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Jornal Olho nu - edição N°172 - Março de 2015 - Ano XV

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Praia naturista de Barra Seca

TV Sim, de Linhares, Espírito Santo, emissora filiada à Rede Record, realiza matéria na praia naturista de Barra Seca e trabalho também é exibido pela Record internacional .

O vídeo é encontrado no YouTube, sob o título “praia de Barra Seca”, no link https://www.youtube.com/watch?v=wRvtDdv95q8. Mas você pode assisti-lo a seguir:

(enviado em 24/03/15 por Márcio Braga e Carmelita)


Mais liberdade, menos roupa

Matéria da revista erótica SEXY faz matéria excepcional sobre a praia do Abricó. Enquanto as mídias convencionais deturpam os fatos e não publicam o que se fala nas entrevistas dadas, a SEXY publicou quase ipsis litteris o que foi dito pelos entrevistados. Acho que a razão dessa diferença está no fato de as repórteres terem realmente passado um dia inteiro na praia e vivenciado a situação verdadeira. Os outros, das outras mídias, se colocam em posição de espectador, de voyeur, e acabam fazendo matérias pífias, embora algumas bem intencionadas.

Leia a matéria reproduzida abaixo. Não esqueça que a revista NÃO é Naturista, portanto o uso de termos mais populares serão encontrados.

Mais liberdade menos roupa

Tirei a roupa em Abricó, a primeira praia oficial de naturismo do Rio de Janeiro, e voltei para contar que raios é esse movimento que prega a sintonia com a natureza e clama pela liberdade de ficar peladão

por Bianca Castanho

Fotos: Paula Giolito

[1] O segurança Max Cardoso cuida da praia há 11 anos. [2] Eudes se refresca no mar.

TIRAR A ROUPA é uma das coisas mais naturais da essência humana e, ao mesmo tempo, está envolta por uma porrada de contradições. Viemos ao mundo completamente pelados, tomamos banho sem roupa e fazemos sexo nus – com exceção da camisinha, claro. Já sair na rua em nosso estado mais natural, como tem acontecido por aí, pode até dar cana. Todas essas amarras morais no que diz respeito a caminhar sem lenço nem documento, no entanto, não impediu que o pessoal que curtia ficar mais “à vontade” lutasse pelo seu direito de ficar livre, leve e solto. O resultado foi o surgimento de um movimento que pregava liberdade, respeito a si próprio, ao outro e ao meio ambiente: o naturismo.

A ideia de criar o bicho solto, aliás, ganhou força no Brasil no último dia 6 de novembro, quando o prefeito carioca Eduardo Paes (PMDB/RJ) regulamentou a praia de Abricó como a primeira praia oficial de naturismo do Rio de Janeiro.

Na verdade, esses 250 metros de litoral já não veem a cor de um biquíni desde os anos 1990. Cariocas de várias regiões já estavam acostumados a tomar sol sem se preocupar com a marquinha. A diferença é que, com a regulamentação, a segurança dos peladões é responsa da Prefeitura. Pedro Ribeiro, naturista há 20 anos e presidente da Associação Naturista de Abricó (ANAbricó), comenta a vitória: “A lei é interessante porque, primeiro, nenhum prefeito pode derrubar, só por outra lei; segundo, foi colocada a obrigatoriedade de o poder público cuidar da segurança. A gente sempre pediu essa ajuda, mas a desculpa era que não tinha contingente. No entanto, eu já conversei com um comandante da Polícia Militar e ele me disse que essa é a desculpa oficial no papel, mas na prática, é preconceito. Eles não queriam disponibilizar policiais para cuidar de ‘um bando de pelados’. Já aconteceu de chamarmos a polícia por problemas que ocorreram, e a polícia não veio. Por isso colocamos seguranças aqui, para poder oferecer um pouco de conforto aos frequentadores. Nós tentamos que essa regulamentação fosse aprovada há muito tempo, então essa foi uma vitória”. Com seguranças pelados, claro, me senti confortável para dar uma voltinha por lá e apresentar o sol para algumas regiões do meu corpo acostumadas a viver na escuridão.

Naturista, naturalista ou nudista

AFINAL, QUAL A DIFERENÇA?*

NATURALISMO

Diz respeito à escola literária que influenciada por Charles Darwin. Tem muito mais a ver com ciência do que com a beleza de viver pelado.

 

NUDISMO

Falando literalmente, o nudista é aquela pessoa que gosta de ficar nu sem, no entanto, adotar um estilo de vida diferente. Qualquer pessoa que tenha o hábito de andar sem roupa já pode ser considerada nudista.

 

NATURISMO

O naturista tem mais preocupações. Além de ficar pelado, ele preza por criar uma relação harmoniosa e respeitosa com a natureza e com o próximo. Para a Federação Internacional de Naturismo, é “um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do nudismo em grupo, que tem por intenção favorecer o autorrespeito, o respeito pelo outro e o cuidado com o ambiente”.

Isso pode?

SE VOCÊ QUISER CONHECER UMA PRAIA NATURISTA, É SÓ CHEGAR. PORÉM, FIQUE LIGADO NAS REGRAS DA FEDERAÇÃO NAURISTA DO BRASIL PRA NÃO PASSAR VERGONHA!

É PROIBIDO

Ficar vestido em locais onde a nudez é obrigatória.

Tirar fotos, gravar ou fazer qualquer registro dos frequentadores da praia sem autorização dos mesmos. Isso em qualquer lugar, né?

Ter qualquer tipo de comportamento e/ou prática sexual. Se ficar animadinho, vai pra fora.

Praticar violência física. Poupe os frequentadores de ver a cena de dois machões pelados rolando na areia.

Causar dano à imagem do naturismo.

Usar e portar substâncias químicas ilegais.

Ouvir música tão alta que possa atrapalhar a tranquilidade dos outros. (essa deveria ser universal).

Se “aliviar” em qualquer canto. Não é porque você está pelado que pode sair mijando por aí.

Passando protetor no mamilo

Quando fui designada para explorar a primeira praia oficial de naturismo na cidade do Rio de Janeiro, tudo parecia uma grande diversão. A situação começou a mudar quando eu e a fotógrafa, Paula Giolito, chegamos à região de Grumari e nos deparamos com a placa que dizia: “Entrada permitida apenas para pessoas nuas”, comecei a ficar nervosa.

Em questão de minutos, o segurança Max Cardoso, com um walkie-talkie na mão, boné, óculos escuros e… sunga veio conversar. Expliquei que éramos da revista, e ele permitiu que entrássemos de biquíni para falar com Pedro Ribeiro, o presidente da Associação Naturista de Abricó. Com a entrada liberada, parecia que tínhamos atravessado um portal e ido parar em uma praia praticamente deserta, com mar azul e areia branquinha. E uma cacetada de gente pelada.

Um dos meus maiores receios era que as pessoas ficassem encarando e analisando cada centímetro do meu corpo. E foi assim que me senti, mas enquanto estava vestida. O fato de sermos as únicas pessoas vestindo traje de banho fazia com que todos os olhares recaíssem sobre a gente. Era como se houvesse um luminoso sobre nossas cabeças escrito “forasteiras”. De repente, quando me volto para falar com o segurança, já o encontro totalmente à vontade. Ele vinha com a notícia: teríamos que tirar tudo.

Estava na cara, aliás, nas marcas do biquíni, que era minha primeira vez ali. Essa é uma das maneiras que os frequentadores distinguem quem é do movimento e quem é curioso. Percebendo que eu era novata, pelo menos cinco prestativos senhores me deram o mesmo conselho: “Não esquece de passar protetor no mamilo”. Fiquei imaginando como seria voltar pra casa com os mamilos ardendo. O conselho também vale para os homens que não queiram chegar em casa e ficar passando Caladryl na piroca.

Lidar com a sua própria nudez, em público, de maneira, digamos… escancarada é algo meio chocante a princípio. Foi impossível não me preocupar se a minha depilação estava em dia ou não dar uma manjada no biscoito Globo do vendedor de biscoito Globo que vinha passando.

A curiosidade pelo corpo alheio, porém, passa rapidinho. O erotismo perde o espaço e pintos e xoxotas adquirem o mesmo status de um braço. Foi aí que comecei a ficar à vontade. Cada frequentador estava mais preocupado com o seu… umbigo: grupos conversavam embaixo de guarda-sóis, tomavam uma cervejinha ou ouviam música. Alguns casais trocavam beijos, outros liam, e tinha gente caminhando na beira da água. Ou seja, tudo como qualquer praia normal. Inclusive a barraca com comes e bebes.

[1] O vendedor Edmilson se adapta à praia. [2] Érica confere a conta. [3] Casal troca carinhos de modo comportado. [4] A paulistana Sofia visita o Rio e Abricó pela primeira vez.

Protegida pela sombra das árvores, a comerciante Érica é dona da única barraca da praia. Ela estabeleceu o ponto ali há cinco anos, quando resolveu começar a visitar a praia com seu marido. Com um chapéu preto, um caderninho de contabilidade e peitões à mostra, Érica recebe todo mundo com um sorriso no rosto. Seu marido e os cinco filhos também frequentam a praia e ajudam nas vendas: “Minha vida mudou muito, porque a maneira de ver dos naturistas é diferente da dos outros. Minha intimidade com meu marido ficou melhor e não tem mais esse lance de ciúmes”, conta ela.

Passamos o dia todo conversando com os frequentadores. Bancários, professores, advogados… E não apenas adultos. Adolescentes e crianças também dividem o espaço com a galera que curte essa liberdade. É esse o grande lance: uma interação livre com a natureza.

Quero ficar nu!

NO BRASIL EXISTEM 10 PRAIAS* OFICIAIS DE NATURISMO. VEJA QUAL É A MAIS PERTO DE VOCÊ E VAI NESSA!

Praia do Pinho, Balneário Camboriú (SC)

Abricó, Rio de Janeiro (RJ)

Tambaba, Conde (PB)

Barra Seca, Linhares (ES)

Massarandupió, Entre Rios (BA)

Praia de Pedras Altas, Palhoça (SC)

Galheta, Florianópolis (SC)

Olho de Boi, Búzios (RJ)

Praia Brava, Cabo Frio (RJ)

Jurubá, Paraty (RJ)

SEM SACANAGEM

Há um esforço contínuo para que não haja nenhuma conotação erótica, principalmente entre os novatos. O esquema é todo regrado: aos finais de semana e feriados, a nudez é total e obrigatória, e a Associação Naturista de Abricó toma conta de tudo, com seguranças controlando a entrada das pessoas. Curiosos são bem-vindos, desde que sigam as normas.

É proibido ficar de pau duro. “Se o cara tem uma ereção, nós conversamos. Se não mudar, convidamos o sujeito a se retirar da praia. Nossa relação com o naturismo não permite que haja esse tipo de erotismo”, conta Max Cardoso, segurança de Abricó há 11 anos.

Essa vontade de ver erotismo onde não tem é que impediu que a praia fosse mista, ou seja, só fica pelado quem quer, como ocorre em alguns lugares da Europa. A experiência, como conta Pedro Ribeiro, presidente da Associação, deu errado: “Grupos de homens invadiam a praia com segundas intenções, se masturbavam por dentro da roupa, era desconfortável. Por isso aqui, pelo menos aos finais de semana, é nu total e obrigatório, porque normalmente essas pessoas não têm coragem de tirar a roupa”.

Nem é preciso comentar que transar na praia também está fora de questão, né? E, pelo menos enquanto o pessoal da Associação está ali, isso não acontece mesmo. Durante a semana, no entanto, os 250 metros de areia ficam sem supervisão e aí abre espaço pra criatividade alheia. “A praia é pública, então tem coisa que a gente não pode fazer. Tem gente que marca encontro durante a semana, acontecem alguns constrangimentos, principalmente pela falta de segurança. Agora, com a regulamentação, nós temos um maior respaldo jurídico”, comenta Ana Cláudia, que tem 51 anos e frequenta Abricó há 11.

O dia passou rápido. O sol quase apagou minhas marquinhas de biquíni. Conforme foi entardecendo, lá pelas 16 h, o contingente masculino começou a aumentar rapidamente. Não demorei para descobrir que estava quase na hora de o pessoal da Associação ir embora, o que incentiva curiosos e uma galera a querer explorar a praia com a única intenção de ver uma gatinha nua. É curioso como a nudez alheia impressiona quem não tem coragem de se misturar a ela. Eu, que já havia aproveitado o suficiente, resolvi atravessar a fronteira pro lado dos vestidos e colocar o biquíni.

Saí de lá depois de viver uma experiência única: a sensação de liberdade e sintonia com a natureza. O fato de ninguém se importar com o tamanho do seu peito (ou pinto), com sua cor de pele ou se está sobrando alguma gordurinha acolá faz com que você se dê conta de como essas coisas são pequenas e realmente aproveite.

Como diria o escritor e humorista americano Mark Twain: “Se fosse a vontade de Deus que vivêssemos nus, teríamos nascido assim”. Quem sou eu para discordar?

Pelados na história

Nascido na Alemanha no começo do século 19, o naturismo recebeu esse nome somente na década de 1950. Antes, era chamado simplesmente de nudismo, e o ato de ficar pelado era visto como uma maneira de melhorar a saúde. Em campos que funcionavam como uma espécie de spa, os adeptos praticavam exercícios ao ar livre, tendo um contato mais intenso com os raios solares e o ar puro. Não demorou para que os naturistas ocupassem lugares públicos como praias e praças. A moda pegou, cruzou o oceano e pousou em terras tupiniquins nos anos 1950. Foi quando a atriz Dora Vivacqua, conhecida como Luz Del Fuego e famosa por fazer performances teatrais nua e com uma cobra enrolada em seu pescoço nas casas de show cariocas, criou o primeiro recanto dedicado aos adeptos do naturismo, na Ilha do Sol, na Baía de Guanabara. O lugar se tornou sinônimo do estilo de vida naturista na América Latina. Em um espaço de 8 mil metros quadrados, entrar com qualquer tipo de peça de roupa era completamente proibido. Foi lá também que nasceu o Clube Naturista Brasileiro, a primeira instituição brasileira dedicada aos naturistas e que atraía gente do mundo todo. No início dos anos 1980, a Praia do Pinho, em Santa Catarina, começou a ser frequentada por uma galera nua, o que motivou a extinta revista Manchete a fazer uma matéria sobre o lugar em 1984. Dois anos depois, em 1986, a Praia do Pinho foi oficialmente considerada a primeira praia de naturismo do Brasil, e em 1988 foi criada a Federação Brasileira de Naturismo (FBrN). Atualmente, existem cerca de 32 entidades filiadas à FBrN por aqui, entre praias, campings, pousadas e hotéis naturistas.

(Sexy 422 – Fevereiro de 2015)

*Nota da redação: as informações citadas são de responsabilidade das autoras

Matéria original: http://revistasexy.com.br/mais-liberdade-menos-roupa/ 

(enviado em 2/03/15 por Anabricó)


Praia do Abricó em matéria do jornal O DIA

O jornal O Dia publicou, na edição do dia 26 de fevereiro, um encarte especial sobre a vida social a céu aberto do carioca entre o mar, montanhas e florestas. Entre as diversas opções apresenta a Praia do Abricó como local alternativo às outras praias. Veja a matéria completa abaixo.

 

Matéria de Márcio Allemand

Foto de Alexandre Vieira

 

Matéria completa em http://blogs.odia.ig.com.br/rio-450-anos/lugares-do-rio/e-doce-viver-no-mar

 

(enviado em 1/03/15 por Pedro Ribeiro)


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