Ano XXII - Manaus, 24 de Abril de 2010
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Cultura
Mergulho na arte do mundo árabe
14/03/2010
Foto: Divulgação
Um dos itens em exposição são as fotografias naturistas de Macarena Mairata e Jorge Bandeira, inspiradas nas obras do escritor libanês

 
:Guilherme Gil
Equipe do EM TEMPO
plateia@emtempo.com.br
 
Um dos mais festejados autores da literatura árabe, Gibran Khalil Gibran é a fonte de inspiração da mostra artística “Nuances”, que reúne 40 heliografias (gravuras feitas com luz solar) em preto e branco, um vídeo de 15 minutos com três matizes de cor (colorido, preto e branco, e sépia) e 18 fotografias em preto e branco inspiradas nas obras do escritor e poeta libanês, naturalizado norte-americano. A mostra está em cartaz na sede do Coletivo Difusão (avenida Castelo Branco, nº 1.111, Cachoeirinha, Zona Sul), e permanecerá aberta ao público até o dia 20 (sábado).
Gibran Khalil Gibran nasceu em 6 de janeiro de 1883 e faleceu em 10 de abril de 1931. Embora o escritor tenha lançado mais de 30 obras, a maioria delas no Oriente, ele tornou-se popular internacionalmente com o livro “O Profeta”, de 1923, que foi traduzido para diversos idiomas, incluindo o português. Além de escritor, ele também foi artista plástico, tendo estudado arte com Auguste Rodin, em Paris, durante dois anos, que o ajudou a aperfeiçoar suas gravuras e desenhos.
O acesso à mostra é gratuito, porém com restrição de idade: somente para maiores de 18 anos, conforme Jorge Bandeira, do Coletivo Graúna, parceiro do Coletivo Difusão na realização do evento. Segundo Jorge, foi fixado o limite de idade devido ao conteúdo das obras, que apresentam nudez, sendo uma delas na performance ao vivo, “Nus com Gibran”, com os membros do Coletivo Graúna, que só será assistida por convidados selecionados. “É para garantir a privacidade de algumas pessoas que vão participar da performance”, justifica. “São poses sugeridas por alguns quadros de Gibran”.

Problemas com nudez
Jorge, que é naturista há 17 anos, explica que a nudez na arte e no cotidiano incomoda as pessoas. “Nós estamos colonizados. O índio não é mais nu”, afirma. “O Gibran é um escritor que conseguiu fazer uma ligação estética entre o Oriente e o Ocidente. Ele tem influências do poeta e gravurista inglês Willian Blake. Ambos usam a nudez em suas obras, mas uma nudez que desarma as pessoas, como uma tentativa de purificação”, complementa Jorge.
Parte do material da mostra já foi exibida em Santa Catarina, São Paulo e Paraíba, durante a realização de encontros de naturismo. “Apresentamos algumas das heliografias com reproduções de quadros de Gibran e a recepção foi muito boa, até porque algumas pessoas já conheciam”, conta, explicando que os trabalhos do libanês têm, de certa forma, uma ligação com o naturismo.
A heliografia é um processo fotográfico que utiliza a luz solar durante oito horas para fixar uma imagem no papel, que foi criado pelo inventor francês Joseph-Nicéphore Niépce, nascido no dia 7 de março de 1765 e falecido em 5 de julho de 1833.
As fotografias que constam da exposição foram produzidas por Jorge e Macarena Mairata, que também integra o Coletivo Graúna, que é um grupo de naturismo familiar criado há sete anos, filiado à Federação Brasileira de Naturismo, com sede em Brasília. “Trabalhamos com preservação do meio ambiente, publicações de livros com temática ambiental e ligada ao naturismo e, ainda, realizamos exposições artísticas”, informa Jorge.
 

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