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Jornal Olho nu - edição N°138 - maio de 2012 - Ano XII

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Nova Liderança: Rose Santana

por João Batista Pereira*

Rose Santana e seu marido Alessandro, ao fundo à direita, no encontro do SPNat

A psicóloga Rose Santana, 37 anos, casada, dois filhos, um adolescente de 14 anos e uma menina de oito, foi eleita a presidenta do SPNat no evento de abril do grupo. Com 12 anos de vivência naturista e conhecedora de boa parte das áreas com esta filosofia, conta um pouco de sua história no Naturismo brasileiro.

Rose descobriu o Naturismo ao acaso. Era assinante da revista feminina Claudia, que apresentou uma boa matéria sobre a A Colina do Sol. Isto em 1993. A reportagem mexeu com seu interior, aguçando sua curiosidade. No entanto o desejo ficou guardado em seu coração. Somente em 1998, quando conheceu o marido, Alessandro, é que ela arranjou um "cúmplice" de sua vontade ao comentar com ele sobre o que tinha visto e lido cinco anos antes. Mas somente em 2000, quando foram para Búzios, cidade balneária do Norte do estado do Rio de Janeiro, é que surgiu a oportunidade de conhecer um local nudista.

A praia Olho de Boi, em Búzios, foi, então, o primeiro local em que Rose e o marido tiraram as roupas em local público na vida. Subiram e desceram com determinação a dura caminhada que alcança a pequena praia. Mas a experiência não foi totalmente gratificante. Quando chegaram não havia mais ninguém no lugar, somente uma placa onde dizia que a nudez era obrigatória mostrava que era lá mesmo o local. Tiraram as roupas e logo depois começaram a chegar novos banhistas, todos homens. "infelizmente é uma característica das praias naturistas brasileiras, há muito mais homens do que mulheres" - comenta.

Img: Ramon Moura

Praia Olho de Boi foi a primeira experiência de nudez em local público

Alessandro, um pouco envergonhado, não saía da água. Ela, mais à vontade com a nudez,  se sentiu um pouco constrangida com a quantidade de homens. Mesmo assim a primeira experiência foi considerada válida, porque resolveram começar a procurar locais fechados para a prática, como o RamaNAT e o Mirante do Paraíso.

No primeiro local naturista que visitou, o RamaNAT, ainda teve dúvidas de como se portar socialmente. Hospedada em um dos quartos, ao acordar não sabia se poderiam ir tomar café da manhã nus ou se era necessário vestirem-se. A dúvida dissipou-se quando abriu a janela e se deparou com um casal nu simpático que imediatamente os saudaram e convidaram para o desjejum.

Sobre a dificuldade de trazer mais mulheres para o Naturismo brasileiro, Rose acha que o que está faltando é mais campanha com esta finalidade. As próprias mulheres naturistas deveriam convidar outras mulheres para participarem. Devem comentar naturalmente nos seus grupos de frequência como o trabalho, o cabeleireiro. Mostrar que não se deve ter vergonha de seu corpo e nem do outro. "Tem que se amar".

 Rose nota uma certa dificuldade nas mulheres em manter sua nudez nas áreas naturistas. Basta haver uma ou outra mulher coberta com canga ou top-less, ou vestidas, que as outras inconscientemente se cobrem também. "A minha luta é para que não entrem realmente pessoas vestidas neste grupo. É preciso fazer um trabalho, fazer um acolhimento com conversas e explicar que ela vai se sentir muito melhor se também ficar nua".

Rose e a amiga divertindo-se no encontro

Eleita para dirigir o SPNat nos próximos três anos tem como meta "conseguir trabalhar com ideias afuniladas para obter um grupo mais concreto, mais coeso, para fazer com que ele ande. Um grupo diferenciado, que exige o naturismo, mas que tem uma forma de acolhimento para as pessoas novas. Outra meta é tirar o pessoal da bebida. Muitos não vêm para o encontro naturista realmente para fazer o encontro. Vêm mas ficam lá com um grupinho só bebendo. A gente quer tirar isso, quer conseguir mais entrosamento dos participantes, com atividades objetivando aumentar o companheirismo e o conhecimento um do outro".

O primeiro encontro ao natural do SPNat foi muito gratificante, nas palavras de Rose, porque reuniu pessoas que há muito estavam "desaparecidas" do naturismo com muitas outras novas, o que compensou inteiramente o trabalho árduo e as noites de sono perdidas da equipe para organizar o evento. Embora o tempo climático não tenha ajudado a abrilhantar mais a festa, a maioria da programação foi cumprida com êxito.

Peço então que todos os naturistas que quiserem conhecer o Naturismo, especialmente os de São Paulo, que entrem em contato e participem de nossos encontros têxteis em locais agendados, como restaurantes e parques. "Que venham mais Naturistas e desfrutem de nossa filosofia".

*Membro da ANAbricó


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