VIVER NATURALMENTE
por Carlos de Paiva*
Uma vida mais natural, tem
certamente seduzido milhares de pessoas por todo mundo. Uma nova
consciência vai surgindo, para muitos, diante de uma sociedade baseada
em valores incompatíveis à natureza e ao ser humano. A nova orientação,
cuja influência vem aumentando, pode ser caracterizada pelos constantes
protestos políticos que as pessoas têm realizado, ao se despirem diante
de alguma insatisfação provocada por governos de alguns países. Este ato
simbólico de "não vestir mais a camisa", denota a perplexidade de tantos
frente a um mundo de injustiças e arbitrariedades.
Mas engana-se aquele que
pensa que viver junto à natureza, é renegar aos avanços tecnológicos e
progressos da ciência. Procurar viver com tudo isso, sem perder a
espontaneidade, é o desafio do nosso tempo e, creio, também ser meta do
Naturismo em particular. Pois no ato espontâneo o homem se une ao mundo,
à natureza e a si mesmo. A maioria de nós pode, no mínimo, observar
momentos de nossa própria espontaneidade, que são também, de grande
prazer. Quer se trate da percepção revigorante de uma paisagem, a
intuição de alguma verdade como resultado de nosso pensamento, um
sentimento positivo por alguma pessoa ou coisa, um alegre encontro
naturista, ou aquele banho de mar nu que nos enche de energia.
Nestes momentos, todos
sabemos o que é um ato espontâneo e podemos ter a visão de como seria a
vida humana se estas experiências estivessem mais presentes em nossos
cotidiano.
Mostrar que é possível
usufruir de todo aparato tecnológico sem destruir a natureza e o homem,
também é tarefa de todo naturista. Que muitas coisas podem ser "e" e não
necessariamente precisam ser "ou"; como sustentam os radicais.
Exemplificando, e longe de
ser uma crença insensata e fantasiosa, ao resgatarmos nossos deuses
naturais: o sol, o ar e o mar, é porque somos filhos destes e
compreendemos que a vida nasceu no mar e não pode ser entendida sem
água, oxigênio e luz solar. Não estão apenas fora de nós, se fizeram
nossa própria substância e nossa vida mais íntima.
Concluindo, enfatizo, que
uma condição não exclue a outra e a harmonia entre o homem, a natureza e
seu tempo são perfeitamente exeqüível.
*Psicólogo
carlosdepaiva@yahoo.com.br
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