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Jornal Olho nu - edição N°133 - dezembro de 2011 - Ano XII

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Naturistas ‘invadem a praia’ em Bauru

Filosofia de vida comum em regiões litorâneas também está presente no Interior do Estado; cidade já realizou encontros

por Luiz Beltramin

Matéria publicada no Jornal da Cidade de Bauru em 4/12/11

Se você procura nesta página algo considerado impróprio para menores de 18 anos ou até mesmo imoral, a sugestão é que feche o jornal ou o site do JC e busque outro tipo de publicação. O assunto abordado nos próximos parágrafos é simplesmente estilo de vida e, principalmente, respeito.

Já encarado com certa naturalidade em algumas cidades litorâneas do País, que abrigam espaços oficiais para se tirar a roupa em contato com a natureza, como as praias do Pinho, em Santa Catarina, ou Tambaba, na Paraíba, o movimento nudista, ou naturista como é intitulado pelos praticantes, não existe somente à beira mar.

Há alguns anos, mesmo que timidamente, o Interior Paulista também abriga adeptos deste estilo de vida. Sem a praia por perto, eles praticam o naturismo geralmente em encontros fechados em chácaras ou residências dos adeptos.

Em Bauru, oficialmente não são muitos os praticantes, algo em torno de cinco ou seis casais, estimam os filiados à Naturistas do Interior Paulista (NIP), entidade criada há cinco anos para congregar adeptos que vivem longe do mar, mas que nadam na mesma maré que rege: liberdade não combina com roupas.

“Desde pequeno nunca gostei de usar cueca. Tanto é que fui ganhar a primeira só quando tinha 11 anos”, testemunha o funcionário público bauruense Mário Jorge (nome fictício), de 55 anos.

Praticante desde 1987, ele justifica a preservação da identidade por receio de constrangimento no trabalho. “Depois que me aposentar, algo que não está longe, falarei abertamente”, planeja.

Por enquanto, ele pratica a nudez em casa, cercada por muros e portões altos, e nos encontros promovidos pelo NIP, alguns deles realizados em chácaras alugadas tanto no Vale do Igapó e Recanto dos Nobres, em Bauru, ou mesmo recebendo convidados adeptos na própria moradia. “Pretendendo organizar um encontro em Bauru, nos próximos meses”, vislumbra.

Ontem e hoje, ele está entre os cerca de sessenta convidados de uma reunião oficial do NIP, em Campinas, sede da entidade. Ele conta que viajou sozinho, já que a esposa, apesar de aceitar e respeitar seu estilo de vida, não é praticante do naturismo.

Segundo ele, em Bauru, há praticantes do naturismo em diferentes idades e ramos de atividade, desde profissionais liberais até do funcionalismo público, entre eles um policial. Contudo, observa Mário Jorge, apesar da simpatia de alguns bauruenses pelo naturismo, um certo conservadorismo, inerente a toda cidade do Interior, aliado às más intenções de quem confunde essa modalidade de nudismo com erotismo, emperrou o crescimento da entidade na cidade e região.

Há dez anos, conta ele, ele chegou a recrutar simpatizantes do naturismo por meio de anúncio classificado em jornal. Contudo, as dificuldades citadas, além do falecimento de um dos principais incentivadores locais do movimento na época, fizeram com que os poucos adeptos em Bauru ficassem restritos às pequenas reuniões em casas e chácaras ou então à prática do nudismo, em maior escala, nos grandes encontros estaduais ou nacionais.

Choque cultural

Os naturistas compreendem que, para quem não é adepto da filosofia, o fato de tirar a roupa em público pode ser estranhado e até mesmo ligado ao erotismo.

Contudo, simplifica Renata Barreto Freira, presidente do NIP, o naturismo nada mais é do que uma relação franca da pessoa com ela mesma e a natureza ao redor. “Você não é a roupa que usa, ela não passa de uma máscara”, considera.

Dentro das reuniões promovidas pelo NIP, entidade filiada à Federação Brasileira de Naturismo, um conjunto de regras rígidas repulsa qualquer tipo de comportamento inadequado ou desrespeitoso. Frequentados por famílias e crianças, os encontros, diferencia Renata, tem o mesmo ambiente de qualquer churrasco entre parentes ou amigos, com o diferencial: com roupa ninguém entra.

A exceção, argumenta a presidente da entidade, fica para mulheres iniciantes. Para homens, mesmo nudistas de primeira viagem, a regra não dá brechas: roupas, somente do lado de fora. “Com homens é mais fácil. É algo cultural, desde criança têm mais facilidade em trocar de roupa na frente de outros, portanto encontram menor dificuldade caso iniciantes”, compara.

Assim como estar nu é natural, nada mais natural do que excitação para quem não é acostumado a ver alguém do sexo oposto sem roupas, correto? Depende de como isso ocorre, diferenciam os praticantes.

Quando a pessoa iniciante, no caso o homem, aparenta excitação involuntária, observa Renata, ele é convidado a entrar na água do mar ou piscina, no caso dos encontros nudistas do interior, para “baixar a poeira”.

Segundo os naturistas, há uma certa tolerância com iniciantes. Obviamente, advertem, se a postura do mesmo for erotizada, com intenção meramente sexual, o mesmo está sujeito à expulsão do evento. “Temos o cuidado em separar quem pretende adotar a filosofia e quem não está com boas intenções”, comenta a presidente do grupo. “Solicitamos um cadastro no site para todos os interessados”, acentua ela, dizendo serem raríssimos os casos em que algum integrante se “empolgou” ao tirar a roupa em grupo. “Quase nunca acontece. O ambiente não é sexualizado. O máximo que pode acontecer é a gente pedir para a pessoa entrar na água. Um banho frio acalma tudo”, descontrai.

Do ícone ‘Luz Del Fuego’ às praias badaladas

O primeiro grande ícone do movimento naturista no Brasil foi a atriz capixaba Dora Vivacqua, mais conhecida artisticamente como Luz Del Fuego (1917-1967). Ela fundou o primeiro clube naturista brasileiro, denominado Ilha do Sol, dentro da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

A capital fluminense também abriga outro recanto naturista, este em atividade até hoje, e também freqüentado por Luz Del Fuego em seus primórdios, a praia do Abricó. Desde então a prática do naturismo, aos poucos, ganha mais espaço e, respectivamente, compreensão. Oficialmente, as praias do Pinho, em Balneário Camboriu (SC) e Tambaba, próxima à capital paraibana, são as mais conhecidas e badaladas.

No entanto, outros locais onde o naturismo é permitido também começam a ganhar maior número de visitantes, como as praias de Pedras Altas e Galhetas, também no litoral catarinense, Colina do Sol, na costa gaúcha, Barra Seca, no Espírito Santo e Massarandupió, na Bahia. O único reduto nudista oficial paulista é o sítio Recanto do Sol, em Igaratá.

No litoral, o movimento para criação de uma praia destinada ao nudismo ainda é incipiente, comenta Renata Barreto Freire, presidente do NIP. Segundo ela, a oficialização de um espaço à beira mar depende do fortalecimento de entidades no Estado.

Questão de adaptação

Faça um teste, propõem os naturistas: quem adota postura mais sensual, uma mulher caminhando à beira mar com um biquíni minúsculo recoberto por uma canga ao redor do corpo ou a mesma nua numa praia ou recinto destinado ao nudismo?

Segundo eles, o ambiente de uma reunião entre “confrades” da nudez não é propício ao sensualismo. O fato das pessoas frente a frente como elas realmente são, sem as amarras ou máscaras de tecido, faz com que elas busquem, de fato, estar em maior contato com o próprio interior e com o que os outros têm a dizer, e não mostrar. “Pode comparar. Numa conversa onde as pessoas estão nuas, existe muito mais o olho no olho do que ao contrário. As pessoas olham nos olhos umas das outras”, diferencia Mário Jorge.

Outra confusão, essa pelo menos inofensiva aos nudistas “do bem”, ocorre entre os termos naturismo e naturalismo. Enquanto que a primeira, compara Renata, é o fato de se sentir bem com o corpo num em contato com a natureza e na companhia de outras pessoas, a segunda vertente se refere a pessoas que simplesmente amam a natureza, ou apenas não se alimentam de produtos industrializados.

Nudismo no cerrado

O fato de não termos mar, ao menos num raio aproximado de quatrocentos quilômetros, não impede os “nudistas do cerrado” em praticar o naturismo. “Todos têm direito, também somos filhos de Deus”, justifica Renata Barreto Freire, presidente da NIP. Descendente direta de índios tupinambás e guaranis, ela diz que a própria ascendência lhe permitiria adotar a cultura naturista com maior naturalidade.

No entanto, a história não foi bem essa, recorda ela, naturista desde 2005 por influência do marido. Ela lembra que a primeira vez que tirou a roupa foi no Mirante do Sol, o único reduto nudista oficial do Interior paulista, em Igaratá, região de Atibaia. A partir daí, gradativamente, ela aderiu à cultura, da qual não se desvencilha também dentro de casa.

Em Bauru, conta a representante do NIP na cidade, as reuniões ocorridas em chácaras tiveram precaução ainda maior tanto com a privacidade dos integrantes quanto dos próprios vizinhos. Numa das ocasiões, foram providenciadas lonas pretas, fixadas junto à cerca viva de uma propriedade rural.

Porém, garante ele, não se trata de um círculo fechado. Pelo contrário, interessados ou até mesmo curiosos estão convidados a conhecer, desde que mantido o respeito. “Queremos novos adeptos e pessoas interessadas são bem-vindas. O mais importante é assimilar a filosofia, se sentir bem com você mesmo, estar bem espiritualmente”, define.

Mais informações: NIP: (19) 3257-0423

Email: nipbauru@yahoo.com.br

Leia a matéria completa no Jornal da Cidade de Bauru

(enviado em 4/12/11 por Peladistas Unidos)

A partir deste ponto republicação e atualização das matérias publicadas durante o mês de novembro de 2011 na seção Últimas Notícias

PRAIA DO PINHO CITADO NO JORNAL HOJE

 

O jornal Hoje da Rede Globo, na edição de 18 de  novembro, sexta-feira, mencionou a Praia do Pinho, de maneira natural , sem alarde, sem mistério e sem estranhamento em matéria sobre turismo no Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Ela aparece como opção para aqueles que preferem praias mais agrestes e com mata preservada. Foi citada como "a primeira e mais famosa praia de naturismo do Brasil (milagre, não erraram o nome NATURISMO!).

 

A matéria foi de autoria do repórter Ricardo Van Dorff

 

Veja o vídeo da matéria completa em http://g1.globo.com/jornal-hoje

 

(enviado em 18/11/11 por Nupinho.blogspot.com


Um outro jeito de ir à praia

 

Este é o título da matéria publicada no jornal O GLOBO do Rio de Janeiro, no caderno O Globo Barra, no dia 13 de novembro, domingo. De autoria de Bruna Talarico e fotos de Laura Marques, a matéria trata do naturismo praticado na praia do Abricó. A edição impressa traz muitas fotos e é mais extensa que a versão on-line que está disponível no site do jornal oglobo.com.

 

O teor da matéria está muito bom.

 

(envaido em 13/11/11 por Marcelo Marques)


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