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Jornal Olho nu - edição N°148 - Março de 2013 - Ano XIII

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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO PROCESSO DO DESENVOLVIMENTO DO NATURISMO

por Evandro Telles*

 

Na Semana que comemoramos o Dia Nacional do Naturismo foram concedidas três entrevistas na televisão, um comunicado no jornal e de quebra a secretária de um vereador da cidade me ligou querendo o meu endereço para enviar uma homenagem à minha residência pelo lançamento do livro “Naturismo – Um Estilo de Vida Transformador”, que até hoje não recebi.

 

Foi possível observar que as entrevistas e mesmo o pronunciamento sobre Luz Del Fuego no “Café com Letras” (encontro de escritores), foram insuficientes para dar uma idéia do que representa o Naturismo. As entrevistas são curtas por causa o precioso tempo da TV e o discurso não tem como entrar em pormenores da vida de uma pessoa, muito menos daquela que foi a precursora do movimento feminista e do Naturismo brasileiro.

 

Em São Paulo também tivemos uma manifestação pela “liberdade da nudez” que me pareceu bem organizada e transcorreu de forma tranqüila, o que também é válido para mostrar a naturalidade do corpo humano, não vejo nenhum problema que possa ser destacado, só que também acho insuficiente. As pessoas não adeptas ficam com muita atenção à nudez e não percebem a mensagem, mas pode ser que um ou outro passe a entender, o que já representa um avanço. Como têm pessoas do lado “têxtil” que vêm realizar estudos no lado do “naturista” tipo: tese de doutorado, dissertação de mestrado, trabalhos de conclusão de curso. Também temos àqueles que vão para o lado “têxtil” levar a mensagem de John Veltheim descrito em seu artigo “Nus por baixo da roupa”:

 

“É uma tragédia que a raça humana se tenha permitido criar tal complexidade de regras negativas e sistemas de crenças ao redor de um corpo que têm de viver desde o nascimento até a morte. Alguém poderia pensar que, quando temos que gastar tanto tempo com algo que nos foi dado por Deus, gostaríamos de aprender a amá-lo e a respeitá-lo. Gostaríamos de cuidar dele e alimentá-lo. Gostaríamos de educar os nossos filhos para que cresçam com sentimentos saudáveis ​​e positivos sobre o assunto. Para que possam ser capazes de desfrutar de sua magnificência da estrutura e dos sentimentos. Para respeitar, apreciar e amar os corpos de companheiros da vida sem a negação, culpa, abuso e hostilidade que vemos tão comumente neste mundo,”

 

Se as entrevistas, os discursos e a nudez não conseguem mostrar a dimensão como retratado pelo autor do texto acima, o que podemos fazer? Incentivar a leitura é um passo decisivo no processo de desenvolvimento do Naturismo. Pelos números de selos que são vendidos pela FBrN consta em torno de 1900 naturistas e para lançar o novo livro tive que colocar mais uma vez recursos próprios, saíram 165 exemplares e 6 foram doados para entrevistadores e troca de gentilezas com outros escritores. Um amigo escritor me disse: “Não é você que escolhe o livro, é o livro que te escolhe”. Em outras palavras, queremos que o “têxtil” aceite a nudez, mas temos que ter argumentos convincentes.

 

Para aqueles mais desconfiados, podem pensar que estou querendo vender livros, esqueçam seus argumentos, nenhum texto que escrevi até hoje pensei em dinheiro, todos eles estão divulgados no blog www.evandrotelles.blogspot.com. Acho interessante o livro, pode ser presenteado para algum amigo (a) para conhecer o estilo de vida naturista, mas não precisa ser necessariamente os que foram por mim lançados. Temos no site “Jornal Olho Nu” a Trilogia do Paulo Pereira; no “Naturistas Cristãos” pode ser baixado gratuitamente o livro de Luz Del Fuego “Verdade Nua” reescrito por Jorge Bandeira, o original custa nada menos de R$ 500,00 em sebos no Rio de Janeiro, quantos naturistas já leram?

 

Seja teórico, o Naturismo nasceu de uma teoria de Adolf Koch, um professor alemão que foi testar e provou os benefícios da nudez pelos resultados obtidos. Outro alemão Heinrich Ungewitter publica “Die Nacktheit” (A Nudez). Por que Alemanha? Porque era um país de homens notáveis e culturalmente acima das outras nações. Sendo teórico iremos pensar; questionar; testar e provar nossas convicções com sabedoria.

 

Cristina Augustinho no seu livro “Luz del Fuego – A Bailarina do Povo” diz que pensou que iria encontrar uma mulher, artista, dançando com cobras e talvez nada mais do que isso. Ao contrário, encontrou uma pessoa com muitas idéias que a fez várias vezes perder o sono. Ela tinha cultura, muita leitura e seus argumentos tinham profundidades. São essas pessoas que de fato constroem alicerces que permanecem na história e por isso ela disse “Sou uma luz que não se apaga”.

 

Vamos resgatar o hábito e o gosto pela leitura até mesmo para reconhecimento de nós mesmos dentro do universo em que vivemos.

 

Evandro Telles

26/02/13

www.evandrotelles.blogspot.com 


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