José Antonio Ribeiro Tannus e Jorge Bandeira do Amaral, concorrem pela mesma chapa aos cargos de presidente e vice-presidente, respectivamente, da Federação Brasileira de Naturismo

Tannus durante o XXXI Congresso internacional de Naturismo, em Tambaba, no momento em que lançou sua candidatura à presidência. Na ampliação juntamente com Jorge Bandeira, o candidato a vice na sua chapa.

José Antonio Ribeiro Tannus RESPONDE PARA OLHO NU

Nome: José Antônio Ribeiro Tannús

Cargo que pretende: Presidência da FBrN

Idade: 49 anos

Profissão: Engenheiro Eletricista, funcionário de empresa de economia mista (concessionária de energia)

A que entidade pertence? GOIASNAT

Casado, a 27 anos com Eliane

Filhos, quantos? 3 filhos, Thiago, Alexandre e Viviane

Participa com os filhos? por quê? Todos são naturistas e participam ativamente tanto do GOIANAT (Alexandre é segundo secretário) quanto da FBrN (Thiago é segundo secretário).

Participa com cônjuge? por quê? Sim, desde o primeiro dia. Por quê? Se minha família não puder participar comigo, é porque também não serviria para mim.

Quando iniciou no naturismo? Em 2005, no GOIASNAT

Como descobriu o naturismo? Desde 1994, quando li uma reportagem do PLANAT (Brasília) fiquei interessado. Em 2005, procurando um lugar para passar as férias, li uma reportagem sobre a Praia do Pinho. Para conhecer mais detalhes procurei o GOIASNAT, para saber se o ambiente era familiar e sadio.

Já foi membro de outras entidades naturistas além dessa? Quais? Participamos regularmente também do PLANAT.

Já ocupou cargos anteriores dentro das associações naturistas e/ou da FBrN? quais? Desde 2006 participo da direção do GOIASNAT, primeiro como Diretor de Esporte e Lazer e depois como Vice-presidente. Em novembro de 2006, no X CONGRENAT, fui eleito para o Conselho Maior, cargo que ocupo até o momento.

O que você pretende fazer pelo naturismo caso seja eleito ao cargo que pleiteia? Organizar a FBrN, de modo que tenha reais condições de atuar junto as suas filiadas, o que está bastante difícil no momento. Esta organização deve atingir tanto a parte financeira, quanto administrativa.

Criar uma estratégia de marketing para atrair investimentos, tanto público quanto privado, para a área de turismo, atendo-se ao segmento naturista, que hoje é praticamente inexistente no Brasil.

Fortalecer as associações, pois a reestruturação da FBrN só é possível a partir de associações fortes.

O que já fez pelo Naturismo anteriormente? No final de 2005, o GOIASNAT sofreu duas grandes perdas, com o falecimento em novembro do Heitor Stein, Conselheiro da FBrN e principal benfeitor do GOIASNAT e também de Chris Benjamin Natal, em dezembro. Estas perdas quase determinou o fim do GOIASNAT, pois as reuniões eram realizadas no sitio do Heitor e com seu total apoio. Tivemos que reestruturar o GOIASNAT partindo do zero. Foi quando passamos a participar ativamente, junto com o atual presidente do GOIASNAT, Laércio Julio, e com o apoio total da FBrN, através de seu presidente Elias Alves Pereira.

No final de 2006, participamos do CONGRENAT, representando o GOIASNAT, oportunidade em que fomos eleitos para o Conselho Maior.

Em abril de 2007 acompanhamos o presidente da FBrN, André, em Tambaba, nas reuniões com a Prefeitura de Conde, acertando os detalhes da realização do XXXI CIN.

No final de 2007, com o impedimento do presidente, o Conselho Maior intensificou o seu apoio ao vice-presidente Elias, para acertar a manutenção do XXXI CIN no Brasil, que, devido ao tumulto do afastamento dos presidentes da FBrN e também da INF-FNI.

Em 2008 participamos de reuniões, juntamente com o Elias, em Brasília e em Conde e João Pessoa.

Atendendo uma exigência legal (Artigo 2031 do Código Civil de 2002) para modificar o estatuto das organizações, fomos um dos redatores do novo Estatuto da FBrN, aprovado em 16.03.2008.

Participamos ativamente do XXXI CIN, onde atendendo pedido de várias associações, e tendo o apoio de nosso amigo Jorge Bandeira, resolvemos lançar nossa candidatura à presidência.

Qual é a sua posição em relação ao antigo Passaporte naturista, agora Cartão INF? O Cartão INF é o documento de identidade do naturista. Do mesmo modo que uma carteira de habilitação não garante que uma pessoa possa ser um bom motorista, também não podemos esperar “milagres” do Cartão INF. Sempre teremos casos em que o portador poderá praticar atos contra o código de ética. Por isso as associações devem sempre estar prontas para agir e coibir estes casos e divulgar para as demais associações, de modo a podermos expurgar aqueles que fazem mal uso do Cartão INF.

Hoje é a única fonte de renda da FBrN. Mas não pode ser visto apenas como arrecadação. Tenho visto o clamor dos naturistas, pelo fato da eleição ser indireta. Mas como efetuar a eleição direta, se não sabemos quem são realmente os naturistas que estão efetivamente ligados às associações e por conseguinte, à federação. Somente o Cartão INF poderia dar esta legitimidade. Portanto o Cartão INF não pode ser apenas uma imposição da FBrN para angariar recursos. É mais do que tudo, um direito do naturista.

O que acha do acesso de homens desacompanhados de companhia feminina nas áreas naturistas? Em 2006, tivemos mais uma vez uma discussão durante o X CONGRENAT, no RJ, sobre este tema. Naquela época houve uma proposta para que as associações fossem “obrigadas” a receber os homens desacompanhados de companhia feminina. Como representante do GOIASNAT fui contra a obrigatoriedade e disse, que cada associação teria o seu “tempo” de adequar para este tempo. Inclusive disse que no GOIASNAT teríamos que fazer um trabalho, uma vez que tínhamos esta restrição.

Em setembro de 2007, portanto menos de um ano depois, após um trabalho dentro do GOIASNAT, com o apoio e colaboração da diretoria, conseguimos mudar o estatuto e aprovar a presença dos homens desacompanhados no GOIASNAT, que hoje é uma realidade. Não tivemos problemas desde então.

O GOIASNAT recebe constantemente pedidos de pessoas desacompanhadas para participar. Há um limite para esta participação, para os novatos, porém não para os veteranos.

Deve-se ter o cuidado de manter um equilíbrio no numero de participação de homens e mulheres. Como a procura de homens é maior que a de mulheres o GOIASNAT também inovou neste quesito, quando a Sonia (secretária, esposa do Laércio) passou a promover os encontros naturistas somente de mulheres, para esclarecer e divulgar o naturismo. Os encontros, anuais, tem sido bastante comentados na mídia naturista.

Se tem discutido atualmente nos grupos de discussão virtuais a situação de diversas áreas naturistas públicas, no tocante à (des)organização, segurança, acesso de pessoas com intenções sexuais e realizações dessas intenções nas áreas públicas. Em alguns casos se discute também a possibilidade da perda das áreas patrocinado pelo poder público ou inimigos do naturismo. Há propostas de trabalho para enfrentamento destas situações?

Somente com o fortalecimento das associações é que poderemos atacar de forma segura este problema. Numa fase inicial, que não há como contratar pessoal, deve-se ter um esforço de todos os naturistas, com um trabalho voluntário. Na entrada das praias naturistas deve haver um contato da associação responsável com todos os visitantes, para esclarecimento, apoio e divulgação do naturismo.

Estive em Tambaba, em 2006 e 2007, durante minhas férias no mês de abril. Fazia este exercício de conversar com todas as pessoas, procurando saber de onde eram, se conheciam e/ou participavam das associações locais. Para surpresa nossa, a maioria das pessoas desconheciam a estrutura organizacional do naturismo. Isso precisa ser mudado.

Com a estruturação da federação e das associações, vamos paulatinamente substituindo o trabalho voluntário por funcionários.

Estando organizado e tendo uma fiscalização feita por nós mesmos, teremos muito mais força de exigir do poder público providencias que não estejam ao nosso alcance (infraestrutura, segurança).

A lei Gabeira ainda não foi aprovada, mas recebeu uma emenda que poderá prejudicar o naturismo, que diz aproximadamente que os direitos do não naturistas deverão ser respeitados nas áreas naturistas. Na prática isto significa que não se poderá impedir pessoas vestidas de entrarem nas áreas naturistas. O texto deixa dúvida para este caso até mesmo nas áreas privadas. O que pretende fazer para reverter este artigo? Que pretende fazer para agilizar a aprovação da Lei Gabeira?

Complicada esta situação. O próprio Congresso Brasileiro dá um exemplo e cobra outro. Para você entrar dentro do plenário de qualquer uma das casas do Congresso você deve estar de terno e gravata. E isso não representa um desrespeito ao direito de ir e vir do cidadão. Então qual a razão de, entre milhares de praias onde não podemos praticar o naturismo, dar acesso as pessoas não naturista justamente às praias naturistas. Isso mostra total desconhecimento do que é a Lei do Naturismo. Precisaremos de muito apoio político para reverter a situação. O nosso colega Jorge Bandeira, já conseguiu do senador do Amazonas o apoio para esta lei. Precisamos seguir o exemplo, e que todas as associações procurem os seus senadores e façam o mesmo. E esclareçam a necessidade de derrubar esta emenda. Iremos pessoalmente ao Congresso para conversar com os senadores. Uma comissão com representantes de todas as associações seria mais eficaz ainda.

Que ideias levará para melhorar financeiramente a FBrN? Devemos antes de fortalecer a FBrN, fortalecer as associações. Lembrem-se do exemplo que temos no futebol, onde há uma federação riquíssima, a serviço de uma família e seus poucos amigos e do outro lado os clubes brasileiros que estão a míngua, vivendo das migalhas de uma rede de televisão.

Um trabalho de marketing, envolvendo o poder publico e privado, que atraia investimentos para o turismo naturista, fortalecerá as associações, a federação e a comunidade local.

Temos que procurar as empresas que tem um envolvimento maior com nossa filosofia de vida tais como produtos naturais, cosméticos, roupas de banho (por que não ?), calçados, artigos esportivos, etc.

Mostrar a todos os naturistas a necessidade de ter o Cartão INF, ou outro documento próprio da FBrN, e fazer deste realmente um documento que represente o naturista.

Para que serve a FBrN?

Bastante interessante e oportuna esta questão, quem vem sendo feito nos forum’s, blogs, emails e etc. Às vezes de forma inquietante, outras jocosas, outras apenas especulativas. Quando aceitei o desafio de dirigir a FBrN, o fiz sabendo das dificuldades e riscos que temos à frente.

Já tive problemas com minha comunidade religiosa e sei que vou tê-lo ainda pela frente. Não tenho recursos financeiros para bancar a FBrN e nem mesmos as viagens e gastos que o cargo exige. Portanto, se não acreditasse na utilidade e na razão de ser da FBrN, não estaria aceitando este desafio.

A FBrN tem por finalidade principal manter a unidade do naturismo num país continental como o Brasil. Para isso ela precisa do apoio e do trabalho de todos os naturistas. Somente com a ajuda de todos os naturistas brasileiros, é que a FBrN poderá trabalhar pelo naturismo brasileiro.

Obrigado pela oportunidade e estaremos a disposição de todos. Escrevam para jtannus@terra.com.br. Na medida de nossa disponibilidade, iremos responder a todos.

(enviado em 04/03/09)

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