VIII EBN: as assembleias

por Pedro Ribeiro*

 

Na sexta-feira pela manhã houve a primeira sessão, mais descontraída, para que todos os presentes pudessem se apresentar uns aos outros e para que também eles pudessem apresentar sugestões de pauta para a assembleia geral.

 

 

 

 

A abertura oficial do evento aconteceu na tarde da sexta-feira, por volta das duas e meia, no Salão de Convenções. O Hino Nacional foi cantado à capela, isto é, sem acompanhamento instrumental, num esforço para que as vozes e a letra do hino se harmonizassem. Neste momento foram dados alguns informes e feita a convocação para a Assembleia Geral Extraordinária do dia seguinte.

 

No sábado á tarde, João Olavo presidiu a Assembleia, que começou às 15 h 30, com meia hora de atraso. Ela foi realizada no bar em frente a uma das piscinas. Foi escolhido este local para que todos os outros participantes do Encontro, e não apenas os dirigentes das áreas naturistas, pudessem tomar parte. Após a composição da mesa foi pedida a inclusão de mais um item à pauta: a discussão sobre as publicações naturistas. João Olavo então começou relatando sobre o programa FBrN na Estrada, fixando-se nos terceiro e quarto roteiros, este que ainda está em andamento, e apresentou o quinto e último do ano. Por sugestão foi incluída uma vista a Edson Medeiros, que mora em São José dos Campos, no quarto roteiro.

 

Neste momento um grande tempestade, com raios, trovões e chuvarada, desaba sobre Caldas Novas. Mas a Assembleia continuou firme, apesar do vento jogar um pouco de água sobre os participantes, mas boa parte da assistência se retirou.

 

Na continuação comentou sobre a visita ao Rio de Janeiro que fará a seguir, com objetivo de dar um primeiro passo para reaver a Ilha do Sol para a Federação. O plano inclui um ofício à Petrobrás, que possivelmente possui a cessão da ilha. Outro objetivo nesta visita ao Rio, é obter audiência com os prefeitos de Cabo Frio e de Búzios, para conversar sobre a situação das praias Brava e Olho de Boi e tentar reativá-las como naturistas, naqueles municípios fluminenses.

 

Confirmou então a ida ao CNEM no dia 14 de novembro, em Minas Gerais. No dia 15 será comemorado o sétimo aniversário da eco-vila mineira. Nesta data também Wesley, o presidente do CNEM, se comprometerá em realizar o primeiro encontro de jovens naturistas em 2012. Este evento encerra o quarto roteiro.

 

O quinto roteiro inclui visita a duas parais de Santa Catarina que ainda não tiveram a passagem de João Olavo: Galheta e Pedras Altas.

 

A Assembleia foi interrompida para uma homenagem à Federação Brasileira de Naturismo e ao GoiasNAT do escultor índio Pedro Pereira. Ele ofereceu uma belíssima escultura feita em madeira "A mãe tratando do filhote no ninho". Pedro fez um pequeno discurso e ofereceu a peça ao presidente do GoiasNAT, José Tannús, que disse que ela será a primeira peça que comporá a decoração da futura sede da entidade.

 

Em seguida foram prestadas homenagens a dois ex-presidentes da FBrN, em louvor ao trabalho desenvolvido por eles pelo crescimento do naturismo no Brasil: Elais Alves Pereira e José Antônio Tannús.

 

Sobre filiações e refiliações durante o ano de 2011, João destacou a volta aos quadros da Federação da SONATA (Sociedade Naturista de Tambaba), do Recanto do Paraíso e do Rincão Clube Naturista. Depois elencou todas as novas filiações. O número total de filiados atualmente é de trinta e dois, incluindo o Blog da Glacy, filiada neste evento. Ainda estão em estudos os pedidos de filiação o Movimento NU, em Gurugi, PB, a pousada Praia Brava, em São Sebastião, SP e a Pousada e Restaurante Arca de Bilú, Tambaba, PB. O pedido de refiliação do RAMANAT, Extrema, MG, foi rejeitada.

 

Renata Freire fez um relatório das condições atuais sobre a pousada Praia Brava, que atualmente não tem condições de ser exclusivamente naturista, e também sobre as condições de a própria Brava vir a ser um local oficial de Naturismo, revelando que existe grande dificuldade de a alcançar fisicamente, além de ser necessário haver um grupo que cuidasse da área, mas que não foi demonstrado interesse por parte da pousada em realizar esta função. Sobre a pousada ainda a decisão poderá ser tomada em São Paulo no próximo evento nacional.

 

A filiação da Pousada Arca de Bilú foi discutida. Alegou-se que, embora o seus donos sejam naturistas, a pousada não é naturista. Márcio Braga contou sua experiência ao ficar hospedado lá, que pôde praticar naturismo na piscina e que foi seguido por alguns hóspedes e pelo próprio casal proprietário. A decisão porém ainda está em estudos.

 

Sobre o RAMANAT, João contou que ao visitar a pousada não houve um acerto convincente para poder defender sua refiliação. O proprietário apos a visita fez uma publicação na Internet dizendo que fez uma opção por manter o seu foco sobre os "casais liberais", porque o Naturismo estava indo cada vez pior e que, como exemplo disso, citava o fechamento do Mirante do Paraíso (O Mirante fechou durante algumas semanas no mês de julho). Diante destes fatos foi decidido não aceitar a volta da instituição aos quadros da FBrN. No entanto, João deixou claro que não há problemas em se alugar espaços não naturistas, exclusivamente para uso do Naturismo, para realização de eventos, respondendo a questionamento de Renata Freire, que foi criticada por ter contato a pousada RAMANAT para realização de evento do NIP. A realização de eventos naturistas em áreas que se declaram com outras finalidades é por conta e risco do grupo que os produz. Afinal quem zela pela imagem do grupo naturista é o próprio grupo.

 

O próximo assunto foi o Programa Nacional Integrado de eventos para 2011/2013, que procurar estudar antecipadamente os eventos programados com objetivo de procurar patrocínios que facilitem suas realizações. O foco foram os eventos agendados para 2012: IV Encontro Latino Americano, no Chile, em março, o IX Encontro Brasileiro , destinado a São Paulo, mas sem local e data definidos. o I Encontro de Jovens Naturistas, no CNEM, no final de agosto ou início de outubro. O XXXIII Congresso Internaciol de Naturismo, na Croácia, em setembro e o V Encontro de Dirigentes, na AAPP, em Camboriú, no segundo semestre.

 

Sobre o Encontro no Chile, João Olavo e Tannús anunciaram que, embora o evento não seja da FBrN, mas sim da INF, a Federação tem contribuído com a realização estimulando a ida dos brasileiros a participarem. Informam então sobre as opções de se chegar até o Chile, sobre pacotes que estão sendo desenvolvidos pela MDM Naturs e sobre a excursão via terrestre que será realizada por três motor homes, que sairão em direção ao Chile de dois pontos distintos do território brasileiro. Somente ainda há vagas no terceiro, que sairá de Porto Alegre.

 

O IX Encontro Brasileiro de Naturismo foi acordado em ser realizado no Clube Rincão Naturista, em Guaratinguetá, conjuntamente com o NIP, em abril de 2012. Também ficou decidido que o I Encontro de Jovens naturistas, a ser realizado no CNEM, em Minas Gerais, será em outubro de 2012. o V Encontro de Dirigentes Naturistas foi sugerido que se realize em novembro, na Associação dos Amigos da Praia do Pinho, em Camboriú. Também foi informado que a gerente do hotel Parque das Primaveras deseja realizar um evento anual naturista, no mês de setembro, no final de semana mais próximo à data de início oficial da Primavera, que seria o lançamento da Abertura da Primavera, ideia original da saudosa Miriam Zorzella.

 

Finalmente, o último evento previsto será o XIII CongreNAT, o Congresso Brasileiro de Naturismo, será realizado em Barra Seca, Linhares, no Espírito Santo. Márcio Braga, presidente da NATES, anfitriã do Congresso, informa que o principal problema de acesso à praia de Barra Seca, o estado da estrada que a liga a Linhares, está sendo totalmente asfaltada e a partir do final de 2012 o trecho estará completo, faltando apenas seis quilômetros de ligação entre o Portal do Ipiranga e a praia. Muito da infra-estrutura já está sendo preparada. A data ainda não está acertada, mas será no início de 2013.

 

Waldo Andrade, representando Massarandupió, juntamente com Alex Sandro de Souza, de Tambaba,  lançaram a proposta de um evento regional para as regiões Norte e Nordeste, batizado de I Encontro Regional Norte/Nordeste, acertado pelas associações ligadas a Tambaba e a Massarandupió juntamente com o Graúna. O evento será realizado em Manaus, previsto para o segundo semestre de 2012, ainda sem data definida.

 

Márcio Braga sugeriu que a FBrN elaborasse um calendário de eventos anuais com datas mais distantes umas das outras, para que não ficassem muito orenosos para aqueles que gostariam de participar de todos e nem atrapalhassem os trabalhos dos dirigentes nas áreas em que atuam. Tannús disse que o ano de 2012 será um ano atípico para nós porque teremos dois eventos internacionais e esta série de eventos nacionais e regionais, mas cada um terá que escolher ao qual irá. Sabe que isso é complicado. Mas fica feliz em saber, como foi citado na assembleia, que os naturistas precisarão de doze meses no segundo semestre do ano que vem. João Olavo completou dizendo que isto o deixa feliz, porque é administrar o sucesso. O problema é conciliar todas as áreas que querem promover eventos.

 

João Olavo, aproveitando a ocasião, alertou para a necessidade de se registrar em cartório cada uma das entidades naturistas, porque isso facilitaria a obtenção de patrocínio inclusive para a realização de eventos. Alertou também para a necessidade de ter uma contabilidade organizada e em dia para que se possa prestar contas e, em terceiro,  requerer o status de utilidade pública junto às autoridades municipal e estadual da região em que está localizado. Tudo isso, nas palavras de João, será um plus na hora do patrocínio.

 

No prosseguimento da assembleia Renata Freire, do NIP, apresentou uma proposta de um novo espaço naturista no estado São Paulo, cujo terreno seria adquirido por cotistas com valor igualitário para cada um. O tamanho do terreno será de acordo com o montante obtido. O empreendimento seria uma espécie de eco-vila com apenas uma área exclusiva para o Naturismo. As demais seriam camping, residências. Foi aberto debate sobre os temores de um empreendimento deste tipo, principalmente por causa dos problemas de herança. Foi lembrado que a Colina do Sol, a AAPP, o Rincão e o CNEM seguem modelos parecidos e alguns estão com problemas jurídicos. Foi proposto que a Federação tivesse um departamento jurídico para resolver esta e outras questões e criar um modelo que pudesse ser seguido pelas entidades sem maiores riscos de fracasso. João Olavo revelou, no entanto, que não há dinheiro para se contratar advogado. Citou caso recente da necessidade de apoio jurídico para resolver uma questão pendente da FBrN e teve que recorrer a favores de conhecidos. E lembrou que todas as despesas que tem tido com as viagens que tem realizado pela Federação têm sido custeadas de "seu próprio bolso". "Isso mostra", alega João Olavo, "a importância da compra dos selos anuais da INF pelas entidades", única fonte de renda da Federação. Atualmente ela não tem dinheiro para pagar, por exemplo, mil reais por mês para um escritório de advocacia.

 

Em seguida o assunto tratado foi o de associar o Naturismo mais fortemente ao meio-ambiente e divulgar essa ação de forma "marqueteira". João Olavo ressaltou o fato de haver aqui na pousada muito maior preocupação com o ambiente, descrita em cartazes espalhados por todos os lugares, do que ele encontrou em todas as áreas naturistas visitadas. Lembrou da importância do naturista participar mais contundentemente de ações ambientais, e que essa preocupação passe a ter importância igual a que se tem com a nudez nos encontros e nas áreas naturistas. Eduardo Oide, da MDM Naturs disse que é muito mais fácil conseguir patrocínios para eventos se o fator ambiental for o destaque, pois quando se menciona Naturismo geralmente os possíveis patrocinadores desistem. João Olavo lembrou que no ano de 2012 haverá no Rio de Janeiro o evento Rio + 20, fórum de debates sobre ecologia e meio ambiente, do qual ele acha imprescindível a participação da Federação.

 

Sobre a Lei do Naturismo, João Olavo disse que por inanição dos 81 senadores, que não se interessaram por ela durante 13 anos, o projeto foi arquivado no Congresso. Mas tem sido feito esforços para ela ser reapresentada ou refeita. Pediu então que Jayme Belém, de Brasília e Pedro Ribeiro, da ANAbricó, relatassem a situação atual dos esforços empreendidos neste sentido. Jayme falou que em conversa com parlamentares foi dito que a lei arquivada não "ressuscita" mais. O possível a ser feito será elaboração de um outro projeto, cópia deste arquivado, apresentado direto ao Senado, para que, possivelmente,  facilitasse e apressasse sua aprovação no Senado e na Câmara dos Deputados. Houve um senador, Eduardo Paim, que prometeu ajudar no início do ano, mas depois desistiu porque achou que sua base eleitoral não aceitaria seu "envolvimento" com o Naturismo. Pedro Ribeiro contou que entrou em contato com o escritório do senador Lindbergh Faria no Rio de Janeiro e a secretária disse que o pedido de audiência com o senador deveria ser feito através de e-mail. Feita a operação, não houve resposta. Um novo contato telefônico com o escritório, a mesma secretária desculpou-se que ele andava muito ocupado no senado com a questão dos royalties do petróleo para o estado do Rio de Janeiro. Desde o primeiro contato já se passaram dois meses e não houve resposta para a audiência.

 

João Olavo explicou resumidamente o funcionamento do senado e disse que durante o café da manhã dos senadores, as lideranças conversam e escolhem dentre os mais de trinta mil existentes quais serão os projetos que serão discutidos e votados nas sessões plenárias e nas comissões. Afirmou que o senador só vai se interessar por um projeto se sua base eleitoral em seu estado de origem fizer pressão para que este ou aquele seja optado. Se os naturistas não entenderem que precisam se expor e fazer um trabalho político de convencimento. Infelizmente a maioria diz que não é política nem quer saber de política. Então ele recomenda que se deva "agir politicamente em seu estado para depois colher o resultado lá em Brasília". Lembra que a bancada evangélica é muito grande e forte tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Ela é contra o Naturismo e não quer saber nem de debate ou discussão. Recomenda que cada naturista procure o senador evangélico de seu estado e explique o que é Naturismo e tente mudar sua opinião a respeito.

 

Marcelo Pacheco, vice-presidente da FBrN, disse que já é a décima vez que a Lei do naturismo entra em pauta nas discussões da Federação, mas ressalta que apesar de nunca ter sido aprovada, o Naturismo tem crescido e ficado mais visível nos meios de comunicação. Nunca houve qualquer desqualificação de nenhum local naturista feita por qualquer órgão público ainda que sem a aprovação da Lei. Cita que a França e Espanha têm mais de 300 praias e locais naturistas e não têm Lei de Naturismo. Completa que mesmo que a lei federal dê um respaldo ao Naturismo, ela não é imprescindível. O Naturismo tem funcionado muito bem com as leis municipais sobre as praias, que são inclusive mais maleáveis de acordo com o poder público local.

 

Na continuidade da assembleia, João Olavo ressaltou a importância de se conhecer com maior precisão o quantitativo de naturistas brasileiros. Alegou que em qualquer reivindicação para políticos ou para patrocínio, ou até mesmo em entrevistas para as mídias não especializadas, a primeira coisa que se pergunta é quanto somos. Como não há essa informação os números têm sido "chutados" entre 50 mil e 500 mil. Por causa disso, João lembrou que uma resolução de 2010 pede que todas as entidades naturistas enviem relatórios informando o número de frequentadores de seu espaço, entre associados e visitantes. Aproveitando o ensejo, Tannús pediu para que cada afiliada enviasse à Federação a quantidade de selos da INF que vai querer para 2012, até o dia 15 de novembro.

 

João volta a ressaltar a importância de todo naturista afiliado possuir o Cartão INF, tanto pelo lado financeiro para a Federação, quanto pelo lado de garantia social que ele representa. Glacy Machado, do Blog da Glacy, deu seu testemunho sobre a importância que é dada ao Cartão INF em vários locais em que esteve na Europa, sempre o exigindo de cada um que quisesse entrar. Viu inclusive casal ser barrado de entrar em local na Espanha por não estar portando o Cartão INF.

 

Em seguida foram formalizadas três portarias que determinam novos cargos de diretoria, dois do Naturistas Capixabas: Leonardo Spínola assinou sua nomeação de Segundo Secretário e Evandro Telles assinou sua nomeação para diretoria de pesquisa histórica do Naturismo, juntamente com Maria Luzia de Almeida. A terceira nomeação foi de Waldo Andrade, da AbaNAT nomeado diretor de eventos.

 

Foram nomeados também e assinarão o documento depois, o Diretor de Assuntos Jurídicos, o Dr. Alexandre Guedes, o Diretor de Cultura e Articulador de contatos com países Pan-Amazônicos, Jorge Bandeira do Amaral. João Olavo destacou a importância do cargo de articulador por considerar que o Brasil está de costas para os outros 42 países da América Latina. Uma aproximação maior com os que formam a Amazônia já seria um avanço significativo. Foram nomeadas ainda mais três pessoas, o Julíndio, do Território Macuxi, Diretor de Esportes, que terá a função de definir políticas esportivas para que todas entidades possam praticar mais esportes. João critica a situação atual dizendo que "infelizmente o esporte que é praticado mais intensamente nas áreas naturistas atualmente é o halterocopismo. Carlos Leite, da agência Nature Turismo em Recife, foi nomeado Diretor de Acessibilidade, que terá função de encontrar meios para tornar o acesso e a permanência nas áreas naturistas melhores para os deficientes físicos. E por último foi nomeado Coordenador do primeiro evento de jovens no Brasil, Wesley Viana, do CNEM, Minas Gerais, e que depois ele permaneça trabalhando esta questão do jovem no Naturismo.

 

Em seguida, João Olavo fez um pedido para que os membros do Conselho Maior, na medida do possível, acompanhem o presidente nas visitas e incursões na região do país de onde é titular. O objetivo é que após a ida embora do presidente as associações tenham a quem recorrer que esteja mais próximo para se fazer ouvir. Então pediu ao presidente do Conselho Maior, Elias Pereira, que apoiasse esta indicação e fizesse uma mensagem conjunta para distribuir a estes membros. Elias Concordou.

 

João Olavo propôs a criação de um planejamento estratégico para os próximos dez anos, para quando assumir os próximos presidentes da executiva "não fiquem inventando roda". Isso tornaria o executivo mais eficiente porque já teria um objetivo a ser alcançado, "claro que poderia fazer isso por trilhas diferentes, mas o rumo seria o mesmo". O sistema de planejamento escolhido foi o de PDSA, cuja metodologia será enviada aos dirigentes posteriormente. O método consiste na análise do ambiente externo e na análise do ambiente interno e momentos de reflexão, que dá para fazer em duas reuniões e resulta no objetivo a que se alcançar. A Federação vai chegar na soma destas decisões, que será o rumo que a ela vai seguir. Então em janeiro, será pedido às associações que planejem onde querem chegar daqui a dez anos.

 

Para encerrar foi aberta a última discussão proposta por Evandro Telles, sobre publicações naturistas. Ele propõe que elas sejam atreladas a uma ou várias universidades. Defende-se a ideia de que o Naturismo aproxime-se mais das universidades para que haja mais pesquisas e estudos a respeito do tema. Isto traria mais acesso dos autores naturistas à pesquisa e às editoras universitárias. Foi apontada a vantagem também de que se adentrar às universidades será possível conversar com mais jovens e, quem sabe, mais naturistas potenciais. Que o naturismo fosse considerado um tema permanente para dissertações e pesquisas de mestrado e doutorado. Já existe um protocolo de intenções que poderá ser usado por quem quiser se aproximar de uma universidade de sua região.

 

Dois assuntos da pauta foram transferidos para a reunião de encerramento de domingo: a experiência dos coletivos de Massarandupió e de Tambaba e a Recomendação do Ministério Público da Paraíba sobre a presença de crianças na praia de Tambaba. Desta forma a assembleia foi encerrada.

 

No domingo pela manhã foi feito o encerramento oficial do VIII Encontro Brasileiro de Naturismo. Ainda houve espaço para mais alguns informes e debate dos temas deixados de lado no dia anterior. Houve muitos momentos de pura emoção como a homenagem a Glacy Machado, considerada por um outro naturista como a felicidade em forma concreta. Foram assinados e ratificados os Coletivos de Tambaba e de Massarandupió, que ajudarão o desenvolvimento sustentável dessas duas importantes áreas naturistas do Nordeste.

 

Sobre a recomendação do Ministério Público da Paraíba pela proibição da presença de crianças, mesmo acompanhadas dos pais, na praia de Tambaba. Na prática nada mudou na praia de Tambaba, nesta questão, mas está sendo construindo um grupo de trabalho para encontrar uma saída jurídica para o caso, para que a situação não fique sem solução.

 

Sobre a construção dos coletivos, o de Tambaba chama-se Coletivo Natureza, justamente por ter seu foco na preservação ambiental. O outro chama-se coletivo Massarandupió, liderado pela AbaNAT, na praia de mesmo nome, que visa desenvolver a região em sua infra-estrutura e condições favoráveis ao turismo. Representou o Coletivo Natureza, composta por 12 entidades, o Major Alex Sandro. O Coletivo Massarandupió, composta por 25 entidades, foi representada por Waldo Andrade.

 

Desta forma os trabalhos oficiais foram encerrados, quase na hora de partir do hotel.

 

*pedroribeiro@jornalolhonu.com