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			 Algum tempo atrás andei sem estímulo para escrever sobre qualquer 
			assunto. Até disse para um amigo que iria parar porque as pessoas 
			não gostam de ler, então para quem estaria eu me dirigindo? Será que 
			iria mudar alguma coisa ou alguém? Sabendo que resistências às 
			mudanças são grandes até mesmo no trabalho diário dos indivíduos. De 
			que adianta ficar expondo idéias? E ainda tem os questionadores que 
			nada sabem sobre naturismo fazendo oposições e críticas, enquanto 
			fico aqui horas estudando sobre o assunto. Esse amigo me disse que 
			todo escritor escreve para ele próprio, se atingir alguém, ótimo, 
			missão cumprida, senão... quem sabe algum dia! 
    	
		
			Aceitei os argumentos e aqui estou eu juntando as palavras para 
			expor pensamentos. Se algum dia alguém quiser conhecer tudo aquilo 
			que defendo como valores humanos a serem alcançados, que leiam os 
			meus textos por aí publicados. Descobri que o significado de 
			escrever é mais do que intuição, é iluminação, porque quando nos 
			iluminamos, todo o universo se ilumina. Fiquei mais animado com esse 
			propósito, só tenho que ser autêntico e não responsável por 
			transformações e nem ficar preocupado com o tempo que me dedico para 
			escrever, depende da luz que consigo irradiar. Essa responsabilidade 
			não é minha. 
    	
		
			
			 Perguntaram ao Dalai Lama: 
    	
		
			- O que mais te surpreende na humanidade? 
    	
		
			- Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois 
			perdem dinheiro para recuperar a saúde... E por pensarem 
			ansiosamente no futuro esquecem-se do presente, de tal forma, que 
			acabam por não viver nem o presente nem o futuro... E vivem como se 
			nunca fossem morrer... E morrem como se nunca tivessem vivido. 
    	
		
			Tempo! Com toda a tecnologia desenvolvida nos últimos anos como algo 
			que nos traz facilidade na vida moderna, ainda não temos tempo. Até 
			mesmo o Dalai-Lama diz que não tem tempo suficiente para meditar e 
			refletir. Mas mesmo assim ele encontrou a paz. Não deveríamos seguir 
			o exemplo? Muitos sentem prazer em agredir com palavras, ações. Não 
			seria mais bem aproveitado o tempo para conhecer a si mesmo e buscar 
			a paz no meio do caos? Quando aprendermos as lições do Dalai-Lama, 
			Chico Xavier, Madre Tereza, Gandhi e tantos outros aqui não citados, 
			saberemos parar o tempo e pensar em nosso próprio SER, saberemos 
			encontrar a paz e união entre os povos. 
    	
		
			Diversas vezes fui questionado sobre o que era SER um Naturista. Eu 
			digo sempre que é a pessoa integrada com a natureza de forma 
			harmoniosa, ou seja, em paz consigo mesma. Desse modo, os padrões de 
			beleza ditados de fora não importam, como também não importam as 
			nossas diferenças de idade, cor, sexo, credos. Não temos que julgar 
			nada porque os preconceitos é uma superficialidade da vida. A 
			natureza não está nem aí com os preconceitos, simplesmente ela é e 
			pronto, não há mais nada depois disso. 
    	
		
			O resultado ao enxergar a natureza da vida é que nos tornamos mais 
			humanos, menos arrogantes e menos agressores com todos os seres 
			vivos. Passamos a reconhecer os nossos defeitos e que todos podem 
			igualmente cometerem erros. A vida surge em lugares menos esperado, 
			no meio das pedras ou no fundo do oceano, nada pode controlar. 
			Abaixamos nossas cabeças fazendo reverências à própria vida. 
			Humildemente reconhecemos que a Natureza guarda sabedoria que nós 
			desconhecemos. 
    	
		
			
			 Paradoxalmente, o tempo de ser naturista é reconhecer a não 
			existência do tempo e sim a consciência da nossa natureza, é preciso 
			transcender os valores ditos morais e trilhar o caminho da liberdade 
			e purificação da mente. Felizmente ou não, o reconhecimento desses 
			valores não depende do que escrevo e nem é responsabilidade minha 
			também. Só depende da própria pessoa e de mais ninguém. 
    	
		
			Dentro da nossa concepção, a vida não tem lógica, e, portanto, 
			repito, não cabe julgamento algum. Mas a busca da nossa verdadeira 
			identidade deve ser uma constante, questionando a nossa essência, 
			tornaremos conscientes que somos parte de uma natureza viva, da 
			natureza nua, da natureza que exige dignidade para com todos os 
			seres vivos. 
    	
		
			A nudez humana está inserida neste contexto, ela somente é 
			considerada agressiva quando não se tem o respeito pelo seu lado 
			natural. Quando os valores sociais sobrepõem os valores naturais, a 
			liberdade fica mais distante, e será muito difícil encontrar o tempo 
			para ser um naturista de verdade.  
    	
		
			E qual o tempo certo? É quando encontramos a consciência do que 
			somos diante do Universo. Uma poeira, um cisco, um quase nada, e 
			ainda assim criamos bloqueios diante de nossos corpos como se fosse 
			algo diferente, como se o sexo fosse um fim a ser alcançado. Quanta 
			prepotência de nossa parte! Somos somente seres Espirituais tendo 
			experiências corporais. Somos seres Naturais. |  |