') popwin.document.close() }

Jornal Olho nu - edição N°232 - Março de 2020 - Ano XX

Anuncie aqui

Equador: Naturismo e muito mais

por Pedro Ribeiro

Img: Pedro Ribeiro

Ônibus fretado levou os naturistas de Quito a Mompiche

Após o intenso final de semana nas reuniões e atividades do VIII ELAN, em Quito, no Equador, os naturistas participantes foram convidados para conhecerem a região de Mompiche, no litoral do país, com intenção de ainda haver momentos de prática do naturismo. Um ônibus confortável e bem equipado foi fretado para percorrer os quase 400 quilômetros que separam as duas cidades. Porém como para alcançar o destino foi obrigatório descer os 2580 m de altura da capital para o zero do litoral, através das sinuosas estradas que atravessam as montanhas, o tempo levado foi de quase dez horas, contando, claro, algumas paradas estratégicas para uso de banheiros e alimentação.

Img: Pedro Ribeiro

Hotel Bam-bu  Restobar onde ficamos hospedados

No caminho, enfrentamos várias oscilações climáticas, comuns nesta parte do mundo, calor, chuva, frio e novamente calor, neste curto intervalo de tempo. A saída de Quito foi por volta de uma da tarde e a chegada em Mompiche já passavam das dez da noite. A viagem passou quase toda sem problemas, com exceção de um pequeno acidente, que destruiu uma janela de emergência do veículo, ao se chocar na lateral com uma tora de um telhado, a 100 metros de nosso destino final. Não houve maiores danos ou feridos. Todos desembarcaram no reservado Hotel Bam-bu restobar, bem à beira mar. Após a instalação e um pequeno passeio na noite estrelada, mas escura, não deu ainda para saber como era a região à qual agora visitávamos.

Img: Pedro Ribeiro

Um dois barcos que levaram os natruistas à Ilha Júpiter

No dia seguinte é que pudemos ver o que nos esperava com mais clareza. O hotel, como seu nome indicava, é todo feito em bambu, desde as paredes, portas, teto e camas. A rústica construção de 4 andares é muito charmosa e bem situada diante de uma praia imensa, de areia e águas escuras. Estava nublado e quente. Os quartos são amplos e todos têm banheiro também amplos e privativos. Na pousada não havia mais ninguém hospedada além dos naturistas. Mas mesmo assim limitamos nossa nudez aos quartos e alguns corredores.

Img: Pedro Ribeiro

Momento naturista na Ilha Júpiter

Logo após o café da manhã, o primeiro compromisso. fomos conhecer a ilha Júpiter, que a associação naturista equatoriana quer transformar na primeira praia oficial naturista do país. A chegada até o local foi uma aventura. Dois barcos a motor levaram o grupo, enfrentado ondas médias da arrebentação da praia. Alcançamos a ilha em poucos minutos, com águas bem mais tranquilas. A ilha é um imenso areal, com pouca vegetação e, ao redor, nos mangues, serve de berçário para algumas espécies marinhas, principalmente caranguejos.

Img: Pedro Ribeiro

Celso Mendo, naturista peruano, posa na paisagem minimalista do local

Explorando a ilha alcançamos o outro lado onde nos banhamos nas águas mornas do mar circundante, cuja maré começou a subir rapidamente e nos obrigou a voltar ao ponto de partida, onde houve a "cerimônia de posse" da ilha como naturista. Foi posto um banner da associação e feita a foto oficial. mais algumas fotos, banho de mar, piquenique e muito bate-papo, chegou a hora do retorno ao continente. Os dois barcos pontualmente voltaram para nos levar de volta.

Img oficial

Foto oficial da inauguração da praia Júpiter como naturista pelo Naturismo Equador.

A volta foi por caminhos diferentes da ida, circulando entre outras ilhas, quando pudemos observar a vegetação e a fauna local. Muito interessante. A chegada à praia inicial foi com novas emoções, pois a maré estava bem cheia e atracação foi mais demorada, um pouco mais longe do hotel, mas sem qualquer incidente.

Logo após o banho fomos procurar alimentação na pequena cidade que vive do turismo. Muitos pequenos restaurantes e com muitas opções de cardápio, sempre apresentado de forma rústica e aconchegante.

Img: Paula Silveira

O grupo estava sempre alegre e descontraído em todos os momentos, inclusive nos das refeições

À noite, um evento coletivo no hotel, naturista. Fomos convidados para uma roda de atividades lúdicas com participação alegre de todos, com música, ginástica e adivinhações.

O dia seguinte foi um momento surpreendente para nós brasileiros. Fomos andar pela praia em frente e a poucos metros do hotel, pudemos praticar o naturismo, normalmente, sem qualquer tipo de repressão ou olhares de reprovação de outras pessoas que passavam pela areia. Tivemos um seção de Yoga liderado pelo professor naturista equatoriano Roberto Tusa, banho de mar e fotos.

Img Juan Castañeda

Momento de relaxamento na Yoga na praia não naturista em Mompiche

Então, retornamos ao hotel, vestidos, e começamos a nos preparar para a volta a Quito, onde muitos começariam a partir para suas cidades de origem. O retorno para a capital foi também lento, mais tranquilo. E menos chuvoso.

Img: Mayte Roldan

Degustação de iguarias do cacau na visita ao museu do chocolate

Quem ainda não havia partido teve chance de fazer turismo pelas cidade de Quito, conhecendo alguns dos principais pontos turísticos. Visitamos uma fábrica/museu de chocolate explicando todo o processo de fabricação, desde a extração do cacau até o produto final, com direito a degustação de vários tipos de chocolate. Outro passeio foi a uma reserva de pássaros, onde uma quantidade imensa de espécies diferentes de colibris voavam livremente dando show aos observadores. Depois foi a vez de visitarmos um mariposário e conhecermos muitas espécies de borboletas e mariposas da região. Muito instrutivo.

Img: Pedro Ribeiro

Banhos em fontes termais foram o encerramento de nossa visita ao Equador

Finalmente, na sexta-feira, e agora com apenas quatro dos naturistas presentes no ELAN, fomos visitar um balneário de águas termais, com piscinas, cascata e rios. El Pantanal é o nome, referência ao Pantanal brasileiro.

E assim acabou nossa estada no maravilhoso país de nome Equador. Vai deixar saudades.

(enviado em 16/03/20 por Pedro Ribeiro)


Leia mais: O despertar do nudismo na América Latina


Olho nu - Copyright© 2000 / 2020
Todos os direitos reservados.