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Das roupas e educação

 

por Evandro Telles*

Já faz algum tempo que tenho defendido que o naturismo pode corrigir algumas distorções sociais provocadas pelos falsos valores colocados em nossa educação. Uma destas distorções é provocada pela indústria da moda que nos deixam frustrados pelo aquilo que somos ou por aquilo que não somos.

Jamais terei a beleza parecida com um determinado artista de cinema ou novela, mas nem por isso terei menos valor do que este. Ora, para que eu possa chegar a este resultado, duas coisas precisam acontecer: a primeira tenho que mudar os valores daquilo que sempre acreditei (que a beleza é fundamental, tenho que ter um corpo perfeito, um cabelo bonito, etc.), em segundo tenho que aceitar do jeito que sou.

Duas coisas nem sempre muito fáceis, em primeiro lugar tenho que reconhecer e ter cultura suficiente que a indústria de beleza (moda, vestuário, cosmética, etc, etc) geram muito dinheiro para os cofres da mída impressa e televisiva, então nunca irão querer alterar este quadro, em segundo lugar, ter aceitação de si próprio requer que sejamos desprendidos de timidez, preconceitos e tantas outras qualificações até mesmo criticadas por diversos segmentos religiosos (malícia é uma delas), mas que não reconhecem que
para isso acontecer necessariamente tem que passar pela nudez social, não conseguiram evoluir para chegar neste ponto.

Estes conceitos são alterados paulatinamente, é devagar mesmo, porque requer mudanças culturais e comportamentais. Não devemos ser valorizados pelo carro que possuímos, nem pelas roupas que vestimos porque somos iguais perante Deus, e esta igualdade é vista quando estamos nus.

"VINDE A MIM AS CRIANÇAS PORQUE DELAS É O REINO DE DEUS", as crianças não têm maldades e malícias e muitos de nós adultos estamos cansados de ser
objetos sexuais, muitas mulheres não podem passar na rua sem serem molestadas com assovios ou piadinhas bobas, estamos cansados de ver filmes pornográficos onde não mostra nenhum sentimento de amor e somente marido traindo mulher e mulher ao marido.

"POBRE DE ESPÍRITO AQUELE QUE JULGA OS SAPATOS MAIS IMPORTANTES QUE OS PÉS QUE OS CALÇAM". Vamos ensinar nossas crianças a aprenderem a ter o respeito pela matéria e reconhecerem a simplicidade de nossos corpos. Isto sim, fará a diferença em nosso meio social.

 

Evandro Telles

evandro.telles@terra.com.br 

*Evandro é conterrâneo de Luz del Fuego e Maria Luzia de Almeida, ex-presidente da Federação Brasileira de Naturismo, que o apresenta ao meio naturista. Eis a opinião de Maria Luzia sobre este mais novo colaborador e pensador do naturismo brasileiro.

"Você transcreve com muita maturidade as suas reflexões sobre o Naturismo. Sim, porque só podemos ensinar e formar opiniões sobre aquilo que verdadeiramente entendemos e aceitamos. Um professor nunca poderá repassar aos seus alunos ensinamentos que não tenha aprendido antes. E falarmos de Naturismo para outras pessoas também requer uma doutrinação.

O Naturismo é exatamente o que você descreveu: Natural. Parece simples! Mas não é.

O homem nasceu nu e durante muito tempo assim permaneceu, porém, a evolução, que foi benéfica em diversos sentidos, não foi benéfica na área humana porque perdemos tudo de natural que existia no ser humano. E o Naturismo nos coloca de frente com esta verdade. A verdade nua (como nos diria nossa conterrânea-madrinha Luz del Fuego). Esta "verdade nua" nos mostra que nus somos todos iguais perante o Criador. E nós, enquanto Criaturas, nos rebelamos.

Lembro-me de um diretor que sempre me perguntava como estava vestida a pessoa que desejava falar com ele. A vestimenta era o sinal se ele devia ou não recebê-la. O Naturismo nos propõe que as pessoas sejam respeitadas por seus valores enquantos seres humanos, e não por seus bens e suas indumentárias cheias de etiquetas de griffe, atualmente impulsionadas pelo capitalismo. Capitalismo que segrega e provoca tanta dor e mazelas nos indivíduos.

Pretende-se com o Naturismo que as pessoas jamais sejam rotuladas e que inexistam diferenças de raças, credos, culturas, classes sociais, etnias, etc.

Creio que ainda é utópico desejar que nas salas de aulas os alunos possam aprender Naturismo, mas todos podemos implantar pequenas ações subliminares que irão aos poucos, com a repetição, alcançando um resultado positivo. Evoluiremos se cada um de nós fizer um pouquinho . Não podemos é ficar parados esperando que outros façam."

 

Maria Luzia de Almeida

marialuzia.vix@gmail.com

 

(enviado em 24/04/08)

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Jornal Olho nu - edição N°90 - maio de 2008 - ano VIII


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