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Jornal Olho nu - edição N°230 - Janeiro de 2020 - Ano XX |
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Nu e Despido: Uma Percepção por Paulo Pereira* Imagens: reprodução da revista Paradies número 16
Faço, então, breves releituras de algumas páginas de autores consagrados e constato que não há propriamente nus ou vestidos na natureza. Recordemos, de passagem, as pertinentes colocações do erudito rabino Nilton Bonder a respeito da nudez humana: “Não existe, na verdade, outro nu além daquele que se percebe nu. Por definição, tanto bíblica como do bom senso, não há nudez na natureza. O ser humano se faz o mais vestido e o mais nu dos animais”... Está nu, portanto, quem se percebe nu, eis a grande questão. O fato é que muita gente se mostra nua, inclusive no meio naturista, sem estar despida, por exemplo, despida de vaidades, de ignorância, de dissimulações, de medos e fobias, de preconceitos!
Recolho atentamente, da minha estante confidente, dos meus alfarrábios, um exemplar histórico da revista alemã “Paradies”, editada em meados do século XX, publicação da mesma editora de “Freies Leben”, da qual fui correspondente oficial para o Brasil, conforme credencial datada de 30/09/1964, e reproduzida no meu livro “Corpos Nus”, 2006, página 202. Os fatos dispensam argumentos...
O nu e o despido pedem uma percepção serena, lúcida, sem pruridos pudicos, pelo menos. Recordemos, aqui e agora, o que disse Anatole France, Prêmio Nobel de Literatura, salientando que muitas vezes as pessoas chamam de imoralidade a moralidade que simplesmente não é a dessas pessoas... O grande problema da maioria dos humanos não são as sombras que os cercam, mas a falta de luz desses humanos. Quando se fala com seriedade, e respaldo histórico, do Naturismo do Brasil, é indispensável saber conjugar tradição e vanguarda, ser tradicional sem ser anacrônico e ser progressista sem inventar, sem tentar ignorar, por cegueira intelectual, os fundamentos históricos já consagrados, de domínio público, notório. E hora de somar!...
As liberdades individuais, e a própria mãe-natureza, andam meio desprezadas, agredidas. A exemplo do que nos diz o consagrado antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, “temos que aprender a ser índios”... É importante viver como a natureza manda, sem falsa erudição científica, sem fanatismos políticos, sem falsos pudores, sem medos ou culpas, que são fortes ingredientes de violência.
Janeiro 2020 * Paulo Pereira é naturista, escritor e estudioso do Naturismo no Brasil. Algumas de suas obras podem ser encontradas na loja virtual Jornal OLHO NU. (enviado em 01/01/20 por Paulo Pereira) |
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