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Republicação e atualização das mensagens enviadas à seção Cartas Enviadas de 7 de fevereiro a 6 de março de 2008

Cartas para esta seção: cartas@jornalolhonu.com


Carta aberta aos sócios da Colina

 

Queridos Colineiros,

 

Dirijo-me a todos os que amam a nossa Colina do Sol. Pois, sem que a maioria se aperceba disso, estamos vivendo momentos decisivos para a própria sobrevivência do nosso querido CNCS.

 

Ao ler este relato, atentem nos detalhes, pensem com calma, e decidam por si mesmos. "Não julgueis segundo a aparência, mas segundo a reta justiça" (João 7:14).

 

A verdade vai prevalecer, como também prevalecerá a justiça. A questão é se prevalecerá logo, com a ajuda de alguns colineiros corajosos (e com a queda de um número mínimo de corruptos), ou se prevalecerá apenas depois de um processo prolongado que irá dilacerar a Colina.

 

Eis o ocorrido, em linhas gerais. Para mais detalhes, confira minha carta no Jornal Olho Nu: http://www.jornalolhonu.com/jornais/olhonu_n_087/abre.htm

 

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Ano passado, seis colineiros foram à polícia, em Gramado e em Porto Alegre, fazer denúncias contra o Fritz e outros colineiros.

 

Só que esses colineiros, essas seis "testemunhas", não tiveram a coragem de dizer à polícia "Eu vi" - pois nada tinham visto a não ser sua própria cupidez. Declararam apenas "Ouvi dizer".

 

Coube ao delegado Juliano Ferreira, da delegacia de Homicídios(!) de Porto Alegre, urdir a teia de mentiras que a imprensa tem divulgado, para rechear seu currículo com um caso de projeção internacional.

 

Se ainda tivesse dúvidas de que as acusações são falsas, eu as teria perdido hoje, ao ler o parágrafo abaixo. Vejam como a câncer da mentira desenfreada já entrou em avançado estado de metástase:

 

[Há] suspeitas de que exista uma rede internacional de pedofilia, que supostamente, teria ramificação na Universidade da Califórnia, em Berckeley [sic] - mais conhecida pelo nome da cidade. Um dos suspeitos de pertencer ao grupo seria um professor brasileiro [quem seria senão o papai aqui? :-) ] que lecionaria naquela instituição. Os agentes do FBI ainda estão ajudando a Polícia brasileira, fornecendo tecnologia para que o Departamento de Criminalística possa quebrar a linguagem criptográfica usada nos computadores do casal [Fritz e Barbara]. [Correio do Povo, Porto Alegre, 22/2/08]

 

Ora, não basta a Federação Brasileira de Naturismo abrigar "pedófilos" como seu presidente (e sócio patrimonial da Colina) André Herdy: a melhor universidade estadual dos EUA também tem "ramificação" do mesmo caso! Que talentos fantásticos tem o delegado Juliano pra desmascarar criminosos! Pena que ele não os use em prol de prevenir os homicídios que ocorrem cotidianamente na capital gaúcha.

 

Na verdade, eu até acolho o fato de ser alvo dos novos aleives do delegado. Porque talvez isso pressagie o fim do pesadelo: mostra que as mentiras anteriores estão perdendo sua eficácia, e o delegado e seus aliados aqui na Colina se vêem obrigados a inventar absurdos cada vez mais flagrantes.

 

Se considerarmos que a polícia, segundo noticiou em dezembro, retirou 5 computadores da casa do Fritz, e agora eles viraram 9; se considerarmos que nossa ata do Conselho Deliberativo de 12/01/08 matraqueia a notícia de "fotos incriminadoras" que o delegado teria achado nos tais computadores, mas agora vê-se que ele nem sequer conseguiu abrir os computadores e tem que "recorrer ao FBI"; se considerarmos que esses "agentes do FBI" se confundiriam com relação à instituição onde trabalho, a qual se pode descobrir facilmente no google - se considerarmos estes e todos os outros detalhes demonstravelmente falsos das declarações feitas pelo delegado via imprensa - poderíamos classificar a situação atual como uma tremenda farsa, se não fossem os inocentes envolvidos.

 

Sim, porque para quem não sabe, são as próprias crianças, peões no jogo armado pelo delegado e seus asseclas colineiros, os mais prejudicados. Todas perderam o esteio que eram o Fritz e a Barbara - o auxílio médico, as aulas de reforço escolar. Várias estão sendo alvo de perseguição e ameaças, pois apesar de pobres ousaram contrariar a polícia, depondo que os acusados nada tinham feito de errado. Outras estão passando pelo trauma de ver seus pais indiciados por "cumplicidade" em atos que nunca ocorreram. Duas lindas criancinhas, que estavam a ponto de serem adotadas pelo casal André/Clecy, continuarão no orfanato por Deus sabe mais quantos anos.

 

Isso, claro, sem contar o sofrimento de uma senhora de 72 anos que está há dois meses apodrecendo na cadeia, onde não entende uma palavra do que se diz, comendo com os dedos por falta de talheres. Fico imaginando se fosse minha mãe. Como poderia também ser a sua.

 

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Mas onde há fumaça há fogo, não é? Não. Já desde o Carnaval de 2007 já tinham me chegado aos ouvidos planos de armação contra o Fritz; mas "quem não deve não teme", diz o ditado, e ele pouco se precaveu. E eu mesmo, francamente, não imaginava que houvesse colineiros tão imbuídos de ódio a esses americanos a ponto de envenenar a própria Colina por não terem conseguido se livrar deles de outra forma.

 

Mas houve.

 

E assim é que hoje estou escrevendo esta "Crônica de uma prisão anunciada": coligindo as acusações, gravadas sob "sigilo judicial" quando se trata de tentativas de defesa, mas livremente divulgadas pelo delegado quando é preciso injetar nova dose de veneno através da imprensa; documentando - abismado mas já não mais surpreso - a progressão do sensacionalita ao macabro ao inverossímel ao francamente absurdo. Chegou ao ponto de uma bem conhecida pessoa da Colina, que deve ao Fritz algo inestimável -- a saúde de um ente querido -- ter se voltado contra ele, lançando a incrível acusação de que ele teria molestado seu filho há sete anos. Sete anos! Se tivesse havido tal crime, que pai ou mãe teria esperado sete anos para denunciá-lo?

 

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Não há escapatória: a falta de escrúpulo de uma meia-dúzia de colineiros, os quais num primeiro momento sem dúvida se regozijaram em ter-se livrado dos gringos incômodos e seus aliados nacionais, acabou gerando um monstro que, exatamente como o do Dr. Frankenstein, arrisca-se a consumir seus criadores.

 

Chegou a hora de cada colineiro consultar sua consciência. Ainda há tempo de dissolver este pesadelo sem destruir a Colina. Peço a cada um de vocês: não se deixe vencer pelo medo. A verdade vai prevalecer. Seja um um agente dela. Entre em contato comigo.

 

Silvio Levy,

sócio patrimonial do CNCS

Califórnia -EUA

levy@msri.org

(enviado em 25/02/08)


Caso André Herdy

 

Prezada jornalista

Carla Dutra - Jornal Zero Hora

 

Estou lendo uma pequena notícia a respeito do depoimento na justiça do casal de Brasileiros André Herdy e Cleci Jaeger, onde os mesmos negam abuso de crianças da comunidade de Taquara - RS. Não os conheço pessoalmente, mas, na condição de naturista praticante e leitor assíduo de inúmeras matérias sobre o naturismo publicadas em diversos veículos de comunicação, acredito que os dois casais foram tomados como bodes expiratórios de pessoas que, por algum motivo, não simpatizavam com o naturismo e o trabalho social desenvolvido pelos americanos na comunidade carente próximo à Colina do Sol.

 

Além do mais, estranha-me a sede de sangue da promotoria e da polícia, ávidos por ganhar o noticiário no sonho dourado dos 15 MINUTOS DE FAMA que a imprensa nacional oferece de graça à massa controlada. Não faz muito tempo que uma situação semelhante (acusação de pedofilia, etc e tal) foi imputada aos donos da Escola de Base em São Paulo e que, mais tarde se comprovou equivocada. Mesmo inocentados, os mesmos foram linchados pela opinião pública insuflada pelos holofotes da mídia, ávida por furos jornalísticos, “duela a quiem duela” e que ocasionou seqüelas psíquicas irreversíveis na vida dos acusados.

 

Sou também jornalista e preocupa-me sobremaneira o crescimento de acusações sem provas e a condenação antecipada que a imprensa nacional faz das pessoas. Ora, pela regra elementar do Direito, por mais cruel que seja o bandido, o mesmo tem direito à defesa e nem isso não está sendo oferecido aos casais presos. O comportamento dos colegas da imprensa em casos dessa natureza só faz acender a fogueira das vaidades de policiais e promotorzinhos semideuses, ávidos pelos 15 MINUTOS DE FAMA oferecidos pela arena televisiva e demais veículos de comunicação deste País. É lamentável constatar o ressurgimento do CIRCO ROMANO e da INQUISIÇÃO em pleno século XXI.

 

Atenciosamente,

 

José Figueiredo

Governador Valadares - MG

(enviado em 13/02/08)


Sinuca de Bico

 

Se o que diz o Sr. Silvio Levi, em sua carta publicada na página do Editorial do Jornal Olho Nu nº 87, for a verdade dos fatos, o naturismo brasileiro corre um risco muito grande de desmoralização total diante da opinião pública.

 

Uma coisa é você ter pessoas desajustadas moralmente, se infiltrando em movimentos como o naturismo, para satisfazer suas loucuras permissivas. Outra coisa, muito pior, é termos, no meio naturista, um bando de gente perversa, que não se abala em destruir a vida de quem quer que seja, para defender sua posição de poder.

 

No primeiro caso, mais cedo ou mais tarde, os desajustados são descobertos e banidos, pois pedófilos e tarados sempre cometem erros idiotas, tamanha a insanidade de suas almas.

 

Mas no segundo caso, trata-se de banditismo puro. De pessoas que tramam crimes hediondos como fazem os traficantes e os políticos. A estas pessoas é mais difícil combater, pois sempre estão esgueiradas na lama, como ratazanas de esgoto, e só aparecem nas profundezas das noites mais escuras.

 

Pelas palavras do Sr. Silvio, conclui-se que o Conselho Deliberativo e alguns integrantes da Colina do Sol não passam de uma gang que não tem nenhum tipo de escrúpulo e que, portanto, pode cometer qualquer ato ilícito, com requintes de crueldade, para manter o poder. Sim, porque mandar para prisão quatro pessoas inocentes, com acusações tão graves, e duas com idades avançadas, são atos dignos da crueldade de um Hitler, Mussoline ou de um Bush. Custa-me crer que um centro naturista como a Colina do Sol aceite pessoas com antecedentes criminais, como diz o Silvio no 12º parágrafo de sua carta ao Jornal Olho Nu.

 

É muito preocupante uma pessoa que esteja ingressando no naturismo tomar conhecimento destes fatos horripilantes e descobrir que aquilo que ela achava do naturismo, “um modo de vida em harmonia”, não passa de um antro de grupos “neo-nazistas” capazes de mandar inocentes para a cadeia, ou um abrigo de tarados. Esta pessoa vai achar que as baixarias não param por aí. Que uma grande parte dos naturistas também são capazes de cometer atos tão danosos e indecentes. Os “não naturistas” vão dizer: “tá vendo, aquilo ali é briga de quadrilha, sai tiro pra todo lado!”

 

Discretamente, participo do naturismo no Brasil deste 1986. Colaborei com a RioNat e com a própria FBrN na década de 90. Confesso que nunca me passou pela cabeça que um dia uma situação como esta pudesse acontecer. Estou estarrecido com tudo isto. A luta das pessoas que iniciaram o naturismo no Brasil (e olha que não estou falando de Luz del Fuego) foi muito árdua. Implantar o naturismo num país retrógrado como o Brasil foi muito difícil. Eu acompanhei as perseguições, as discriminações e os desmandos que os naturistas sofreram nas décadas e 80 e 90.

 

A situação da Colina do Sol e, por tabela, a situação do naturismo brasileiro, é de uma sinuca de bico: “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, pois se houver alguma comprovação de culpa dos acusados, o bicho vai pegar, pois trata-se um dirigente nacional, dentro um espaço naturista conceituado. Se as acusações forem falsas, o bicho vai comer todo mundo, pois é uma vergonha muito grande, para todos, que bandidos estejam exercendo algum tipo de poder dentro no naturismo brasileiro.

 

A conclusão que eu chego é que tudo isto é muito triste.

 

DOUGLAS AMARAL

Nova Friburgo - RJ

(enviado em 10/02/08)


A dor e o conflito

 

Sempre achei que despir-se significava mais que tirar as roupas. Com estas caíam máscaras (conceitos, pré-conceitos, regras (às vezes, absurdas) e muito de "boas maneiras" que encobrem hipocrisias... e tal) Por isso acompanho, por aqui, notícias sobre naturismo e de alguma forma (acho ) "conheço " nomes relacionados ao movimento. E, acabei por simpatizar-me com todos, quase.

 

Fiquei assustado com o caso do André Herdy e as pessoas envolvidas. Como não sei nada, exatamente, do caso, fiquei pensando (tristemente) que isso faz parte da raça humana. A sexualidade me parece tão confusa entre os homens, que justifica, infelizmente , atos daquela natureza (não que esteja de acordo). Fiquei mesmo, triste. Mas muito mais triste, e aí, com certa indignação, quando li , que os fatos têm relação com brigas de poder. Meus Deus, isso dói mais que a questão da sexualidade meio doente.

 

Quando achei que "quem tira a roupa", fica melhor, enganei-me profundamente. Não basta tirar essa roupa... mas a roupagem que encobre a podridão do coração do homem. E, aí, pessoas, o alto conceito que tinha sobre o naturismo balança a ponto de mexer no crédito. Isso sim me deixou extremamente triste. Sinto muito por mim e por vocês. Com ou sem roupa... tenho medo dessa raça.

 

Abraço

 

Ademir Carlos Pereira

Pindamonhangaba - SP

(enviado em 11/02/08)

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Jornal Olho nu - edição N°88 - março de 2008 - Ano VIII


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