ilhas do Sol viram seu alvorecer?

O Sol se pôs de 1967 para 2020?
Quantos sonhos vibraram e vibram na natural pele humana

E de crianças a adultos temos este Naturismo que nos enche de orgulho

Neste mundo tão calejado. Quiça o Vida dos Bosques de Thoureau pudesse

Ser a tônica desta sociedade. Quem dera que em cada país, do Ocidente e do Oriente

Tivéssemos um Spencer Tunick, fotografando a harmonia dos corpos nus envoltos na alegria

Que contagia a quem está nu ou nua.

O que restou deste espólio da pele de Luz Del Fuego?

Restaram Abricó, Pinho, Massarandupió, Colina do Sol, Barra Seca, Galheta, Tambaba, Ecoparque da Mata, Graúna e outras praias e locais que fazem este brilho solar de Luz Del Fuego presença constante em suas areias e paisagens belas. A nudez de Dora, aquela vedete do Teatro de Revista, aquele atriz, aquela dançarina do povo, que fez e ainda faz tanto pela vontade de muitos em não ter nenhum empecilho que cubra seus corpos. A mulher que ousou criar um partido naturista no Brasil, país tão machista, mulher que foi ferrenha protetora dos animais e da natureza, que pagou com a própria vida a defesa de tão nobres ideais. Luz, quero Luz, sei que além das cortinas são quadros azuis e infinitas cortinas, parafraseando a letra de Chico Buarque de Holanda, é essa Luz que ainda nos guia quando nos perguntam o porque desta vontade de estar nu, como se fosse apenas a nudez o Naturismo. Ficamos e adoramos estar nus porque adoramos o Planeta Terra, suas criaturas, adoramos a liberdade e o respeito mútuo, amamos a vontade de ir e vir nus e nuas. Não somos somente esta carne e pele expostos, somos uma alegre alma transcendente que nos move em todas as direções e caminhos onde temos A NUDEZ como nossa guia. Caminhantes da felicidade, eis o que somos, ou tentamos ser, na verdade única de nossa nudez, que nada esconde de ninguém, que não aponta seu dedo em riste para dizer que este corpo é superior, mais bonito que aquele outro. Tudo integral aos olhos dos bons.

 

E o que foi mesmo que restou desta mulher chamada Luz Del Fuego?

Uma chama etérea que ofusca as mazelas dos inconvenientes.

Uma labareda de nudez que queima as roupas da vergonha disfarçada em falsa moral.

Uma pira que serve de farol para alcançarmos a nudez que nos foi roubada de nossas crianças.

Um sinistro do bem e da paz na multidão de imolados que tem o nome de Naturistas.

E onde estiver mais de um nu(a), Lá ela estará.

LUZ DEL FUEGO.

Obrigado e parabéns pela data de seu nascimento, há 103 anos atrás, num 21 de fevereiro.

 

Manaus, 21 de fevereiro de 2020

 

(enviado em 21/02/20 via Whatsapp)


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