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Jornal Olho nu - edição N°114 - maio de 2010 - Ano X

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Ela superou o câncer pela nudez

por Letícia Sorg

 

A japonesa Yoco tem 38 anos, dois filhos e sobreviveu ao câncer de mama. A história dela é parecida com a de milhões de mulheres. Só neste ano, estima-se que 1,5 milhão de mulheres receberão o mesmo diagnóstico no mundo e quase 500 mil morrerão por sua causa. O que torna a história de Yoco especial é a forma como ela lidou com a doença e conseguiu superar as sequelas do tratamento.

 

Quando soube que teria que passar por uma cirurgia para a retirada do tumor, Yoco decidiu que queria registrar como era seu corpo, os seus seios, antes do procedimento. Para isso, contratou a fotógrafa Maki Miyashita. Mas o que era apenas uma sessão para imortalizar o corpo de Yoco antes do câncer acabou virando um trabalho de dois anos. Maki decidiu registrar sua perda, seu sofrimento e sua superação.

 

Yoco aparece com os seus em suas mãos, sorrindo, antes da cirurgia. E, depois, com o lado direito enfaixado de gaze. Olhando através da janela, já com as cicatrizes, ela diz que não consegue mais sentir seu seio, reconstruído na cirurgia com cartilagem retirada da orelha e pele da parte interna da coxa. Yoco chega a pensar que seria melhor não tê-lo.

 

Não foi de imediato que ela conseguiu superar a perda, mas esse momento está registrado na foto deste post, que faz parte do livro Sono Saki-ni Arumono (O que espera além, numa tradução livre), publicado no ano passado por Maki e foco de reportagem do jornal britânico The Independent.

 

Para a fotógrafa, ao revelar seu corpo para as câmeras, Yoco revelou também sua alma e, possivelmente, os sentimentos de milhões de mulheres que passaram ou passam pelo mesmo drama. Talvez suas imagens as ajudem a lidar com o câncer de mama e suas consequências.

 

Eu acho que elas podem ajudar muito mais mulheres. Todas aquelas que se sentem infelizes com a própria imagem. “Os maiores acontecimentos da vida, como passar por uma cirurgia ou dar à luz, deixam rastros no corpo da mulher”, diz Yoco. “Quando consegui me aceitar e pensar que sou bonita com esse corpo, tomei consciência do efeito terapêutico de tirar fotos nua”. Quando tirou a primeira foto, Yoco quis imortalizar o corpo “perfeito”. Ao continuar a tirar fotos, Yoco conseguiu enxergar além das cicatrizes. Viu uma Yoco diferente, mas tão bonita quanto antes.

 

(enviado em 20/04/10 por Peladistas Unidos)

 


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