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Jornal Olho nu - edição N°132 - novembro de 2011 - Ano XII

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Os funcionários do hotel

por Pedro Ribeiro*

 

O que seria o Naturismo se não houvessem aqueles personagens especiais que dão um tempero a mais aos encontros e à própria filosofia de vida. Neste oitavo encontro tivemos vários destes personagens especiais, os funcionários do hotel sede do evento. Não são naturistas, pouco ouviram falar sobre isso e tinham muitas dúvidas de como deveriam se portar.

 

Cerca de um mês antes do evento tiveram uma reunião com José Tannús, que fez uma palestra explicando como seria e o que eles deveriam esperar. Mesmo assim o nervosismo por atender pessoas de hábitos tão diferentes dos clientes comuns assustava a maioria.

 

Das dezenas de funcionários, entre pessoal da limpeza, pessoal da cozinha e o da recepção somente três já tinham tido antes a experiência com o Naturismo. E foi lá mesmo. No Encontro realizado pela Federação em 2003.

 

Dantas, um dos recepcionistas tem 35 anos, casado e pai de dois filhos, achou interessante a nova experiência. Contou que no princípio ficava sem saber direito o que fazer, para onde olhar e teve vontade de rir - numa demonstração clara de que o naturismo causa felicidade a outras pessoas - mas depois começou uma coisa normal e natural, embora ele não tenha tido tanto contato assim com os nus por causa de seu local de trabalho. A roupa acabou seno apenas um detalhe. Porém na mente dele acha que não seria possível ele participar, porque acabaria não tendo um bom comportamento. No entanto revela que foi o grupo que o hotel recebeu que apresentou menos problemas de trato com os funcionários, com muito respeito e educação. Também elogiou a preocupação com a  limpeza mostrada pelos naturistas.

 

Zeila, 38 anos, gerente do bar que funciona em frente a uma das piscinas, teve muitos contatos visuais e verbais com os naturistas. Funcionária do hotel a apenas cinco meses já teve essa experiência incomum. No entanto ela já esteve numa praia em Porto Seguro, a de Trancoso, há mais de dez anos atrás. Foi de biquini, mas viu pessoas em estado de nudez. Ela conta que foi totalmente diferente o que viu lá da realidade que ela viu no Hotel. Não havia em Porto Seguro esse respeito e cumplicidade que ela alega que os naturistas têm. Então o impacto não foi tão grande. Achou a experiência ótima porque considerou o grupo muito unido e muito ético. Ela acredita que seria capaz de ir a uma outra área e praticar o nudismo, contanto que não fosse o hotel, por causa dos colegas e ser o local de trabalho. É casada e tem certeza que o marido também adotaria o naturismo. E terminou parabenizando a todos.

 

Charles, 25 anos, também é funcionário do bar, portanto teve muito contato com os naturistas. Trabalha no hotel há quatro anos. Foi sua primeira experiência com naturistas. No início se sentiu meio sem jeito, não sabe para onde olha, mas depois se acostumou e começou a se sentir estranho por ser o "diferente" no ambiente. No final todo mundo se sente igual. "Quem sabe um dia eu me torne um naturista".

 

Augusto e Elson, 53 e 35 anos, são garçons do restaurante do hotel. Já trabalham no complexo há muitos anos (Augusto, 25 e Elson, 18). São dos poucos funcionários que trabalharam no Encontro de 2003. Eles já se dizem acostumado e não ficam nem um pouco constrangidos ao servir os nus no restaurante. Muito embora, Elson tenha dado "uma corada" enquanto era entrevistado. Pode ser por vergonha de dar entrevista.

 

Luciara, 37 anos, também trabalha no restaurante. Ela serve os naturistas diretamente da panela, prepara ovos mexidos no café da manhã e a macarronada com molhos misturados na hora durante o jantar. Trabalha no hotel há três anos e foi sua primeira experiência com pessoas praticando o Naturismo. Confessa que ficou muito ansiosa e achou que ia estranhar muito. Mas no contato ela viu que são só pessoas nuas e naturais mesmo. Ela gostou "demais" e já cogita a possibilidade de ser naturista também. Casada, os filhos perguntam curiosos como é que é trabalhar com nus. "Eu falo que é normal, que é todo mundo educado, que ninguém joga o lixo no chão, que tratam os funcionários muito bem. Um grupo ótimo de trabalhar", afirmou.

 


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