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FOTOGRAFAR OU NÃO fOTOGRAFAR:

EIS A QUESTÃO

O tema fotografia de vez em quando causa muita discórdia, bate-bocas, reações apaixonadas, às vezes até violentas, enfim, muita polêmica nas áreas naturistas. O Código de Ética do Naturismo Brasileiro em seu 8º artigo, deixa claro que "É proibido fotografar ou gravar imagens sem a prévia autorização de todos os focalizados". Parece simples, mas não é. Essa é a regra mais burlada dentre todas nas áreas naturistas. Os infratores quando pegos alegam, em sua maioria, que é para guardar de lembrança da visita, do passeio (a grande maioria dos infratores é composta de pessoas que visitam a primeira vez o local). No entanto, às vezes fotos não autorizadas são expostas na Internet.

Por outro lado, às vezes a pessoa autoriza a tirada da foto, mesmo sabendo que o destino será a Internet, mas após a publicação se arrepende. Nós do OLHO NU e os outros sites naturistas somos vítimas desta mudança de temperamento de fotografados, de vez em quando. Mesmo com autorização assinada. Desta forma fica cada vez mais difícil fazer coberturas jornalísticas de eventos naturistas brasileiros.

A seguir OLHO NU publica depoimentos sobre o assunto enviados por Affonso Alles, os quais forma publciados originalmente no grupo de discussão da AGAL (Associação dos Amigos da Galheta). Quem quiser participar escreva para cartas@jornalolhonu.com, com nome e sobrenome e cidade de origem e diga se quer seu e-mail divulgado ou não. As mensagens aparecerão em ordem cronológica.

Atenção: fotos meramente ilustrativas

Olá, meus amigos!

Desculpem a minha ausência estes dias. Infelizmente, o trabalho me toma muito tempo. Mas sem ele, as contas se acumulam aqui... Mas vamos lá então.

Desta vez, vamos falar de um tema que gerou bastante polêmica paralelamente à lista: FOTOGRAFIAS.

Muitos de nós já foram a ambientes naturistas. Alguns se arriscaram a tirar fotos em filme e mandaram revelá-las em algum laboratório. Outros, com a facilidade e a privacidade que a cãmera digital confere, sentem-se à vontade para fazer verdadeiros álbuns naturistas. O fato é que nossas praias e clubes são pequenos paraísos. E como tal, merecem ser lembrados através de belas imagens.

Alguns preferem guardar as fotos apenas para si. Outros, não vêem problemas em mostrá-las a amigos e familiares, na tentativa de obter mais adeptos ao naturismo. Um grupo pequeno, mas importante, não se constrange em ver suas fotos em sites naturistas, com fins de divulgação. Poderíamos entrar no mérito dos exibicionistas e voyeurs, que usam este tipo de foto com fins menos nobres.

O fato é que as fotos naturistas (com excessão dos exibicionistas) são o principal chamariz para os que querem ingressar na nossa filosofia de vida, mas não sabem como é *estar nu diante de outras pessoas e dos próprios amigos*.

Então, o assunto desta semana é: *Você costuma registrar suas fotos em ambientes naturistas? Qual o limite para esta prática? Você acredita que imagens auxiliam a "vender" a filosofia naturista?

*Comentem, pois em cima disto vamos falar um pouco do código de ética, que alguns ainda não conhecem.

Grande abraço a todos,*

Rodrigo S. Espinosa

sem indicação de cidade

(enviado em 9/08/2006)


 

Queridos Amigos,

 

O tema me interessa, especialmente por ser eu fotógrafa...

 

Fotógrafas (os), para começo de conversa, já são mal vistos em ambientes naturistas. Somos olhados com desconfiança e, muitas vezes apenas por ser nossa câmera detectada por algum "policial", temos que enfrentar sermão e atitude hostil, e a gente tem que dizer um monte de coisas até que se entenda blá blá blá...

 

Mas o mérito não é este, e sim o mostrar-se, publicar-se nu.

 

Para as mulheres, este é um assunto mais complicado, já que os homens tomam banho nus, em praias desertas e riachos, desde garotos. E daí, retorna-se ao tema central, a nudez. A foto é apenas a "prova".

 

Há dez anos tirei a roupa numa praia de nudez permitida ("tolerada"), em Canoa Quebrada, no Ceará. Não fiz fotos diante da novidade da nudez. Todo recém nu dificilmente fará fotos... Mas, conforme passam os anos e se sucedem as experiências, deixar-se fotografar nus é mais ou menos como em qualquer festa social...

 

Mau uso é coisa rara e dá processo, nem há muito o que temer. Quem é mau intencionado, faz misérias no photoshop com a gente vestida mesmo...

 

As pessoas gostam de ver pessoas nuas em fotografias porque a fotografia é uma espécie de certeza. Então, se torna uma certeza de que aquilo é possível, é lícito e, sobretudo, é normal (natural, ao menos, é certo...)

 

Sou filha de uma alemã e de um índio. Mas ambos são ultraconservadores. Meu pai nunca viu minhas fotos nua... Mas minha mãe, nossa, viu e acha que sou maluca, e me respeita muito, pois suas certezas germânicas não a fizeram mais feliz que eu. Quando saí na FSP junto com o grupo da Galheta, AGAL, e depois sozinha, em escandalosa página central, o Brasil inteiro ligou, meus amigos e tal. Mas também muita gente engraçadinha, ignorante, do tipo: "E aí, pode me mandar mais umas fotos pelada...?". Mas foi bom mesmo assim, pois a gente pode ignorar ou pode esclarecer. Tenho certeza que muita gente se interessou pelo naturismo depois das fotos de janeiro de 2005.

 

Acho que é por aí que a sociedade tem que perceber as coisas: de que forma o indivíduo é feliz...? Se vigisse tal pensamento, talvez tivéssemos menos preconceito, xenofobia, discriminação e guerras. A diversidade é a palavra da moda e não é á toa, olha só o que a intolerância está fazendo com o mundo (vide Líbano e Israel...).

 

Nos meus tempos de infantil ignorância, chamávamos a todos de turcos... (Vamos tirar a roupa, turcos, tudo se simplifica...).

 

Não ha maior prova de diversidade do que quando as pessoas estão nuas, são tantas idades, tantas cores, tantas formas... O que pode ser mais lindo...?

 

É isso. Nada como ter um tempinho para escrever...

 

Um beijo e um abraço a todos, naturalmente,

 

Mara Freire

Sem indicação de cidade

(enviada em 10/08/06)

 

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Jornal Olho nu - edição N°71 - setembro de 2006 - Ano VII


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