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Jornal Olho nu - edição N°220 - março de 2019 - Ano XIX

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"Pedalada pelada" reúne naturistas em São Paulo e no Rio de Janeiro

Por Pedro Ribeiro*

 

Imagem: M. Fahdul

Momento em que ciclistas retiram as roupas para começar o protesto contra a violência no trânsito, no Rio de Janeiro.

 

A Pedalada pelada é a versão brasileira de um movimento de protesto mundial, chamado Naked World Bike Ride, que reivindica maior atenção de motoristas, do poder público e da população em geral para o desrespeito que há contra ciclistas que utilizam as vias públicas para se deslocarem.

 

Com gritos de ordem como "menos motor, mais amor" ou "menos gasolina, mais adrenalina", a nudez dos participantes é usada para chamar atenção com o mote "será que você me enxerga agora?", um protesto contra a invisibilidade no trânsito dos usuários das bicicletas.

 

Imagem: E. Santiago

Na concentração foram explicadas as regras de segurança e onde poderiam começar a tirar as roupas

Embora não se trate de um protesto naturista, ele acaba atraindo a atenção e interesse de muitos naturistas, que veem neste movimento a chance de também divulgar nossa filosofia.

 

No dia 16 de março, dezenas de naturistas participaram das edições do protesto em São Paulo e no Rio de Janeiro onde aproveitaram para distribuir panfletos sobre o naturismo entre os participantes que não conhecem o Naturismo, apesar de usar a nudez como ponto principal.

 

No Rio de Janeiro, a concentração começou às 18 horas na Cinelândia, bem em frente ao antigo cinema Odeon. Ali começaram a chegar os participantes com suas bicicletas próprias ou então alugadas, muitos ainda duvidosos da programação. Aos poucos a quantidade de pessoas foi crescendo e se notava alguma ansiedade "vamos mesmo ficar nus?", pois até aquele momento já havia sido orientado que não poderíamos nos despir naquele local.

 

Imagem: M. Fahdul

Os participantes escreveram frases alusivas ao movimento em suas costas. No final do protesto houve o banho de mar na Praia Vermelha.

Pouco antes do horário programado para a partida, 19 h 30, um dos líderes do movimento subiu em destaque sobre um banco da praça e explicou toda a ação. As roupas só poderiam ser tiradas a partir da rua México, uma rua próxima de onde praticamente começará o passeio. Foi recomendado que aqueles que não tirarem as roupas ficassem nas laterais e final do grupo para proteção. Não deveria haver dispersão do aglomerado de ninguém que estiver nu. E finalmente confirmou que o final do passeio seria na Praia Vermelha, no bairro da Urca.

 

Pouco depois todos já estavam pedalando, cerca de 60 pessoas, que seguiram as ordens e tiraram as roupas logo a seguir, na rua México. Foi difícil seguir uma outra recomendação, a dos vestidos ficarem nas laterais, pois haviam pouquíssimos nestas condições.

 

O trajeto pelo centro da cidade do Rio de Janeiro, foi incrível, passando pelas lugares mais movimentados da noite de sábado, como a Lapa, por exemplo, super lotada, recebendo admiração, aplausos e alguns olhares chocados. O grupo era comandando por dois líderes principais, um homem e uma mulher que gritavam as palavras de ordem que eram respondidas em coro. Não houve qualquer incidente por todo o caminho. O grupo respeitou as mãos de direção das ruas e os sinais de trânsito, parando quando o semáforo ficaram vermelho, reunindo um grande grupo de pessoas nuas paradas em pleno asfalto urbano.

 

Imagem: M. Fahdul

Uma pequena parte do grupo posa festejando o sucesso do evento, na Praia Vermelha

A chegada na praia Vermelha foi o ápice. A praia tinha um movimento considerável de pessoas, como pescadores e namorados. O grupo chegou e estacionou as bicicletas na areia e, quem ainda não estava nu, tirou as roupas e mergulharam nas águas mornas do mar, num momento de confraternização e alegria que parecia um encontro naturista. Neste momento houve muitas fotos e filmagens inclusive das pessoas que estavam presentes na praia e nada tinham a ver com o evento. Uma das filmagens viralizou nas redes sociais e apareceu até nas emissoras de TV. Mas não sem os comentário maldosos e descabidos.

 

No total, a experiência foi muito positiva e interessante. Notando que os participantes, não naturistas na sua maioria, não se preocuparam com suas imagens serem divulgadas totalmente nuas.

 

Em São Paulo, a 11ª edição do protesto reuniu mais de uma centena de ciclistas na praça do ciclista, em plena avenida Paulista. Dezenas de naturistas também se juntaram ao Movimento e circularam sem roupas por várias ruas do centro da cidade. Abaixo o vídeo-reportagem de Leokárcio Cavalcanti sobre o evento paulista, onde se resume tudo o que aconteceu.

 

Inscreva-se no canal de Leokárcio Cavalcanti: Descobrindo o Naturismo

* editor do jornal OLHO NU e presidente da FBrN

 

(enviado em 21/03/19 por Pedro Ribeiro)


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