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Jornal Olho nu - edição N°137 - abril de 2012 - Ano XII

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A Nudez na Propaganda

por Sérgio Pereira*

Matéria publicada originalmente no blog

em 9 de julho de 2011.

Da mesma forma que a Bud light apostou em anúncios de seus produtos tendo a nudez e o bom humor como pano de fundo, a Sanex seguiu o mesmo caminho para divulgar seus produtos corporais, porém com mais sobriedade. A empresa britânica Ovelle Pharmaceuticals, que também fabrica produtos para o corpo., fez a mesma coisa ao lançar sua linha de produtos Elave com o slogan "Nothing to hide" (Nada a esconder). Isso é realmente algo interessante, pois trata-se de empresas que não consideram o corpo humano e a nudez como algo indecente. Segundo notícias de março de 2011, a Sanex - que pertencia a Unilever - foi adquirida pela Colgate Palmolive pra que este grupo obtenha uma boa posição no mercado europeu.

Nos anos 80 foram divulgados alguns comerciais no Brasil nessa mesma linha para a empresa Kibon (encenado numa suposta praia de nudismo) e para a Coppertone. Ocorreu na época a combinação da abertura política durante o governo do general João Batista de Figueiredo - acompanhada da chamada "queda da censura" (que atualmente começa a ser considerada útil pelo governo federal como forma de "controle social da informação") - junto com a divulgação pela revista Manchete de praias de nudismo no Brasil. O local que estava mais em evidência na época foi a praia do Pinho. Muita gente considerou que o comercial da Kibon foi feito com base nessa praia, já que apareciam predominantemente pessoas brancas.

O comercial da Kibon começava exibindo uma panorâmica de uma praia de nudismo. Em seguida aparece um carrinho de sorvete e um casal corre pra chegar primeiro. Eles escolhem dois sorvetes "Cornetto" e começa a consumi-los. As expressões de prazer e os movimentos de boca e língua chamam a atenção de uma casal de idosos que estão sentados em suas cadeiras de praia. O senhor maduro termina a sequência como comentário:

-"Mas que pouca vergonha!!!"

Desta forma a propaganda mostrava que apesar de todo mundo estar pelado, isso não significa que se possa dar espaço para manifestações "luxuriosas" naquele lugar.

O comercial da Coppertone tinha o slogan "Moda praia", fazendo referência ao nudismo no litoral. A ideia era mostrar a diferença entre as partes bronzeadas do corpo e as que ficam ocultas por sungas e biquínis, de forma que se pudesse comprovar a eficiência do bronzeador. Até a marca do relógio de pulso eles lembraram de mostrar.

Tivemos também o caso de uma propaganda de chuveiro em que aparecia rapidamente uma mulher nua de frente para a câmera. Curiosamente, os produtores do comercial revelaram a uma revista brasileira que testaram a tolerância da "nova censura mais branda" alterando o comercial semanalmente da seguinte forma: a cada semana de exibição eles acrescentavam 1 (um) segundo a mais de visualização da mulher nua. Eles queriam verificar qual o grau de exposição de nudez na televisão não incomodaria os censores.

No final da página está um comercial do desodorante Axe que não teve a mesma receptividade e, naturalmente, era destinado à programação noturna das redes de TV e outro sobre produtos de informática.

*autor do blog "Projeto Nu na Arte"

(enviado em 11/07/2011 por Peladistas Unidos)


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