André, a jovem luta pelo naturismo brasileiro

 

entrevista a Pedro Ribeiro*

 

foto: Carlos Martinho

André Herdy representa a força jovem do naturismo brasileiro

André Herdy, 32, cirurgião-dentista, solteiro, membro do Conselho Maior da Federação Brasileira de Naturismo, diretor secretário da Associação naturista de Abricó (ANA) e presidente da Young Naturist Association no Brasil (Ynai Brasil), entidade pela qual concedeu entrevista ao jornal OLHO NU. Também é Conselheiro da diretoria do NIP (Naturistas do Interior Paulista), a qual também está representando neste Encontro.

 

OLHO NU: André, você também está representando neste Encontro quais organizações naturistas ?

 

André Herdy: Além da Ynai -Brasil, da qual sou presidente, estou representando o NIP e a mais nova organização naturista brasileira, a NATLagos (Naturistas da Região dos Lagos, no Rio de janeiro), que teve sua filiação à Federação Brasileira homologada neste Encontro.

 

ON: Vamos falar um pouco sobre o Ynai. O que é e quais são seus objetivos ?

 

AH: A Associação dos Jovens Naturistas Brasileiros, que é o nome oficial do grupo, tem o objetivo básico de unir os jovens que já frequentam as áreas naturistas do Brasil, de Norte a Sul e, ao mesmo tempo, trazer outros jovens que estariam interessados na filosofia naturista, mas que não tinham oportunidade de ingressar por não conhecerem outros jovens que já estão integrados ao Movimento.

 

O jovem naturista precisa, como qualquer outro grupo de jovens, de uma turma, uma "galera" para poder se sentir em casa. Então, o que acontece, por não haver jovens nos lugares naturistas, eles não se sentem atraídos a frequentarem esses lugares. A partir do momento que se incentiva a presença acaba motivando ainda mais jovens.

 

ON: E essa política tem dado resultados?

 

AH: No dia 25 de outubro, a Ynai completou uma ano. Começamos com duas pessoas, mas estamos hoje com 680 associados. Acho que é um sucesso indiscutível. Atualmente é a maior associação brasileira em número de membros associados.

 

ON: Como está sendo ente Encontro Nacional de Naturismo para a Ynai ?

 

AH: Está sendo muito produtivo e proveitoso para nós. Porque nós conseguimos o reconhecimento do grupo por todas as áreas naturistas do Brasil, o que é muito gratificante. É muito bom saber que as outras áreas estão percebendo que os trabalhos estão sendo bem feitos e bem conduzidos. E isso mostra que  agente está no rumo certo para continuar.

 

Está sendo positivo também porque pudemos trazer alguns jovens, daqui da região Nordeste do Brasil, para estarem conosco e aproveitar e participar desse Encontro. Amanhã, sábado (15), faremos o nosso Quarto Encontro Nacional aqui em Tambaba, no qual vamos reunir algumas pessoas da região, com intenção realmente de criar condições de desenvolvimento de grupos de jovens naturistas do Nordeste, da mesma forma que já fizemos no Sudeste e no Sul.

 

ON: Quais são os planos para o futuro da Ynai ?

 

AH: Nossa meta é incentivar cada vez mais encontros regionais da Ynai, os Mini-encontros. recentemente acabamos de montar o Conselho Nacional da Ynai, que vai trabalhar junto com os dois diretores, eu, e Thiago Motta (vice-presidente). É composto por sete conselheiros, que vão ter a representatividade do Brasil: no Rio Grande do Sul, Rodrigo Soracco, na Grande São Pulo, Gisele Craveiro, no interior do estado, Adam Guirro, em Minas Gerais, Weslley Lima, no Rio de Janeiro, Marcelo Fadul, em Pernambuco, Rogério Silva e no Amazonas, Jorge Bandeira. Ou seja, do Rio Grande do Sul a Amazonas estamos com representatividade. Era já uma necessidade decorrente do grande crescimento do grupo.

 

ON: Agora vamos conversar com o naturista André. Há quanto tempo você está no naturismo ?

 

AH: Entrei no naturismo no carnaval de 1996, oficialmente. Em Galheta, Florianópolis. Na verdade, sempre gostei de estar nu na praia em contato com a natureza. Não me preocupava com o conteúdo social em si da filosofia, mas eu gostava da sensação de liberdade de poder estar nu.

 

Achava que o nudismo social só existisse em tribo indígena. Foi muito grato pra mim, quando descobri então, que o naturismo era isso. O estilo de vida que existia entre os índiso também existia na sociedade moderna. A aprtir daquele momento, me interessei, comecei a ler mais, tomei conhecimento da existência da Colina do Sol, me apaixonei pelo projeto de morar em uma cidade naturista.

 

Está cada vez mais perto a realização deste sonho, o de viver dentro de uma cidade naturista. Há duas oportunidades batendo na minha porta, uma no Rio Grande do Sul e outra em Minas Gerais.

 

ON: Você também tem desenvolvido páginas de Internet de várias entidades naturistas. Fale um pouco sobre este trabalho.

 

foto: Jorge Bandeira

Elias e André dividem a cena com outros amigos vindos de vários pontos do país.

AH: Da Ynai, sou eu quem o criou e o desenvolve. Do NIP fui eu quem o criou. Do NatLagos, que está quase no ar, fui eu também. Estou trabalhando na criação da página de um novo clube que surge em Minas, O Encanto de Minas, que tem o projeto de se transformar na segunda cidade naturista brasileira.

 

A partir de hoje passo a desenvolver também as páginas eletrônicas da Federação Brasileira. estou substituindo o Dema (Waldemar motta), vice-presidente da FBrN, que fazia um trabalho muito bom, mas está com problema de tempo para continuar.

 

Acredito que poderei incrementar um pouco mais o site da FBrN, preenchendo lacunas de informações em outros idiomas, reivindicação inclusive feita pelo grupo que controla a N Magazine, norte-americana, que edita também a revista Naturally, pelas dificuldades de obter informações a respeito do naturismo brasileiro. É um trabalho voluntário, que será feito em quatro línguas: português, inglês, alemão e francês, as três últimas são os idiomas oficiais da INF (International Naturist Federation).

 

ON: Além disso tudo, você também recebeu a incumbência de incentivar a candidatura do Brasil como sede do Congresso Internacional de Naturismo ?

 

AH: Fui oficializado, neste Encontro, como coordenador da candidatura do Brasil para sediar o congresso da INF. O que me orgulha muito, poder ajudar a concretizar o sonho de muitos naturistas em ver realizado no Brasil um Evento de tal porte. Conto com apoio de todos os naturistas para a efetivação. Não importa se vai ser em Tambaba, na Colina do Sol, em Abricó ou no Planat. O que importa é que estaremos trabalhando para o desenvolvimento do naturismo no Brasil.

Jornal Olho nu - edição N°62 - novembro de 2005 - Ano VI


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