A abertura festiva ocorreu a partir das 14 horas, no Wellington Naturist Club, uma bonita área basicamente de camping, com piscina, quadras de esportes, algumas choupanas para hospedagem e uma grande sede onde ocorrerão todas as reuniões e eventos oficiais que não puderem ser ao ar livre.

Uma emocionante cerimônia liderada por descendentes Maori foi o primeiro momento. Todos entraram na sede, sem sapatos, e se dispuseram nas cadeiras em fileiras, onde as da frente são apenas para os homens e as outras para as mulheres, seguindo  a tradição.  Após entoação de canções e recitações no idioma nativo e em inglês,  começou o cumprimento ao modo Maori, tocando as pontas dos narizes e dizendo as palavras "Ki Ora", uma saudação de alegria, a qual deveria ser retribuído com saudação correspondente no idioma do cumprimentado.

Logo após, a presidente da INF, Ivo Sieglied, chamou um a um os delegados participantes para receber seu cumprimento pessoal e uma pedra num cordão, segundo a tradição Maori, representando o apreço e a união.

Passado este primeiro momento, um intervalo com direito a salgadinhos, chás e doces, enquanto se aguardava o jantar. Uma forte chuva na hora do jantar prejudicou um pouco o andamento do serviço, que foi montado numa barraca de lona do lado de fora da sede. Vários tipos de carne e saladas foi o cardápio. Após o jantar, o último evento do dia foi apresentação de um grupo folclórico Maori que interpretou danças e canções típicas da região e interagiram com o público de maneira divertida.

O dia estava muito frio e a noite mais ainda. Poucos tiveram "coragem" de se manter nus durante todo o tempo. Nem mesmo dentro da sede a temperatura estava convidativa à nudez. Além disso, no domingo anterior, um terremoto forte abalou a região, causando danos à ilha do sul, mas não chegou a ter consequências na região onde se realiza o Congresso. O problema aqui tem sido a muita chuva que tem assolado a região nos últimos dias deixando tudo muito encharcado.

O primeiro e o segundo dia de trabalhos para os congressistas foram intensos no 35º Congresso Internacional de Naturismo, realizado na Nova Zelândia até dia 20 de novembro. Na quinta-feira fria e chuvosa a reunião começou após o almoço, a uma hora da tarde. Trinta e dois países estavam representados no salão social do Wellington Naturist Club, que se apresentaram uns aos outros em um dos três idiomas oficiais da INF: Inglês, Alemão ou Francês.

Em seguida, sob liderança da presidente Sieglied Ivo, foram apresentados os relatórios administrativos e financeiros dos dois últimos anos de sua gestão. Em seguida começaram a ser discutidas as primeiras moções enviadas pelas federações nos últimos meses especialmente para essa ocasião e as respectivas votações das opções A favor, Contra ou Abstenção. Cada federação membro representa um determinado número de votos, que é calculado pelo número de selos anuais adquiridos. O Brasil representa 6 votos toda vez que levanta sua plaquinha. O país com maior número de votos é a Holanda, representando 54 cada vez que levanta sua placa. Há uma equipe de tradutores simultâneos que vertem todas as falas nos três idiomas oficiais à escolha do delegado.

Pela manhã do primeiro dia, no local de realização da exposição de fotos que concorreram à premiação da Federação Internacional, estava aberta, onde entre as fotos havia três de um fotógrafo brasileiro, causando surpresa aos delegados nacionais, por não saberem da participação dele, foi realizada uma oficina ministrada por Phillip Beach com o título de "Músculos e Meridianos", onde foi ensinada sobre postura corporal e flexibilidade, atraindo muitos interessados.

O último evento da noite foi realizado nesta mesma sala: uma palestra sobre astronomia  com um jovem professor, Jay, intitulada "4.000 anos em 40 minutos"  

No segundo dia, sexta-feira, dia 18, os trabalhos começaram às 9 horas da manhã. E foi mais intenso ainda, pois as moções, exaustivamente discutidas, debatidas e votadas se prolongaram por todo o dia até às 17 horas, com interrupção para o almoço. Algumas aprovadas mudaram drasticamente alguns pontos do estatuto da federação internacional.

Após a reunião o jantar contou com dois tipos de carnes: carneiro e frango, saladas diversas e muita confraternização, encerrando a noite. O dia seguinte será de mais trabalho.

Terceiro dia de reuniões, algumas surpresas

O terceiro e último dia das reuniões de trabalho começou às 9 horas da manhã com uma projeção e preleção sobre o Naturismo na Austrália, o outro país patrocinador do evento. Após esse início "light", os trabalhos começaram para valer. A primeira moção a ser debatida foi a brasileira que trazia a sugestão dos países Latino-americanos de incluir o idioma espanhol como o quarto oficial da Federação Internacional, juntamente com inglês, francês e alemão. Defendido pelo vice-presidente da Federação Brasileira de Naturismo, Pedro Ribeiro, delegado oficial, a proposta foi amplamente discutida e criticada, principalmente na questão dos valores que seriam despendidos para a implementação da modificação estatutária. A proposta foi rejeitada por quase unanimidade, tendo somente os países França, Eslovênia, Espanha e, claro, Brasil, votado a favor.

Após, começaram a ser votadas as moções relativas à administração da federação. Após o almoço começou a eleição para a gestão da INF para os próximos dois anos. De última hora, Armand Jamier, delegado da França, se candidatou a o cargo de presidente da INF, e, em votação secreta, foi  inesperadamente eleito, derrotando a reeleição de Siegelid Ivo. Os demais cargos eletivos permaneceram com os atuais ocupantes.

Quem não quis participar como observador desses trabalhos administrativos teve a opção de caminha de uma passeio pelas montanhas em torno da propriedade. A caminhada que seria naturista acabou sendo de roupas porque o tempo voltou a mudar e o frio estava cortante.

Depois de encerrados oficialmente os trabalhos administrativos, foi feita a infalível foto oficial, mas nem todos os delegados participaram. houve ainda um workshop de avaliação do Congresso, liderado pelo secretário da INF para assuntos da Europa, onde assuntos práticos e comuns das federações foram debatidos.

Para encerrar a noite, um jantar de gala, branco e preto, onde deveriam vestir-se com roupas preto e branca, ou apenas detalhes no corpo nu dessas cores, ou totalmente nu. Foram feitas as devidas homenagens à grande equipe de voluntários que possibilitou a realização do Congresso. Foram servidos a entrada com um rolé de frango e legumes e depois os prato principal à escolha: salmão ou carne de carneiro. Enfim, a sobremesa sorvete e frutas. Tudo sendo servido com vinho branco ou tinto, à vontade. Após o jantar a banda The Hollywoods, um trio de meninas animou a festa até final, com músicas dançantes e empolgantes.

Este foi o final oficial. Amanhã, domingo, o final das despedidas e a volta para casa. Para maioria, muito longe.