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Jornal Olho nu - edição N°103 - junho de 2009 - Ano IX

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Nudez e contracultura no musical Hair

 

por Laércio Júlio da Silva*

 

Imagem: NYT

Will Swenson, no centro, como Berger na nova versão do musical "Hair" no Al Hirschfeld Theater em New York City em 3 de março de 2009. (Sara Krulwich/The New York Times)

Atualmente filas imensas dobram o quarteirão da Rua 45 e lotam a fachada psicodélica do Teatro Al Hirschfeld na Broadway. “Let the sun shine in!” É a volta do musical “Hair”. O retorno com sucesso inesperado, já que para muitos a temática pode parecer antiquada, pegou a todos de surpresa. Volta aos palcos o musical que estreou em 1967 entre a realidade grotesca da Guerra do Vietnã e o auge do movimento hippie versando sobre amor, resistência pacífica e praticando a nudez coletiva em boa parte das cenas enquanto “a Lua entra na sétima casa e Júpiter se alinha com Marte” segundo profetiza a música tema. Em paz imperaria aí a Era de Aquário.

 

A peça trata da saga de um grupo de hippies que tenta a todo custo convencer um jovem recruta a não se alistar na Guerra do Vietnã. Na tentativa de subvertê-lo, as ações do grupo revezam entre provas de amizade e militância pacifista acompanhadas por muita nudez coletiva e descobertas sobre o sentido da vida.

 

Atual cartaz da peça

Censurado em muitos países pela mensagem antibelicista, pela primeira vez na história do teatro contemporâneo a nudez é tratada no ambiente social, sem qualquer conotação sexual pregando a volta a valores simples, se revelando nos dias de hoje um clássico entre os musicais. Os personagens nadam, brincam e se divertem com naturalidade totalmente nus em várias cenas. Em 1979, o “Hair” se transformaria em filme na versão do premiado diretor Milos Forman.

 

No Brasil, a peça estreou em 1969 em plena ditadura e passado um ano do famigerado Ato Institucional nº5, o musical chamou a atenção dos censores ávidos por limitar as cenas de nudez e protesto, mesmo assim foi encenada com sucesso e revelou artistas como Armando Bogus e Sônia Braga: “a tigresa de unhas negras e íris cor de mel que trabalhou no Hair” transportada para os versos da famosa música composta por Caetano Veloso.

 

Há quem diga na atualidade que o sucesso do musical se deve à nova sobriedade com que o povo americano da era Obama, golpeado por uma crise econômica visceral, se volta a hábitos simples depois de séculos de excesso consumista e profunda prepotência.

 

Hoje, apesar da contracultura da época ter se transformado em cultura oficial massificada e a maioria dos hippies abandonarem seus hábitos para se tornar yuppies engravatados e bem-sucedidos perfeitamente absorvidos pelo sistema, nem por isso o “Hair” perdeu no contexto atual a capacidade de polemizar com a possibilidade de se sonhar com harmonia entre os povos. As guerras continuam presentes por aí para provar essa afirmação.

 

O musical ainda reserva encantos radicais como amor à humanidade e uma mensagem constantemente imbuída de tolerância, muito próximo do que prega o naturismo moderno.

 

Resta torcer para que em um futuro bem próximo uma nova versão adaptada à realidade brasileira possa trazer à tona a saudável polêmica de que um mundo melhor ainda é possível.

 

*Laércio Júlio da Silva é diretor da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) e presidente da Associação Goiana de Naturismo, o Goiasnat (www.goiasnat.com.br)


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publicado originalmente no jornal Diário da Manhã de Goiânia, em 14/05/09

 

(enviado em 14/05/09)

A partir deste ponto, republicação e atualização das matérias publicas na seção Últimas Notícias no período entre 7 de maio e 5 de junho de 2009

Para ir ao teatro, não tenho que me vestir

 

Uma cena de "Bernarda Alba al desnudo", a obra que poderá ser presenciada por público nudista.

Ocorrerá amanhã, 22, durante a peça "Bernarda Alba al desnudo". Para entrar, terá que deixar a roupa em uma bolsa. Logo, o público se sentará nas arquibancadas como em qualquer sessão: mais uma vez, os desnudos completos estarão também na platéia.

 

Trata-se de uma proposta teatral que visa difundir a cultura nudista em um âmbito mais amplo. Será a primeira de uma movimentação cultural que recém-começa. Vai ser a primeira vez que ocorrerá um evento deste tipo na Argentina.

"Bernarda Alba al desnudo" é uma adaptação livre de A casa de Bernarda Alba, a obra de Federico García Lorca, dirigida por Germán Akis e Raúl Baroni, e que está em cartaz há dois anos, aos sábados às 22 horas no mesmo teatro portenho. Esta versão toma ferramentas do expressionismo alemão para ir mais além do superficial e mostrar o que não se vê. Assim, se pode ver as cinco filhas casadoiras de Bernarda Alba, reprimidas sexual, mental e emocionalmente, mas também seu desejo oculto, que se corporiza em cena através de homens nus que simbolizam o sexo, as dúvidas, a repressão.

 

Leia a notícia completa no original em espanhol publicado pelo jornal argentino Página 12.

 

(enviado em 21/05/09 por SerNudista.com.ar)

 


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