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Jornal Olho nu - edição N°214 - Setembro de 2018 - Ano XIX

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 Eleições 2018: a hora da verdade

por Pedro Ribeiro*

 

Rio de Janeiro

 

Então eu começo pelo estado do Rio de Janeiro, onde nasci e resido.

 

Para governador do estado do Rio de janeiro há 12 candidatos, porém somente um já teve envolvimento com o naturismo.

 

Eduardo PaesFoi em seu governo como prefeito do município do Rio que a Lei para a praia do Abricó, de autoria da então vereadora Laura Carneiro, foi aprovada e sancionada por ele. Antes disso ocupou o cargo de Secretário de Meio Ambiente do município carioca, durante a gestão de César Maia. Na época o naturismo na praia do Abricó se encontrava proibido por decisão judicial. Quando procurado pela Associação naturista de Abricó pedindo apoio à luta ele deu uma declaração no mínimo instigante:"sou contra haver uma praia delimitada para a prática do nudismo", diante do olhar atônito do interlocutor, completou "o nudismo deveria ser permitido em qualquer praia". Eleito prefeito mais tarde não colocou essa ideia em prática. Será que, caso eleito como governador, cumprirá finalmente sua promessa velada?

 

As primeiras análise serão para os candidatos ao Senado Federal. São 16 cidadãos que acham que têm capacidade para ocupar este cargo.

 

Em ordem alfabética começo com César Maia, que já foi prefeito da cidade do Rio de Janeiro, justamente na época em que a luta pela praia do Abricó "pegou fogo". Foi na gestão dele que o Secretário de Meio Ambiente Alfredo Sirkis redigiu uma portaria permitindo a prática do naturismo na praia. O mérito de Maia foi não ter impedido a portaria. Logo depois a justiça proibiu a prática do nudismo na praia e a prefeitura, sob seu comando, lutou por derrubar a liminar que determinava isto. Em suas entrevistas à imprensa se declarou favorável á prática do Naturismo e fez, como era de seu estilo, declarações bombásticas, "Vá à praia nu que eu garanto", que quase lhe custou um processo judicial por desacato à ordem. No entanto, em 2003 vetou na íntegra uma lei aprovada para regulamentar o naturismo na praia do Abricó, mas que de certa forma era prejudicial para o desenvolvimento do Naturismo no Rio.

 

Na ordem, temos o candidato Flávio Bolsonaro, filho do candidato a presidente Jair Bolsonaro. Ele é no momento deputado estadual no estado do Rio. Flávio se posicionou de maneira preconceituosa ao explicar porque estava votando contra a um projeto de lei apresentado pelo deputado Carlos Minc, que determinava, a pedido da FBrN, policiamento especial para as praias de nudismo do estado (Abricó, Brava em Cabo Frio e Olho de Boi em Búzios). Ele disse textualmente que os naturistas querem policiamento nas praias porque têm fetiche (sexual) pelos uniformes. "Qual é o sentido de se garantir (presença policial)? É fetiche com militar, Deputada Lucinha? É a farda? Querem a presença da farda?...O policial militar está na rua para combater o crime, para prevenir o crime. Não é para ficar manjando nada, Deputada Lucinha." Leia na íntegra a matéria em http://www.jornalolhonu.com/jornais/olhonu_n_183/luta.html

 

O próximo candidato é José Bonifácio, ex-prefeito da cidade de Cabo Frio, que possui a praia Brava. Ele tomou posse do cargo quando a praia já era oficializada para o Naturismo pelo prefeito Anterior Ivo Saldanha, mas que já estava decadente. O que ele fez foi retirar toda a ajuda da praia que contava anteriormente com guarda municipal para fazer vigilância e declarar que não proibiria a prática do nudismo na praia Brava, mas deixaria ele acabar por si só. E realmente em duas gestões seguidas ele nada fez para ajudar a praia Brava a sair do buraco em que se meteu, com aumento de criminalidade como assaltos aos frequentadores e sexo à vontade na areia.

 

Dos outros 13 candidatos não tenho qualquer informação sobre suas opiniões públicas ou terem ajudado ou atrapalhado o desenvolvimento Naturismo.

 

Para deputado federal são 1108 candidatos no pleito deste ano.

 

Adilson Pires, quando era vereador da cidade do Rio de Janeiro, foi um dos mais ativos políticos que procurou ajudar o bom funcionamento da praia do Abricó, patrocinando panfletos explicativos, organizando debates sobre naturismo e articulando com outros políticos pelo apoio explícito e público de nossa causa, inclusive apresentando projetos de lei a nosso favor, modificando o texto da lei da vereadora Líliam Sá para "permitida a prática do nudismo na praia do Abricó, em vez de proibido a prática do nudismo fora da praia do Abricó, e exigia a presença da guarda municipal na praia. Pesa contra ele, no entanto, que quando ocupou o cargo de vice-prefeito na gestão de Eduardo Paes, seu entusiasmo por nossa causa diminuiu muito.

 

Laura Carneiro quando vereadora do Rio e Janeiro, apresentou e conseguiu aprovar na Câmara de Vereadores a lei que regulamenta e oficializa o Naturismo na praia do Abricó,  olhando sempre com muita simpatia para nossa causa, como quando apresentou moção especial naquela casa legislativa pela passagem do sexagésimo aniversário de fundação da Federação internacional de Naturismo. Como deputada Federal conseguiu aprovar o projeto de sua autoria de regulamentação do Naturismo em nível nacional na Câmara dos Deputados, o qual seguiu para o Senado para apreciação.

 

Marcelo Freixo, como deputado estadual, foi relator do projeto de lei do deputado estadual Carlos Minc, sobre a obrigatoriedade de policiamento nas praias nudistas do estado do Rio, dando seu parecer favorável ao projeto.

 

Vanessa Felipe, em mandato de deputada federal foi relatora do projeto de lei de Fernando Gabeira que foi aprovado na Câmara de Deputados (e arquivado no Senado) sobre a regulamentação do Naturismo no Brasil (1996), votando favorável ao projeto.

 

Apenas destes tenho notícias de que alguma forma tiveram participação pública na questão do Naturismo no Brasil ou no Rio de Janeiro.

 

Sobre candidatos a deputado estadual, o estado do Rio de Janeiro tem 2443 candidatos. Dos que tenho informações sobre a questão do Naturismo são apenas dois:

 

Carlos Minc, como deputado estadual em mandato anterior apresentou o Projeto de Lei 845/2015 dispondo sobre a “permanência de agentes públicos e sinalizações nas áreas de naturismo no estado do Rio de Janeiro”, a qual foi arquivada logo nop início de sua proposição.

 

Líliam Sá, quando vereadora do município do Rio de Janeiro, apresentou o projeto de lei de sua autoria sobre a praia do Abricó que, estranhamente, proibia a prática do naturismo fora desta praia, o que dificultaria o incremento do naturismo em outras áreas públicas da cidade. A seu favor é que nos outros itens do projeto previa a presença do poder publico no local, ação que até hoje não existe no local. O projeto foi transformado em lei na Câmara de vereadores, mas foi vetado na íntegra pelo então Prefeito César Maia.

 

É claro que aqui são apresentados aqueles que já tem histórico político, mas há milhares de novos pretendentes às cadeiras políticas, quem sabe se entre estes não há aqueles que irão fazer a diferença para o Naturismo?

 

*presidente da FBrN

 

(enviado em 31/08/18)


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